A diversidade imensa de artistas e propostas à disposição do público, é parte do encanto de viver nos tempos atuais.
TIO SÉRGIO sempre foi um desviante, principalmente quando a estética e a arte estão envolvidas. Concordo com a subversão progressista de tentar enxergar o novo, abrir caminhos, ampliar horizontes; e usar das liberdades para agir e modificar. Eu sou amigo de fronteiras perigosas.
Hoje, se gente curte ROCK, BLUES, MPB, RAP ou seja lá o que for, sem a limitação nacionalista, muito comum nas décadas de 1960 e 1970.
Claro! É explicável: sob ditadura você retorna para a defesa do que é mais legítimo na cultura popular e suas tradições. Gostar “só” de MPB era ato de preservação, e militância contra o autoritarismo.
Eu sempre gostei e preferi a música internacional – ROCK, BLUES e JAZZ – em relação à MÚSICA BRASILEIRA.
Eu sei o quê e o quanto perdi por minha ignorância e até preconceito! Da mesma forma, nacionalistas intransigentes de antes, que hoje também curtem e respeitam o legado de outros povos. Mudei; aprendi, sofistiquei meu gosto e incorporei a MPB MODERNA a meu dia-a-dia. No final, ganhamos todos com a amplitude, visão e tolerância. É civilizatório.
E tudo isso para falar do B.B.KING. Ele morreu há mais de uma década. Claro, como velho ROCKER e colecionador de discos, B.B. sempre caminhou ao meu lado…
No começo, não. B.B. KING ERA ÍDOLO DOS MEUS ÍDOLOS. E eu estava para a música dos 1950, como os PUNKS estiveram para o ROCK PROGRESSIVO na década de 1970; e a turma de hoje em relação ao que foi feito de 1980 para trás: ignorância e rejeição.
TIO SÉRGIO e muitos e muitos, achavam que os novos eram os nossos contemporâneos; e não a história traçada, geração após geração, que sempre desemboca na contemporaneidade de nossos sentimentos.
O novo é sempre o eterno movimento que a História nos traz… Mesmo que raramente alguém identifique com discernimento e clareza, o que nunca antes havia sido feito. E menos ainda o quê permanecerá.
Eu estava cego e surdo, é claro! e peço vênia a SANTO COLOMBINO, BUDHA, CRISTO e outros santos e gurus!!!!!!! Por isso, nas cinco últimas décadas vim convergindo para outros espectros, vivências alternativas – sejam em direção ao passado ou para o futuro…
Meu amigo FÁBIO DEAN, também colecionador de discos, especialista e profundo conhecedor do ROCK, BEAT, R&B… e tudo o que for sonoro dos 1950 até meados dos 1970 – e beyond! -, sempre defendeu a tese de que, no fundo, a rotulagem de estilos é apenas classificatória, para sucessores mais bem compreenderem.
Então, o que chamamos de ROCK, BLUES, DO-WOP, R&B…, na década de 1950 vinham todos embolados, muito próximos: ELLA FITZGERALD era perfeitamente possível de ser colocada lado – a -a lado com B.B.KING; e, se bobear, nos arredores de ELVIS PRESLEY.
É verdade, tenham certeza! Para escrever sobre isto, coloquei no CD player um disco do B.B.KING com gravações feitas entre o final dos anos 1940 até 1966, mais ou menos.
Uma delas, “Don´t get around much anymore”, de 1961, foi gravada com a sessão de metais e ritmos da ORQUESTRA de DUKE ELLINGTON. Quer mais? Consigam este pequeno BOX que traça a obra do KING de 1949 até 1962. Ou, o maior deles na foto, mais abrangente, porém, com menos gravações.
É argumentável que B.B.KING tenha sido o principal BLUESMAN da história; e o que mais bem representa a tendência do BLUES mais próxima ao ROCK. É a minha opinião.
B.B.KING gravou, até onde pude pesquisar, comparar e certificar, 60 albuns – claro, alguns já na era do CD. E mais 14 LONG PLAYS de COMPILAÇÕES, HITS e o escambau à oitava!
Legou, também gloriosos e catalogados 290 SINGLES – o primeiro deles, gravado em 1949!! Hey, BIG BROTHERS !!! eu escrevi 290! É só acessar um site chamado “45 CAT”. Herança incrível!
Existe um disco de B.B. com o ERIC CLAPTON, “Ridding with the King”. Não é grande coisa, mas vale a pena ter. E outro muito legal com a cantora de JAZZ BRANCA e CEGA, DIANA SCHURR. Ele fez muitos e muitos álbuns mais. Fiquem à vontade para descobrir!
O legado de B.B.KING como influência e mestria está por todo lado, nas mídias: Em JORNAIS, REVISTAS ESPECIALIZADAS, LIVROS, VÍDEOS, ETC…
Resta dizer que, se a guitarra é icônica e sempre identificável, mesmo que monocórdica; a voz do mestre ganhou força e expressão na maturidade, em meados dos anos 1960, e se manteve até grande parte de sua velhice. Esta voz e timbre, reconhecemos!
Talvez a minha única frustração tenha sido B.B KING não ter feito discos com JOHN MAYALL, seu contraparte inglês. Uma pena; e certamente falha histórica!
No mais, é e sempre será ” THE B.B.KING ORCHESTRA”!
É para ouvir pelo resto da vida, e “per omnia secula seculorum!”
POSTAGEM ORIGINAL: 16/05/2022

POSTAGEM ORIGINAL: 16/05/2022
