GENE VINCENT, EDDIE COCHRAN e BUDDY HOLLY formaram a trágica trindade do “Rock and Roll”, na segunda metade dos anos 1950.
Sucesso, influência e vidas curtas demais. Seguiram e consolidaram o ROCKABILLY, a forma inicial e original do lado “branco” do rock americano.
Nem é preciso dizer que eram fãs de ELVIS PRESLEY. E principalmente EDDIE E GENE emulavam o jeito e tom de voz do ídolo.
Talvez os não tão jovens recordem a excelente banda americana dos anos 1980, STRAY CATS, quem sabe o principal nome de um crossover entre o PUNK e o ROCKABILLY, que rolou forte 40 anos atrás, por aí. Pois bem, mesclaram com arte e força EDDIE COCHRAN e GENE VINCENT. Aliás, fizeram um ROCK portentoso citando em pot-pourri trechos das músicas desses dois, e BRIAN SETZER é guitarrista que precisa ser lembrado. Vez por outra ainda toca em rádios. Imperdíveis!
Desastres automobilísticos marcaram a vida desses dois. GENE VINCENT sofreu um atropelamento tão sério, em 1955, que os médicos quiseram amputar sua perna. Mas, duro na queda, como o Dr, HOUSE da série famosa, recusou. Aguentava dores lancinantes e longos períodos de internação, e mesmo assim construiu fama e carreira – mesmo curta por causa do físico.
E para não dizer que o destino não vigia certas almas, VINCENT estava no carro que levava EDDIE COCHRAN e outra cantora para o Aeroporto de Londres, em 1960, quando houve a trágica derrapagem, que jogou para fora EDDIE, e o matou, aos 21 anos e apenas 4 anos de carreira. GENE VINCENT jamais recuperou-se do trauma. Jogo duríssimo.
EDDIE COCHRAN era bom cantor e guitarrista, mas gravou muito pouco. Em vida apenas um LP, SINGING TO MY BABY, em 1957.
Mas a influência dos singles no ROCK mais pesado que se fez, dos anos 1960 para frente, é monumental: SUMMERTIME BLUES e seus vários overdubs de violão elétrico toca até hoje, porque moderno ao extremo. Lembrem-se da versão ao vivo que fez THE WHO, pesada como determina a tradição. Há outras, inclusive a noise-psicodélica feita pelo BLUE CHEER, em 1968. Gritante!
Há várias músicas cults e outros standards inesquecíveis como TWENTY FLIGHT ROCK, C´MON EVERYODY, SOMETHING ELSE e o que se pensar. EDDIE COCHRAN vive!
GENE VINCENT também era bom cantor e teve a sorte de contar no início de carreira, entre 1956 e 1958, com um dos melhores guitarristas da história do ROCK: CLIFF GALLUP, timbre único, sonoridade clara, solos consagrados. GENE legou ao ROCK AND ROLL os classicos BE-BOP A LULA, RACE WITH THE DEVIL, entre várias.
A fase áurea da carreira de VINCENT começou a decair em 1958. Ele gravou alguns outros discos, e faleceu em 1971 de cirrose e consequências da vida trágica e doentia que teve.
Mas fez em Londres, em 1961, no ABBEY ROAD STUDIO, I´M GOING HOME ( to see my baby…), recriada em cima de uma composição de BO DIDDLEY, e acompanhado por um dos bons grupos instrumentais ingleses da era pré-BEATLES, THE SOUNDS INCORPORATED.
Pois bem, para os velhões como eu, a versão arrepiante do TEN YEARS AFTER, no festival de WOODSTOCK, em 1969, é a base para um fantástico show de ALVIN LEE, na guitarra, transformando em HARD-ROCK trechos de clássicos dos anos 1950, em performance histórica.
É por essas e outras que vamos ao rock com GENE & EDDIE.
Tente.
E lágrimas e preces para os dois
