HERBIE HANCOCK – OUTROS CICLOS DE UM GÊNIO DO PIANO

 

Postei recentemente um excepcional BOX contendo a fase na COLUMBIA RECORDS desse artista inquieto e irrequieto. HERBIE HANCOK provavelmente só se equipara a MILES DAVIS em versatilidade, buscas e atitudes de realizar.

Ambos fizeram trajetórias algo próximas. Gravaram para a BLUE NOTE, um dos berços do JAZZ MODERNO. E HERBIE sentou teclas por lá entre 1962 e 1969, com CINCO DISCOS na linha do chamado JAZZ MODERNO.

Para gravar desfrutou dos talentos de gente insuspeita técnica e artisticamente, como DEXTER GORDON, FREDDIE HUBBARD, BILLY HIGGINS, DONALD BYRD, HANK MOBLEY, GRANT GREEN, RON CARTER, entre vários. WATERMELON MAN, o clássico/standard JAZZ-FUNK, é composição dele, e foi lançada em seu primeiro álbum, “TAKIN´OFF”, de 1962.

O menino já chegou chegando…

Os álbuns na BLUE NOTE tiveram contracapas assinadas por críticos históricos, feito NAT HENTOFF, IRA GITLER e LEONARD FEATHER. TIO SÉRGIO garante que esta gente não gastava tintas para medíocres. Haja vistas para a criação da trilha sonora do filme de MICHELANGELO ANTONIONI, BLOW UP, 1966/1967.

HERBIE HANCOCK sempre esteve muito acima da média. Além de pianista à beira do prodígio, é formado em engenharia elétrica, e participou do desenvolvimento de teclados e outros babados, que ajudaram a revolucionar a música moderna.

MILES DAVIS e HERBIE HANCOCK cruzaram seus talentos na COLUMBIA RECORDS, durante a década de 1960/1970. Gravaram muito juntos.

Evoluíram paralelamente. Ambos fizeram JAZZ ROCK e FUSION JAZZ. Pesquisaram música AFRO EXPERIMENTAL, cada um de seu jeito.

Há uma pequena e seleta discografia por HANCOCK, na WARNER BROTHERS, espécie de FUSION AFROJAZZ. São três discos gravados entre 1969 e 1972, “FAT ALBERT ROTUNDA”, MWANDISHI, e CROSSING, todos na foto.

Entre 1972 e 1984, HANCOCK gravou como líder 31 álbuns para a COLUMBIA. É a sua fase mais festejada e conhecida.

Sua carreira se ampliou mais ainda, nos últimos 40 anos, de certa forma retornando ao JAZZ INSTRUMENTAL CONTEMPORÂNEO, menos experimental. Com certeza, um sinal de maturidade, hoje, ele está com 83 anos..

Gravou obras para a histórica VERVE RECORDS, e aqui postei 5 CDS, e fez talvez o ciclo de TRIBUTOS mais técnico e artístico que ouvi nos últimos tempos.

Em 1994, organizou ANTONIO CARLOS JOBIM & FRIENDS, com SHIRLEY HORN, JOE HENDERSON, GAL COSTA, SHIRLEY HORN e outros craques, que apresentou no FREE JAZZ FESTIVAL, EM SÃO PAULO.

É a comprovação de que o JAZZ e BOSSA NOVA dialogam e se imbricam muito bem. Foi marco da ressurreição do estilo aqui e lá fora.

Gravou dois tributos a MILES DAVIS. O primeiro com WAYNE SHORTER, RON CARTER, e TONY WILLIANS, também em 1994. E outro celebrando DAVIS & JOHN COLTRANE, em 2002, com MICHAEL BRECKER, tenor; ROY HARGROVE, trompete; o baixista JOHN PATITUCCI e o baterista BRIAN BLADE.

Há, também, em 2007, “RIVER, THE JONI LETTERS”, disco sensacional dedicado a JONI MITCHELL; aula de modernidade musical e sensibilidade apurada.

HERBIE distensiona ao piano um pouco a música densa que JONI compõe. Participam a própria JONI, NORA JONES, LUCIANA SOUZA, LEONARD COHEN, e CORINNE BAILEY RAY.

Estão aqui postados mais dois discos excelentes. THE NEW STANDARDS, 1996, onde HERBIE fez versões dos BEATLES, NIRVANA, STEVIE WONDER, e vários recentes. E o duo com WAYNE SHORTER, lançado em 1997.

Observem que bastariam os tributos a MILES, JONI e TOM JOBIM para consagrar qualquer artista. HERBIE HANCOCK foi além, muito além.

Não deixem de apreciá-lo. Nunca.

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