Hoje, eu deveria estar todo pimpão. É o dia do meu aniversário. Completo 71 anos, o que não é uma “idade”, mas piada pronta. Tenho amigos que colocaram outro 1 antes do 7…
Eu estava deambulando por minha discoteca, e novamente bateu um “sub – frenesi” quando relembrei de alguns “BARULHOS BRANCOS” que me trouxeram alegrias no decorrer da vida.
E resolvi escrever e publicar de novo.
Claro, está longe de esgotar hipóteses ou gostos. Mas, vamos às justificativas.
Pra começar, três das mais legais introduções a concertos ao vivo que conheço:
1) SIOUXIE AND THE BANSHEES, NOCTURNE, 1983. Abertura: “O Pássaro de Fogo, de STRAVINSKY”. Clássico Moderno, cheio de inovações e “progressivismos”, esquentando a audiência por uns 2 minutos.
E “projeta” ISRAEL, talvez a melhor música da banda, com um baixo e bateria vigorosos, antes de SIOUXIE entrar com o vocal, moderno, em semitons! Um espetáculo DARK fantástico. O disco continua bem por inteiro…
2) MARILLION, “THE THIEVING MAGPIE”, 1988. Claro, o MARILLION era um GENESIS pilotado pelo RUBINHO BARRICHELLO. Quer dizer, atrasado uns dez anos!
Abre magistralmente com “LA GAZZA LADRA”, DE ROSSINI. A música vem num crescendo, o andamento em evolução deságua na banda com “He knows, you Know”. É FISH em interpretação magistral! O disco inteiro é um progressivo retrô, e vai muito bem do início ao final!!!
3) LOU REED, “ROCK AND ROLL ANIMAL”, 1973. Existe a continuação, LOU REED LIVE, lançado logo após, é o mesmo show. Nunca entendi porque não lançaram integral em álbum duplo?
Bom, DICK WAGNER E STEVE HUNTER, abrem com introdução para “Sweet Jane” simplesmente deslumbrante. Um duelo de guitarras clássico, pesado, até lírico!
É um disco de HARD ROCK? Ou já escorregando para o PUNK? Nesta cumbuca enfiei e retirei minhas mãos muitas vezes. Então, decidam!!!! Mas, não deixem de ter!!! Ouço até hoje no carro!
4) CLIMAX BLUES BAND – FM LIVE -1974.
BLUES ROCK INGLÊS de primeira linha e, curiosamente, gravado no mesmo teatro em que foi o disco de LOU REED: o “ACADEMY OF MUSIC, em NEW YORK.
PETER HAYCOCK, na guitarra e COLIN COOPER, no sax arrassam; juntos com o baixista DEREK HOLT e o baterista JOHN CUTTLEY.
Abre com “All the Time in the World”, magnífica, pesada, em nível de porrada sonora do show do LOU REED!
Bem “up to date” com aquele momento, é feito por uma banda funkeada, técnica e espetacular. SE encontrarem, consigam!!! Ah o vinil é duplo, sensacional e colecionável!
5) JAMES GANG LIVE IN CONCERT, 1971:
Traz JOE WALSH, na guitarra e vocal, à época um “darling alternativo” em ascenção, e requisitado por muitos, como STEVE WINWOOD.
JOE arrasa, juntamente com o baixista DALE PETERS, e o baterista JIM FOX formando um POWER TRIO sensacional e pesado. Para mim, é até melhor que o GRANDFUNK RAILROAD!
A plateia, no CARNEGIE HALL, é pura vibração e barra pesada audível no “concerto” inteiro. Quando a banda “se acalma”, se ouvem berros de “EIA, EIA, EIA”, como se fosse em um rodeio”!
O riff em STOP é demolidor, como os solos que WALSH faz no explosivo BLUES “You Gonna Need Me”, combinando talentos de PAGE e PLANT ao mesmo tempo. Disco essencial!
6) U.F.O – “STRANGERS IN THE NIGHT”, gravado ao vivo direto e sem overdubs, em CHICAGO, durante a turnê americana, de1979.Originalmente, é um álbum duplo.
Vou resumir.
É concerto que inicia muito bem e vai progressivamente melhorando ao absurdo! MICHAEL SCHENKER “comete” riffs matadores, quase em todos as músicas, e toca com precisão e pique o tempo inteiro. Uma saga” que só alemão consegue!
E o vocalista PHILL MOGG, um dos melhores de sua geração, e o restante da banda estão arrasadores. Um dos melhores shows dos anos 1970.
7) PHIL MANZANERA & 801 LIVE, 1976
Um time de craques do ROCK PROGRESSIVO formando um supergrupo: PHIL, o guitarra do ROXY MUSIC; BRIAN ENO, digamos um “multiarticulado Não- Músico”, na eletrônica; BILL MacCORMICK , do MATCHING MOLE, baixista excepcional; E SIMON PHILIPPS, baterista que gravou e esteve com vários, inclusive JEFF BECK, e JACK BRUCE. E FRANCIS MONKMAN, do CURVED AIR, teclados.
Um show de bola monumental, em composições de MANZANERA e ENO, mescladas com “You Really got me” dos KINKS, e uma versão antológica de “Tomorrow Never Knows”, dos BEATLES. Um mix do melhor progressivo já extrapolando para o futuro eletrônico de vanguarda elaborado por ENO.
Quem imagina viagem e monotonia, não tem ideia do que fizeram no palco! Imperdoável perdê-lo!
DAVID BOWIE, STAGE, 1978, o disco original é um vinil duplo. Para mim, é o melhor concerto de BOWIE em todos os tempos! A banda voa, literalmente! Outro show na curva do tempo/espaço saindo do PROGRESSIVO para o ELETRÔNICO DE VANGUARDA, TECHNO POP estilizado, e mesclado a ROCK, GLAM-POP, FUNK e o vasto etc.. que só BOWIE ofertava.
Não há gravação melhor de HEROES do que a versão desse disco! E ouvir “Speed of Life” ao vivo é experiência de vanguarda e precisão irrenunciável. Disco obrigatório!
9) JOHN MAYALL, MOVING ON, 1972. Fusão JAZZ-BLUES, gravado no WHISKEY A GO-GO, em Los Angeles.
Superbanda, super-show, para ninguém ficar parado. É o melhor entre os vários ótimos ao vivo que MAYALL gravou durante a carreira.
A primeira vez que ouvi, quase caí de costas. E toda a vez que busco este clássico definitivo em minha discoteca, fico imaginando toca-lo à beira da piscina, em dia de sol e festa, tomando gim tônica ou cuba-libre!
Ainda não realizei o sonho. Mas, no próximo verão vou fazê-lo. Levarei um sistem qualquer para a piscina do prédio; um petisco legal, a garrafa de gim, água tônica e gelo à beça!!!!
E me perderei por horas!!!
