O mais deslumbrante nome pelo qual um artista POP foi batizado, ou em parte adotou…
ENO é um artista multimídia de vanguarda, criativo ao extremo, e muito conhecido como produtor, músico e inventor de técnicas de gravação.
Foi além: é escritor, pintor e criador de instalações temáticas em museus, escolas, etc…
BRIAN ENO é o pioneiro da chamada AMBIENT MUSIC. Conceito da MÚSICA ELETRÔNICA CONTEMPORÂNEA para um amálgama de sons não necessariamente interdependentes, mas que podem ser acompanhados individualmente dentro da obra proposta.
Difícil entender?
Então, imagine-se em uma cidade com o trânsito, sirenes, vozes, barulhos diversos, eventos simultâneos e o vasto etc…, mas que você observe e concentre-se em um ou diversos segmentos, e deixe passar o resto…
Na “MÚSICA AMBIENTE” de BRIAN ENO “a participação ativa” do ouvinte é realizada assim. É inovação inusitada!
Mas, a grande obra que realizou, e marca indelével, foi na produção de discos. Da fase BERLIM, de DAVID BOWIE, 1977/1979, ao conceito sonoro mais refinado do U2, em discos como “UNFORGETABLE FIRE”.
Ele avançou para DAVID BYRNE, COLD PLAY e LAURIE ANDERSON, entre incontáveis.
É influência decisiva na obra da BJORK, por exemplo…
BRIAN ENO é seguidor dos princípios e ideias de compositores CLÁSSICOS CONTEMPORÂNEOS, como TERRY RILLEY, KARLHEINZ STOCKHAUSEN e JOHN CAGE.
Seu lado “NÃO – MÚSICO” , como preferia definir-se, participou e criou o ROXY MUSIC, com BRIAN FERRY e PHIL MANZANERA. Gravou com ROBERT FRIPP. E é um dos desenvolvedores do KRAUTROCK contemporâneo, com incontáveis coparticipações em discos, projetos, grupos e associados.
E fez mais; muito e muito mais!
ENO é ativo, enciclopédico e versátil em termos de criação e parcerias.
É um artífice de sonoridades, um “NÃO-MÚSICO” e, talvez, como se auto concebe, um “EVANGELISTA ATEU”.
Com certeza é um “ultra-dotado”; é, seguramente, um gênio!
Em 2019, ele entrou para o ROCK AND ROLL HALL OF FAME, junto com o ROXY MUSIC, de onde “foi saído ” na metade da feitura do álbum “FOR YOUR PLEASURE”, o segundo disco da banda. Brigou com BRIAN FERRY; porque inevitável. Um choque de egos; e concepções musicais não afinadas…
Ele e eu compartilhamos da convicção de que existe uma “certa fatalidade casual”.
ENO conta que, certo dia, aguardando o metrô, conheceu o saxofonista ANDY MACKAY, também fundador do futuro ROXY MUSIC e, papo vai papo vem, foi convidado para ir ao ensaio… e lá integrou-se ao grupo.
E pondera: “Se eu tivesse me posicionado uns dez metros à frente, certamente não o teria conhecido e hoje seria um professor…”
Eu acredito piamente nisso. Porque também comigo acasos tiveram significativas consequências…
Talvez com todos nós isso aconteça.
O BOX que postei, luxuoso e sofisticado, colige sua obra solo entre 1973 E 1993, em dois distintos volumes: VOCAL e INSTRUMENTAL. É um “must” e orgulho de minha coleção.
Aproximem-se de BRIAN ENO. Mas não por acaso.
