ABOUT THE BLUES 1: ALGUNS AMERICANOS NÃO CONVENCIONAIS

Na minha geração, para a turma que está entre os 50 e os 60 anos de idade, gostar de BLUES era decorrência quase “natural” se você gostasse de ROCK.

É o meu caso. Eu adorava as variações do BLUES, nos anos 1970 e 1980, e ainda gosto. Compro CDS e DVDs, já que coleciono, e os escuto até hoje.

O BLUES que nós gostávamos, na época, não era o TRADICIONAL, de ROBERT JOHNSON, JOHN LEE HOOKER, MUDDY WATERS, entre vários. Mas, o BLUES ELETRIFICADO e modernizado, que os ingleses desde o início dos anos 1960, descortinaram para o mundo.

Pois é, o BLUES é música americana de raiz, antes mais associada ao JAZZ; e recuperada, reverenciada e trazida para o mundo POP pelas bandas inglesas dos anos 1960.

Se não fossem os ROLLING STONES, YARDBIRDS, FLEETWOOD MAC, ANIMALS, MANFRED MANN, e infinidade de artistas até hoje em atividade, ícones como B.B. KING e toda a tradição americana teriam tido menos força e, quem sabe, menos influência.

Muitos deles já estavam no ostracismo, quando o BLUES ressurgiu forte na GRÃ BRETANHA.

Diz a lenda que os STONES cruzaram com MUDDY WATERS, em 1964, quando foram gravar nos estúdios da CHESS RECORDS, nos E.U.A. E Waters pintava as paredes da casa…, o que horrorizou a banda! Destino trágico para quaisquer ídolos em qualquer tempo…

Graças a JOHN MAYALL, o grande incentivador da geração de ingleses que faziam BLUES. E artista com mais de 70 discos gravados que, literalmente, acompanhou ou performou com quase todos os grandes nomes tradicionais e contemporâneos, ingleses ou americanos, o BLUES espalhou-se.

Foi MAYALL quem projetou ERIC CLAPTON, em 1964 considerado o melhor guitarrista da Inglaterra, desde quando estava com os YARDBIRDS. E, para saber quantos astros MAYALL revelou, procure no Google.

JOHN MAYALL é um dos que ostentam a comenda de Cavaleiro do Império Britânico. Está ao lado de PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, JEFF BECK, JIMMY PAGE, e incontáveis.

Ele é estelar, continental e, aos 92 anos ainda grava e excursiona.

Eu o assisti ao vivo, aqui em São Paulo, há uns 25 anos – e tenho os ingressos autografados por ele!!!!! -; No final de um show de quase 3 horas, o velho voltou ao palco e ajudou a desmontar os equipamentos!!!! Vitalidade de Milton Neves; e da rainha da Inglaterra!

Mas, por que o BLUES explodiu na GRÃ BRETANHA?

Provavelmente porque os jovens queriam música vibrante como o ROCK AND ROLL da primeira fase – ELVIS PRESLEY e CHUCK BERRY entre vários – que já estava meio para o decadente e sem perspectiva, até que houve a explosão dos BEATLES e da chamada BRITISHJ INVASION, por volta de 1962/1964.

Grosso modo, na época e como hoje, as diversas tendências conviviam, os BEATLES seriam mais conectados aos ROCK e os ROLLING STONES ao BLUES…

Os clubes e pubs ingleses em geral apresentavam bandas de JAZZ. O JAZZ é como a BOSSA NOVA: música urbana para jovens mais sofisticados. A garotada em geral queria agito, daí o SKIFLE, depois o BLUES, música mais simples que bate direto nos sentimentos. E tem guitarras elétricas e combina com paqueras e cervejas.

Pouco a pouco os locais onde se ouvia JAZZ foram migrando para o BLUES, que se revestiu de ROCK e o resto é o que temos até hoje. É claro que houve um renascimento do BLUES também nos EUA – mas curiosamente, inicialmente também por influência e exemplo dos ingleses.

O BLUES chegou forte no BRASIL no começo dos anos 1990 e permanece mais discretamente. Hoje temos uma linguagem de pop e rock genuinamente nacional. Mas não há BLUES com identidade brasileira, apesar de alguns bons artistas e ótimas bandas como NUNO MINDELIS e ANDRÉ CRISTOVAM – que chegou a tocar uns tempos com JOHN MAYALL.

Hoje, no mundo inteiro o BLUES continua firme. Procurem escutar SONNY LANDRETH, JOE BONAMASSA, SUSAN TEDESCHI & DEREK TRUCKS, por exemplo. Sem lembrar do “imorrível” ERIC CLAPTON e e da memória do imortal B.B.KING.

Há muito, mas muito mais mesmo a ser dito e infinitamente mais a ser escutado. THE BLUES WILL NEVER DIE!
POSTAGEM ORIGINAL: 12/04/2023

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *