Foi o momento mais cativante, do ponto de vista do astral e das melodias, na segunda metade dos anos 1960.Talvez até uma “REAÇÃO CONSERVADORA” ao BEAT, SURF, e FOLK DE PROTESTO, destacando apuro vocal, melodias trabalhadas, e oposição a horrores políticos, como a guerra do Vietnã.
Não há quem não se lembre dos MAMAS & THE PAPAS, ASSOCIATIONS, THE 5TH DIMENSION, ou SPANKY AND OUR GANG , entre centenas, talvez milhares de outros. Todos criativamente alienados, porém mantendo a sanidade em tempos sofridos, e cheios de revoltas e lutas políticas.
Esse THE MAMAS & THE PAPAS – COMPLETE ANTHOLOGY colige tudo o que eles gravaram. Os cinco LONG PLAYS, também lançados no BRASIL, e todos os SINGLES de imenso sucesso. Estão ali faixas solo de MAMA CASS, entre várias outras parcerias e participações.
A qualidade técnica, gráfica e informativa é de alto nível. Um must para os fãs!
Eu os assisti ao vivo, em São Paulo, na boate do Hotel MACKSOUD PLAZA, a bem mais de trinta anos.
O local era pequeno, a banda ótima e reforçada por SCOTT MACKENZIE, um dos maiores “ONE HIT WONDER” da história do POP, com a inesquecível SAN FRANCISCO. Ele substituiu DANNY DOHERTY, da formação original.
O lugar de MAMA CASS foi ocupado por SPANKY McFARLAND, da concorrente de grande sucesso SPANKY AND OUR GANG.
E, claro, o membro original e “dono da banda”, JOHN PHILLIPS, e sua filha MACKENZIE PHILLIPS, que atuou no filme “AMERICAN GRAFFITE”, e veio substituindo a mãe MICHELLE, a “Mama” original.
Foi um belo show. Correto, emocionante, e digno do legado “HIPPIE – FLOWER POWER que eles simbolizaram.
OS MAMAS & THE PAPAS eram ótimos, quentes e e melódicos. Um naco “eterno” e revivido dos sixties. Eu vejo, porém, um detalhe curioso: as duas moças do ABBA com toda certeza ouviram MICHELLE E CASS. E cantavam “lá no alto” como elas . ..
Mas, não duraram mais do que uns cinco anos, e saíram de moda. Seus antípodas e contemporâneo certamente foi o VELVET UNDERGROUND.
E foram superados por tendências musicais mais ensimesmadas, contidas, egocêntricas: CAROLE KING, CARLY SIMON, JAMES TAYLOR, LENNON…
E artistas corrosivos, lúgubres e até indigestos, como o MC 5, STOOGES, e o tormento PUNK, meia década depois.
O sonho havia mesmo acabado.
