MÚSICA NÃO COMERCIAL E INDEPENDENTE – A PECULIAR GRAVADORA DO SESC, O CAPITALISMO CIVILIZADO, E O “RADICALISMO EMBURRECENTE”!

TIO SÉRGIO!!!
Você enlouqueceu em público novamente?
Aquilo acima é título que se proponha para um “texto” em busca de relevância mínima? Ou à procura de ridículo aceitável? “What porra it’ s that”?
Peço calma aos sobrinhos, Tá legal: mas, ainda está longe da dissertação que o PATO DONALD e o TIO PATINHAS tiveram de escrever para passar no vestibular para a UNIVERSIDADE DE PATÓPOLIS: “Faça uma comparação entre a CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA PRIMITIVA, e a estrutura contemporânea do CARNAVAL ALEMÃO!!!!
Mas, é o seguinte:
Tempos atrás, o Nelson Rocha Dos Santos, dileto amigo, contou que fez compras sensacionais na lojinha do SESC. ( e fez, mesmo! ).
Aliás, como entusiastas, colecionadores e conservadores de culturas mal vistas ou não amadas; e parte da minoria esfuziante que liga pra essas coisas, sabemos perfeitamente que desperdício é não aproveitar oportunidades, ou ficar reclamando hipocritamente de certas iniciativas.
Eu, ele e tantos e tantos mais, mergulhamos direto em busca do peixe grande e insólito; do não óbvio navegando abaixo da linha d’água. E tá cheio pelaí!
TIO SÉRGIO é consumista quase acrítico de discos e periferias tecnológicas conexas. Não aguentei e fui, mais uma vez, perscrutar o que é que artistas brasileiros e outros doidos têm; ou fizeram, ou sei lá…
Tá legal: comprei 25 CDs “sets” – porque alguns têm mais do que único CD – por cerca de R$ 280,00!!! Paguei-os em 6 vezes; alguns custaram o indignante preço de $ 1,00 ( um Biden ); cerca de R$ 5,00 mandacarus!!!!!!!!!!!!!!!!!
O SESC é mantido pela enorme quantidade de lojas e empresas comerciais; por seus usuários e associados. Não recebe qualquer subvenção estatal. É INSTITUIÇÃO espalhada pelo BRASIL, e investe em locais ultra aprazíveis e convidativos; promove shows; esporte e muitas e muitas atividades que honram uma associação sem fim lucrativo; mas que oferece “aos seus” associados, e ao público em geral, muito mais do que o sindicalismo puro e simples poderia propor.
E propicia à sociedade brasileira contrapartida inestimável! Faz muito, mas muito além mesmo, do que qualquer governo consegue propiciar: O SESC É UMA INSTITUIÇÃO GERADA NO SEIO DO CAPITALISMO COMERCIAL BRASILEIRO. É socialmente relevante e administrado de maneira profissional por gente competente em áreas diversas.
A INSTITUIÇÃO não explora o POPULISMO DELETÉRIO de quê Prefeituras, prefeitos, governadores, presidentes, e políticos em geral se utilizam, quando trazem para suas bases shows de artistas populares e popularescos, todos muito bem pagos, e com explícita motivação político-eleitorais. Mas que contribuem nada em termos de formação, educação, criação, e variedade para a população local, e a sociedade brasileira.
Do acervo do SESC eu adquiri alguns discos e obras nada óbvias, como “Ópera das Pedras”, de DENISE MILAN; QUARTETO CARLOS GOMES; QUARTETOS DE CORDAS DE VILLA- LOBOS, HERMETO PASCOAL; o maestro OLIVIER TONI; obras dos eruditos modernos GYORGY LIGETI; LUCIANO BERIO; JOHN CAGE; GILBERTO MENDES; CAMERATA ABERTA, do SAXOFONISTA de JAZZ alternativo, ANTHONY BRAXTON, e muitos e muitos outros.
São obras relevantes, indisponíveis em lojas normais, mas imprescindíveis para os que transcendem o cotidiano. Tudo isso, acreditem, ajudam ao TIO SÉRGIO aqui, e a outros também, a cometerem suas postagens!
No Brasil, temos gravadoras profissionais (poucas) que acessam e promovem artistas e obras de qualidade. Por exemplo a “BISCOITO FINO”. Empresa culturalmente relevante, com acervo espetacular, e criação de KATI ALMEIDA BRAGA, milionária herdeira de banqueiro e dono de seguradora.
Ela se uniu à cantora OLIVIA HIME, conhecedora de música brasileira como poucos. E ambas tocam projeto de quase mecenato, mas equivalente cultural à GRAVADORAS como VERVE, BLUE NOTE, ECM. Não é pouca coisa!
Muitos dirão que empresas precisam viabilizarem-se por conta própria. Gerar lucro; e foi o caso da BISCOITO FINO. Porém, além da iniciativa privada que tenta enfrentar o mercado, é possível e muito necessário contar com INSTITUIÇÕES como o SESC.
E, por que não?
Alguns reclamarão que um liberal democrata, como eu, propondo essas coisas não está sendo franco e nem fiel a um ideário.
Estou, sim!
O verdadeiro LIBERALISMO não se constrói em cima de iniquidades sociais. Tornar o indivíduo o instrumento de sua própria política só é possível com incentivo ao mérito; o que não prescinde de uma sociedade equânime, vibrante, organizada, educada, e mais justa e para que seja viabilizado.
O apoio coletivo, o incentivo localizado, claro e objetivo têm papel preponderante no financiamento e desenvolvimento para “artes mais difíceis e de resultados menos imediatistas”. É o caso das obras musicais que citei…
Esse monte de discos adquiridos, e mostro a reduzida parte, talvez se irradie, e incentive a outros interessados, que acessarão o SESC e impulsionarão um nicho de mercado sempre necessitado de promoção e ajuda.
O mercado estrito senso visa o lucro. Porém, a grande arte, as grandes descobertas, reflexões, teatro, literatura ou ensaios, nem sempre são lucrativos. Ao menos de imediato. E se formos simplesmente UTILITARISTAS e FINANCIALISTAS, espaços imprescindíveis serão negados para inovações agregadoras de civilidade e progresso.
É preciso cuidado: apoiar ou propagar certos RADICALISMOS CONCEITUAIS, OU POLÍTICOS, AJUDA A FOMENTAR A “EMBURRECÊNCIA REGRESSISTA”, que toda sociedade contém. E não há nada mais degradante socialmente.
Então, viva o inusitado, o estranho e o não comercial.
POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2022
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