Estava quieto no escritório tratando de coisas tidas como sérias, quando recebi um Zapp de meu amigo Fábio Dean, dizendo maravilhas sobre esse disco. Principalmente no aspecto técnico.
O Fábio não é exatamente pródigo em elogiar. É bem mais jovem do que eu, mas sabe ouvir música – e muito, muito bem! É incisivo e lógico nos comentários; não tem débitos emocionais com o passado, como eu e o Silvio, o pai dele – meu grande amigo há décadas e interlocutor nessas coisas de música, política, vida…
O Fábio comentou sobre a excelência técnica da edição japonesa, pelo selo BOMBA. Estava impressionado com o PALCO SONORO conseguido em um disco gravado em 1965, pela SOM MAIOR do Brasil! E com a pureza do som e a consistência da arte desenvolvida pelo trio. Discasso!!!
Eu tenho o CD há anos e fui localizar.
A minha edição faz parte dos projetos que CHARLES GAVIN, o baterista dos TITÃS, realizou. Trabalho quase antropológico recuperando gravações originais imprescindíveis da MPB, principalmente da Bossa Nova.
Quem não desfrutou o empenho de CHARLES, perdeu muito. Mas talvez ainda esteja em tempo para buscar pelaí. Um grande acervo de discos excelentes foi relançado, no final dos anos 1990 e início de 2000. Ele fez a curadoria, produziu, recolocou, e cuidou da parte técnica. Reapresentou o passado com o máximo que a tecnologia podia conceder. Há coisas imprescindíveis! Entre os quais, esse disco.
Pois bem, eu perscrutei se a edição japonesa não era a mesma gravação fruto das repescagens de Gavin. Deve ser.
E seja como for… Meninas, meninos e adjacências, eu vi! e ouvi! A edição da SOM LIVRE é formidável! O piano de CESAR CAMARGO MARIANO está perfeitamente mixado em stereo quase natural na caixa esquerda; a bateria de AIRTO MOREIRA está na direita; e, principalmente, o exuberante e impecável baixo de HUMBERTO CLEYBER, surge ao centro, mas de maneira mágica, atrás da bateria. E todos funcionam integrados como poucas vezes ouvi em gravações feitas por aqui! A mágica remixagem foi feita por LUIGI HOFFER, no D.M.S STUDIO, no Rio de Janeiro.
A qualidade geral do som e da remasterização, é de nitidez demolidora. O PALCO SONORO está entre os melhores que ouvi em gravações nacionais. 55 anos depois, a excelente captação original se expôs em ESTADO DA ARTE para ser apreciada!
O repertório é de bom gosto indiscutível “SAMBA-JAZZ” como sempre se soube fazer aqui em PANDEBRAS!!!! ooooooooooPSS!
E com direito de a gente perceber que NANÃ de “MOACIR SANTOS”, têm um quê de TAKE FIVE de “DAVE BRUBECK”…
Encontrem este CD por aí.
É fundamental em qualquer discoteca de gente grande!
POSTAGEM ORIGINAL: 24/08/2020

POSTAGEM ORIGINAL: 24/08/2020
