Estão aqui, os gloriosos primeiros discos do SPIRIT, gravados para a COLUMBIA RECORDS, entre 1967 e 1970, onde se destaca o guitarrista “HENDRIXIANO” RANDY CALIFORNIA. São quatro supra sumos do melhor ROCK PSICODÉLICO feito na América daqueles tempos.
Também estão postados em CD DUPLO os dois álbuns que fizeram na MERCURY RECORDS: “FEEDBACK”, – sem CALIFORNIA -, que voltou à banda para “SPIRIT of 76”.
Nesta fase, tentaram ajustar o grupo para o HARD ROCK ao estilo HUMBLE PIE, SPOOKY TOOHT, por aí. A sonoridade em voga do final dos anos 1960 e início da década de 1970, pareando com o nascente ROCK PROGRESSIVO.
SPIRIT foi banda originalíssima que fundiu o ROCK PSICODÉLICO ao BLUES, e com pitadas de JAZZ MODERNO. É a contribuição luxuosa do baterista ED CASSADY, padrasto de RANDY CALIFORNIA, e veterano do JAZZ com passagens por grupos de CANNONBALL ADDERLEY, THELONIOUS MONK , GERRY MULLIGHAN, TAJ MAHAL, e outros vários.
A banda “soava claustrofobia”; um clima que, para mim, sempre lembra o 1984, de GEORGE ORWELL, ou coisas de FRANZ KAFKA.
Eram pesados e algo lentos; talvez um pré BLACK SABBATH mais intelectualizado. Filhos legítimos da ERA HIPPIE e da GUERRA FRIA, portanto embalados no desbunde crítico e anárquico dos contestadores de 1968I
Bingo! O LP de maior sucesso da banda, o espetacular “12 DREAMS OF DR.SARDONICUS”, 1970, exala isto!
Houve, tempos atrás, polêmica sobre a abertura da música TAURUS, constante no álbum “SPIRIT”, lançado em 1967 , e tida como plagiada pelo LED ZEPPELIN, em “STAIRWAY DO HEAVEN”.
Eu discordo. Acho acusação genérica e insuficiente. Afinal, o que existe é uma sequência de acordes encontrados em centenas de outras músicas. Nada demais.
O LED ZEPPELIN foi absolvido, com inteira justiça; mesmo que o ranço do estigma gerado pela discussão permaneça, confundindo o excelente currículo da banda com prontuário…
No entanto, o SPIRIT chegou a excursionar com o LED, que tocou “Fresh Garbage”, em um show, o que para muitos seria indício de fraude….
Sempre que ouço as orquestrações em discos do SPIRIT, recordo de “CONSTRUÇÃO e DEUS LHE PAGUE” do CHICO BUARQUE. Percebo no arranjo de ROGÉRIO DUPRAT inspirações “orwellianas”, que lembram o “SPIRIT”…
Atentem: não falei em plágio – porque não é mesmo! Eles são contemporâneos; e DUPRAT foi o maestro da TROPICÁLIA, espécie de PSICODELIA À BRASILEIRA.
E, por proximidade lógico-estética-temporal, influências e memórias sempre parecem possíveis…
SPIRIT é banda fundamental! E cai em teste para “rockers” em nível de mestrado.
Não percam! É grupo altamente criativo!
POSTAGEM ORIGINAL:15/09/2019

POSTAGEM ORIGINAL:15/09/2019
