É como vejo as três. Mais próximas do que suporiamos.
“FRANÇOISE HARDY” é um cruzamento simbiótico entre “NARA LEÃO” e ‘RITA LEE”. Ela tem a “brasilidade cool” e bossanovista de “NARA”, e o espírito roqueiro de “RITA”. Funcionou…
“FRANCISQUINHA” – para os íntimos – , em MESSAGES PERSONELLLS, a exuberante coletânea com 3 CDS, 64 músicas, livreto, fotos, etc…, lançada em 2002 , sai do FOLK típico anos 1960; passa pelo POP FRANCÊS temperado por BOSSA NOVA, durante as décadas de 1970/1980. E dos 1990 em diante, ela encara o ROCK ALTERNATIVO sofisticado; e deságua no DANCE com os PET SHOP BOYS, o AIR e o BLUR!
É viagem ampla, geral e irrestrita de música e charme; com a voz celestial e sem exageros que FRANÇOISE sempre nos brinda!
NARA LEÃO, mesmo nascida no Espírito Santo, é a “carioca antiprotótipo”, e nunca “estereótipo’. Tem o espírito da turma do LEBLON. Aquela verve nautural de moça sofisticada de alta classe média.
Era antenada, vanguardista, educada e visionária; talvez a primeira a juntar o SAMBA DO MORRO CARIOCA à BOSSA NOVA, no início dos 1960. NARA ampliou muito o público para coisas brasileiras fundamentais. Ela compreendeu e jamais descriminou o novo POP de seu tempo, a TROPICÁLIA; fenômeno sócio – cultural em meados daquela década. NARA defendeu o uso de guitarras elétricas; inovações artísticas subversoras; e a integração benvinda com o POP INTERNACIONAL.
NARA LEÃO, foi pessoa generosa; enxergou um Brasil virtuoso, onde conviveriam a tolerância, a curiosidade e a gentileza.
Sua voz pequena e o sotaque delicioso de carioca refinada; expressavam a modernidade, já minimalista, precisa; concisa. NARA cantava bem – muito bem!!! – e com a naturalidade dos que são donos de si mesmos. Foi uma glória brasileira “IDEAL TIPO”! – Alô, Alô, MAX WEBER, baixa o teu espírito no TIO SÉRGIO aqui!
E o box que congrega os CDs é muito bonito!
E RITA LEE?
Ora, CAETANO VELOSO a definiu como a mais perfeita tradução da modernidade que SÃO PAULO exalava! RITA era excelente cantora de POP-ROCK. Das três talvez tenha sido a mais limitada artisticamente. O talvez é fundamental…
RITA tem história e arte; desenvolveu estilo próprio e identificável. E sua importância ainda não foi totalmente mensurada. Ela nos deixou há relativamente pouco tempo. Haverá estudos sobre o legado; e descobertas, compreensões, conclusões mais amplas.
RITA LEE representa o lado irreverente e iconoclasta do Brasil contemporâneo, cosmopolita, tolerante e liberal. Integrado a modernidade internacional.
Postei dessa forma e com tais palavras, porque vejo nas três continuidades presentes em cada uma delas.
Acho que discotecas e coleções civilizadas expõem completude com essas mulheres fascinantes.
Use e abuse.
POSTAGEM ORIGINAL: 07/09/2019

POSTAGEM ORIGINAL: 07/09/2019
