Outro BOX interessante, porém menos luxuoso do que o seu “irmão” sobre SAN FRANCISCO. É parte de relançamentos do “PRÉ-SAL DO MODERNO ROCK AMERICANO”, os “NÃO HITS” amados pela turma que ia e vai além do MAINSTREAM.
É um misto de “CATA-LATAS” e “ANTROPOLOGIA MUSICAL” de uma época inigualável. Traz BOOKLET com FOTOS e TEXTO, é claro! É rescaldo para quem procura completude, clima, e outras visões.
O álbum original é um VINIL DUPLO, lançado em 1972, pela gravadora ELEKTRA. Foi produzido LENNIE KAYE, jornalista que lançou comercialmente pela primeira vez pepitas resgatadas do fundão do ROCK. É um MUST colecionável, que deu início às escavações “eternas” que fazem colecionadores e interessados nos ALTERNATIVOS DO UNDERGROUND. KAYE depois se tornou guitarrista da banda da poetisa e “FREAK-ROCKER” PATTY SMITH.
LOS ANGELES foi “Meca” de invenções e ecletismos; era um polo de ação e não de reflexão “teórica”. A mídia local demorou para sacar o que estava acontecendo. Houve, “por supuesto”, muita incompreensão dos conservadores.
A famosa “SUNSET STRIP” concentrava, na segunda metade dos 1960, clubes e bares onde a nata do ROCK AMERICANO testou fórmulas; juntou forças, e pôs meninos, meninas e adjacências pra curtir e dançar.
Futuras grandes bandas tocaram no “CIRO´S”, no “WHISKEY A GO-GO”, no “THE TRIP”… Depois, a cena espalhou-se, e os frequentadores deram fama a “VENICE BEACH” , “LAURELL CANYON” e “SAN FERNANDO VALLEY”- santuários da contracultura, do novo ROCK, e da vida alternativa.
A cena musical de LOS ANGELES dividiu-se em estilos e tendências muito mais amplos e detalhados do que a de SAN FRANCISCO.
No BOX, dá para identificar a força do “GARAGE ROCK”, com THE SEEDS, MUSIC MACHINE, ELECTRIC PRUNES, STANDELLS, BOB FULLER FOUR, entre incontáveis.
LOS ANGELES foi onde o “FOLK ROCK PSICODÉLICO” emergiu mais forte com os BYRDS, o LOVE, BUFFALO SPRINGFIELD, TIM BUCKLEY, TURTLES, MAMAS AND THE PAPAS, THE ASSOCIATION… e mais “inúmeros poucos”!
Cometas e estrelas ascendentes do futuro “ROCK PROGRESSIVO’ e do “ART ROCK”, como SPIRIT, IRON BUTTERFLY, CAPTAIN BEEFHEART e FRANK ZAPPA, também foram lançados de lá.
Assim como híbridos de BLUES E PSICH, como os DOORS; a fase psicodélica dos MONKEES; e ensaios heterodoxos dos BEACH BOYS, DEL SHANNON e até JAN & DEAN. Todos fizeram discos em “L.A” ou inspirados por lá.
Esta caixa é controversa. Há uma banda batizada com nome absurdo e impróprio para tempos de amor: THE GUILLOTEENS! E, também, UMA DAS MAIS BRILHANTES MICRO-MÚSICAS de toda a galáxia: “JILL”, com GARY LEWIS & THE PLAYBOYS – a beleza e a delicadeza do SUNSHINE POP concentrada em menos de dois minutos!!!! Joia perfeita!
Porém, eu sinto falta de outro ícone da época e grande sucesso de público, os GRASS ROOTS, que poderiam participar com alguma coisa do primeiro ou segundo LP. E não entendo porque não incluíram um novaiorquino de sucesso internacional, e símbolo do POP dançável, e que fez lá carreira e discos históricos ao vivo: “JOHNNY RIVERS”! “LIVE AT WHISKEY A GO GO!, é um clássico!” -. Mas se quisessem, era só incluir “SUMMER RAIN” – FOLK PSICODÉLICO bem no clima daquela década.
Não devo perdoar a injustificável ausência de FRANK ZAPPA & THE MOTHERS OF INVENTION: o crossover entre a VANGUARDA e a ICONOCLASTIA juvenil.
Tudo contabilizado e ponderado, TIO SÉRGIO recomenda esse BOX para “ecléticos seletivos” e os completistas que andam por aqui. É para manter na coleção eternamente!
POSTAGEM ORIGINAL: 14/04/2020

POSTAGEM ORIGINAL: 14/04/2020

Todas as reações:
Carlos Alberto Santos Rocha e Adalberto Dos Santos Cavalcante
47 compartilhamentos
Curtir
Comentar
Enviar
Compartilhar