JOHN LYDON, A LENDA, “P.I.L. METAL BOX” & BEYOND

P.I.L. – THE METAL BOX, 1979 – É A EVOLUÇÃO ARTÍSTICA DE JOHN LYDON – O DIFERENTE!
Eu sempre quis ter esse disco. Uns trinta anos atrás, consegui uma cópia em vinil com a embalagem metálica em mau estado. Eram 3 LPs de 12 polegadas, em rotação 45RPM. Tempos depois, passei para frente… Eu havia aderido aos CDS – fazer o quê!
Agora, comprei essa edição japonesa com três CDs, como a original em vinil. É muito bem remasterizada. A produção gráfica deixa a desejar, porque o texto só vem escrito na língua dos irmãozinhos de olhos puxados… Escutei vários dias para tentar escrever alguma coisa que valha a pena.
Gostei. É obrigatório reconhecer que JOHN LYDON melhorou muito enquanto artista e profissional. Foi criando obra consistente e diferenciada. Na foto, um EP em vinil de 12 polegadas, gravado ao vivo em NOVA YORK, em 2010. Comprei porque achei que seria barato. Não foi… Mas não ouvi; não tenho Pick -up.
A edição de MARÇO 2025 da revista RECORD COLLECTOR traz JOHN LYDON na capa. Matéria imensa, que não li toda. São 14 páginas, espaço somente reservado para gente como BOWIE, McCARTNEY, ou de igual quilate ou fama. É longuíssima entrevista abordando a vida, perrengues a música. Mostra capas de discos que ele gosta, etc…
Mas confesso: eu mal sabia por onde começar a falar sobre o ex – ROTTEN e sua aventura artística; a fama e mística nada recônditas no UNDERGROUND. E e de sua importância para o ROCK após o advento do PUNK. JOHN LYDON, com o P.I.L. – “PUBLIC IMAGE LIMITED” – é considerado o iniciador do PÓS – PUNK, em 1978. Então, fui em drágeas, homeopaticamente.
Mas TIO SÉRGIO, o que é esse tal de PÓS-PUNK?
É vasto Universo expandido abarcando tantas e variadas tendências que se entrelaçam, contradizem, ou reafirmam; talvez bastasse dizer que da NEW WAVE, passando pelo TECHNOPOP, ROCK INDUSTRIAL, MÚSICA EXPERIMENTAL ELETRÔNICA, ROCK ALTERNATIVO, e até o GRUNGE, é tudo obviamente PÓS-PUNK.
E LYDON com o P.I.L. flerta inclusive com sobreviventes meio tortos do KRAUTROCK, tipo o “CAN”; e remanescentes do PROGRESSIVO como “PETER HAMILL” e o “VAN DER GRAAF GENERATOR”. E sem deixar de lembrar do “KING CRIMSON”, cujo álbum RED foi encontrado no CD player de KURT COBAIN – o “GRUNGE” primordial com o NIRVANA -, quando ele se suicidou.
De certa forma, todos de algum modo foram aliciados para orbitar esse “AMPLO RÓTULO RELUZENTE”!
Você tá maluco de vez, TIO SÉRGIO?
Acho que não. Mas muita gente sustentaria que sim… Eu só exponho a controvérsia.
Estão na formação da música do “P.I.L” desde o “CAPTAIN BEEFHEART”; lascas de “ALICE COOPER”; e “JOHN CALE” do VELVET UNDERGROUND. E tudo amalgamado ao GOTHIC ROCK, confeitado por levadas do REGGAE, e coisas de WORLD MUSIC distorcidas via o guitarrista NICK SCOPPELITS, e baixistas alternativos, como BILL LAZWELL; e JAH WOBBLE – e seu ritmo e andamentos marcantes e repetitivos.
E para arrematar, bem azeitado por “DANCE MUSIC MEIO TRIBAL”; misturada nessa “fritada” ROCK do “suis – generis” KEITH LAVENE, estilista da guitarra, de som cortante até os nervo, como bisturi; e pontiagudo – penetrando ouvido adentro feito agulha!
Tudo isso embalando as letras de LYDON, cantadas por ele de maneira peculiarmente estudada e – pasmem!!! – “afinada”: porque cheia de estilo e personalidade, controlando as dissonâncias, interpretando e dando sentido ao trabalho da banda – que é boa e sustenta o impactante e criativo caos gerado!
Pra tentar resumir de outro jeito, fiz um apanhado de conceitos e adjetivos usados para definir a música do “P.I.L”: DARK, ANSIOSA, RITMICAMENTE REPETITIVA, FRIA, AVANT GARDE, DISSONANTE, ABSTRATA, NIILISTA, SARCÁSTICA, HIPNÓTICA, RUDE, ETÉREA, MISTERIOSA, CATÁRTICA e NOTURNA!”
Deu pra sacar?
Provavelmente, porra nenhuma!
Ou quem sabe alguma coisa se depreenda nessa maçaroca diferenciada e cativante…
JOHN LYDON levou o grupo em um crescendo de fama e performance pelos primeiros quatro discos do P.I.L. Depois, ele e banda ao tentar fazer o quinto, chamado de simplesmente ALBUM, se desentenderam. E como havia mais grana para produzir, LYDON saiu do alternativo geral e contratou gente famosa e craque:
GINGER BAKER e TONY WILLIANS na bateria. STEVE VAI, na guitarra e LEON SHANKAR, violino. E junto com BILL LAZWELL, na produção e no baixo, gravaram rapidamente o disco. Ninguém foi creditado nos encartes ou capas, mas todos ganharam bem…
O álbum ficou espetacular!
LYDON já passou dos 69. Esteve com a mesma mulher, a ex -modelo NORA FORSTER de 1979 até 2023, quando ela morreu de ALZHEIMER, aos 80 anos. Ele deixou de fazer shows durante bom tempo para cuidar dela. Pouco depois, seu empresário e amigo desde o começo, JOHN “RAMBO” STEVENS, também morreu, o que o pôs fora de rumo. Antes, ele também se tornara íntimo do tecladista KEITH EMERSON, um suposto antípoda estético – não eram…. Foram vizinhos na Califórnia. E JOHN foi dos primeiros a chegar para o ver o amigo que havia se suicidado. É um cara ético, como a gente percebe nos três casos
Li coisas surpreendentes para um indivíduo tido como drogado e maluco… O que se sabe de verdade, é que fuma loucamente; bebe cerveja LAGER, e torce pelo ARSENAL.
LYDON pode ser muita coisa, mas irracional e ingênuo não é! No decorrer da vida, demostrou ser um cara comunicativo e excelente relações públicas. Ele é muito esperto e inteligente. Li que a sua fortuna é imensa! Um ativo de 245 milhões de dólares: perto de um R$ 1 BILHÃO E MEIO DE REAIS!!! mais ou menos. Você leu corretamente! hummmm!!!!!
Devemos acreditar? ROBERT SMITH ( THE CURE ) muito mais ativo e famoso, e de carreira contínua e bem sucedida, teria um ativo de $ 44 milhões de dólares… O salto cósmico na riqueza de LYDON cheira improvável… Mas, vai saber, né! Por quê ele mentiria, atraindo o fisco contra si mesmo?
Anos atrás, ele perdeu ação contra os SEX PISTOLS, porque se opôs a licenciar as músicas da banda para uma série feita sobre eles… Ainda assim, faturou $ 5 milhões de dólares com a cessão…
Ao contrário da maioria dos punks, JOHN LYDON sempre foi e permanece um eclético e antenado amante de música. Não o compare ou confunda como STEVE VICIOUS, colega nos SEX PISTOLS.
JOHN LYDON gosta de COLTRANE, adora MILES DAVIS, e os citados que o influenciaram, entre muitos e muitos outros. JOHN aprecia RAY DAVIS, NEIL YOUNG e BRYAN FERRY. Sua coleção de discos é imensa e, segundo ele, impossível de ser transportada de LONDRES, onde tem casa, para MALIBU, na Califórnia, onde passou a morar.
Ele está em plena atividade. Eu o assisti com a banda no YOUTUBE, não muito tempo atrás. Entrou na “vibe” de seus pares de geração, THE CURE, SIOUXIE, NEW ORDER, etc… no mesmo tipo de som, algo “PROG” que, no caso dele, faz todo sentido estético.
Enfim, este é um breve perfil de JOHN LYDON, um artista e homem um tanto longe do que aparenta ser! Eu recomendo que ouçam este rebelde surpreendente! O interesse pela obra dele vem aumentando. Vale tentar.
POSTAGEM ORIGINAL 20/04/2025
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