YARDBIRDS EM METÁSTASE, OS PROGRESSIVOS: RENAISSANCE, ILLUSION E ANNIE HASLAN SOLO

THE YARDBIRDS foi excelente banda dos “sixties”, contemporânea dos BEATLES, e principalmente dos ROLLING STONES, com quem compartilhavam um viés para o BLUES e o R&B.
Histórica e fundamental, lançou três ícones da guitarra: ERIC CLAPTON, JEFF BECK e JIMMY PAGE. Está nas bases do HEAVY METAL e do HARD ROCK, com PAGE e o LED ZEPPELIN. E menos verticalmente com o JEFF BECK GROUP.
Porém, é menos lembrado que esteve na gênese da PSICODELIA INGLESA, com várias gravações entre 1965 e 1967. E, mais importante, ajudou a consolidar o desenvolvimento do ROCK PROGRESSIVO, quando o baterista JIM McCARTHY e o vocalista KEITH RELF deram origem à primeira formação do RENAISSANCE, também consequência do mesmo espólio.
Quando os YARDBIRDS entraram em colapso, em 1968, McCARTHY e RELF experimentaram outros caminhos com JANY RELF, irmã de KEITH, cantora de estilo e voz mais lúgubre. E trouxeram o pianista JOHN HAWKEN e o baixista LOUIS CENNAMO. Aliás, a mesma base que retomou o PROGRESSIVO em 1977/1978, com o ILLUSION, na cola do sucesso feito pelo RENAISSANCE remodelado.
Voltando à história, o pulo do tigre, para a primeira versão do RENAISSANCE, foi a FUSÃO de FOLK INGLÊS e MÚSICA CLÁSSICA DE CÂMARA. Gravaram dois álbuns interessantes, embrionários: RENAISSANCE, 1970; e ILLUSION, 1971, em que o guitarrista MICHAEL DUNFORD, já participa.
Mas bem longe da experiência SOLAR, e de grande sucesso que o grupo totalmente modificado passou a viver à partir de PROLOGUE, 1972, com a icônica vocalista ANNIE HASLAN; o próprio DUNFORD, o tecladista JOHN TOUT; JOHN CAMP no contrabaixo, e o baterista TERRY SULLIVAN.
A ascensão do RENAISSANCE foi vertiginosa, com discos sempre melodiosos, bem produzidos, muitas vezes excessivamente melífluos, mas colecionáveis e inesquecíveis. ASHES AR BURNING, 1973; TURN OF THE CARDS, 1974; SCHEHERAZADE, 1975; LIVE AT CARNEGIE HALL, 1976; NOVELLA, 1977, são os que tenho e postei. Há outros.
Quem curte ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO não deixa de notar a inspiração que o RENAISSANCE buscou nos MOODY BLUES, por exemplo. E está, também, no vértice com a NEW AGE MUSIC, disseminada e autônoma décadas para cá.
ANNIE HASLAN sempre teve luz e carreira próprias. Inspirou KATE BUSH e ENYA. E é nítida a influência dela em FLORENCE & THE MACHINE e seu progressivo contemporâneo light. Deixou, inclusive, certo retrogosto em LANA DEL REY…
HASLAN gravou discos instigantes, como ANNIE IN THE WONDERLAND, produzido, em 1977, por ROY WOOD, seu ex-“namorido”; notório e CULT “maluco beleza”, e um dos criadores dos britânicos THE MOVE, e ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA, na década de 1970.
Em 1989, ela gravou para a EPIC outro disco memorável, chamado simplesmente ANNIE HASLAN. A versão de “MOONLIGHT SHADOW”, original de MIKE OLDFIELD; e “THE ANGELS CRY”, com a participação de JUSTIN HAYWARD, dos MOODY BLUES, são deliciosas.
Vale relembrar mais outro artefato CULT e RARO: “UNDER THE BRAZILIAN SKY”, gravado em PETRÓPOLIS, na concha acústica do PALÁCIO IMPERIAL. Não sei precisar se é o mesmo que vi em edição PIRATA, com FLAVIO VENTURINI e BANDA. Mas, é, também, disco imperdível e colecionável.
ANNIE, pessoa carismática, aberta e simpática, e o RENAISSANCE, excursionaram no BRASIL não muito tempo atrás, com outra “banda discípula”: o CURVED AIR, de SONJA CHRISTINA – cantora mais na linha de … JANE RELF – nada SOLAR.
Os CDs na foto são da minha coleção. A maioria em edições japonesas. O RENAISSANCE é Imprescindível para compreender e gostar de algumas belas e sofisticadas tendências do ROCK na década de 1970: o PROGRESSIVO SINFÔNICO E SUAS ADJACÊNCIAS.
POSTAGEM ORIGINAL REVISTA DE 01/06/2022
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