Há possíveis mitos e verdades sobre o JETHRO TULL. Aprendi com meus alfarrábios que IAN ANDERSON foi assistir a um show de SIMON & GARFUNKEL, e comentou com amigo: “Mas é só isso? Pô, eu consigo fazer melhor!!!”
E fez, em minha opinião! Aliás, fizeram… Mito ou verdade?
Em um dos encartes que li ANDERSON conta que trocou sua guitarra, que havia pertencido a LEMMY – AHHHH… vocês sabem quem é!!! – por uma flauta Selmer “de entrada”.
E foi o que deu o tom diferenciado à banda e fama a si mesmo. Mas não a “paternidade”: o TRAFFIC já usava flautas e sopros e, sabe-se lá, pode ter sido inspiração…
É também verdade que TOMMY IOMMI, futuro BLACK SABBATH, tocou uns meses no TULL, em 1968. Gravou?
Descobriram que sim! Conhecem aquele disco de época, que saiu posteriormente, chamado “ROLLING STONES ROCK AND ROLL CIRCUS”? O JETHRO TULL participa e o guitarrista é o TOMMY!
Mas, tudo isto é acessório e imagem. O que vale é a obra concebida, parida e burilada pela banda. É curioso que não tenham ao menos tangenciado a PSICODELIA.
O primeiro álbum “THIS WAS”, era algo garageiro e próximo ao “ENGLISH BLUES” daqueles tempos. Damos graças à guitarra de MICK ABRAHAMS. Curioso: o JETHRO justapôs o BLUES ao FOLK, e ornamentou com tingimentos JAZÍSTICOS. É rude e áspero, mas tem algo de DAVE BRUBECK, digamos, “EASY LISTENING” … tipo assim injetado: está lá “Serenade to a Cukoo” de ROLAND KIRK!
O uso da flauta expandiu a banda em direção ao JAZZ. E IAN ANDERSON tocava fazendo “scating” com a voz, como ROLAND KIRK. O caminho não ficou tão longe…
JETHRO TULL, FLEETWOOD MAC, SAVOY BROWN, TEN YEARS AFTER, PINK FLOYD, FREE e HUMBLE PIE, para citar poucos, são “vizinhos” de geração. E todos, entre 1967 e 1969, estavam naquele lusco-fusco sonoro até hoje ainda não bem titulado. Porque não é PSICH, nem FOLK, e nem BLUES. Ainda não se havia definido completamente o ROCK PROGRESSIVO. Não durmam com um barulho desses!!!!
O JETHRO TULL como o conhecemos surge à partir do segundo disco, “STAND-UP”, de 1969; e se estabiliza no magnífico BENEFIT, em 1970; ambos entre o pesado e o FOLK; o urbano e o bucólico.
JETHRO sempre foi banda excelente, e prestem atenção ao craque JOHN EVANS arrasando no piano! Ouçam e tenham o imprescindível e “quase”- coletânea “LIVING IN THE PAST” (1972). Atentem, principalmente, para o lado gravado ao vivo! Eles foram e são grande sucesso nos EUA, e até hoje. Ultra merecidamente, diga-se!
Em 1971, eles sobem como foguete em ACQUALUNG, com o riff histórico e matador. É álbum conceitual que marcou época, inclusive pela capa impactante.
Para a imensa legião de fãs, é o melhor disco deles. Ainda bem que não há concordância plena! Já que alguns de seus LPs estão em mesmo nível.
E, por que tal impulso?
Uma das razões é a simbiose entre o IAN e o novo guitarrista. MARTIN BARRE incrustou no grupo a essência da guitarra pós HENDRIX, BECK, PAGE E CLAPTON:
Distorção controlada, agressiva e, ao mesmo tempo, melódica e fora dos cânones do BLUES. É a guitarra soando mais próxima a DAVID GILMOUR, portanto mais progressiva; mais tempos futuros…
MITO e RITO prontos; e o foguete permaneceu siderando. É o JETHRO TULL clássico e inconfundível que paira na estratosfera da música! É magnífico, até hoje.
“THICK AS A BRICK” é o começo de nova história. Tão grande e variada quanto essa. Mas cheia de percalços exigindo outras atenções para decifra-la. Qualquer hora eu tento…
Ah, tá; se vocês não lembraram quem era o LEMMY, eu refresco a memória. Foi o histórico baixista, cantor de voz rouca, e fundador do MOTORHEAD. Nada a ver com eles? Tenho dúvidas…
Percam-se no som e talento desta banda inigualada!
POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2020

POSTAGEM ORIGINAL: 14/07/2020
