DOORS – THE SINGLES – JAPANESE EDITION – SHMCD

“I WOKE UP THIS MORNIN’
I GOT MYSELF A BEER”
THE FUTURE´S UNCERTAIN
AND THE END IS ALWAYS NEAR..”
“Roadhouse Blues”
THE DOORS talvez tenha sido a BANDA AMERICANA ÍCONE da segunda metade da década de 1960. E o motivo “é” JIM MORRISON (sim, no presente, porque transcendeu épocas e permanece).
Não, não foram os melhores no cenário; e nem os que mais venderam discos. Mas se tornaram de importância capital para a definição daqueles tempos de rebeldia, contestação e quebra de valores tradicionais.
JIM MORRISON “é” uma espécie de gênio anárquico. Tinha inteligência enorme, carisma gritante; foi criatura exuberante. E, para excitar legiões de garotas, e adjacências, era um cara bonito e sensual, que sabia expor-se.
A bela voz de “baixo – barítono” marcou época – enquanto não foi inteiramente destruída por gandaia, falta de cuidados, e excessos múltiplos.
MORRISON transitou, em seu auge, em constante decadência pessoal, e irrequieta vida sexual. Emulava seus ídolos negros do R&B e da SOUL MUSIC, bebendo e se drogando meio sem rumo, e coalhado por poesia e retórica. Aguentou até 1971, e morreu em PARIS. Destino poético e muito simbólico!
JIM foi uma contradição peripatética. Filho de almirante da frota americana, com quem jamais entendeu-se – é claro! -; era semelhante a um BEATNICK da década anterior, porém “trasfegado” para o seu tempo.
MORRISON estudou cinema na U.C.L.A, em LOS ANGELES, onde foi colega de FRANCIS FORD COPPOLA. Fez um filme “curricular” experimental Era um romântico; hedonista.
As composições que fez têm algo de “visual”; e são misteriosamente imprecisas. Desafiadoras. JIM MORRISON “escreve” muito bem. É autor estudado em UNIVERSIDADES, e objeto de teses por suas poesias originais, enigmáticas… e vasto sei lá o quê!
Sua maluquice meteórica juntou-se a RAY MANZAREK, ROBBY KRIEGER e JOHN DENSMORE, em 1966. AHHH, vocês sabem quais instrumentos tocavam… Os três se tornaram veículos para a voz e rebeldia de MORRISON. Formaram banda, criativa e adequada – enquanto duraram. Transitaram pela BLACK MUSIC de maneira peculiar. Alguns SINGLES impressionam pela FUSION que conseguiram entre o PSICH ROCK e o R&B; sempre arranjados com muito requinte, bom gosto e ímpeto!
No estúdio, foram excelentes; apesar das loucuras de JIM. E o tempo inteiro tiveram dificuldades para colocar MORRISON em condições de cantar. Mas, fizeram….
Quem assistiu ao filme sobre os DOORS percebeu que os shows eram rituais de horror; geravam rebeliões em teatros, e deixavam a polícia em ponto de bala para intervir.
JIM era um libertário extravagante o suficiente para desafiar a caretice “intrínseca” da sociedade americana, e dar conteúdo simbólico a um período histórico riquíssimo.
O filme catapultou para a História JIM MORRISON e os DOORS. Definitivamente!
Em essência, THE DOORS era um grupo BEAT/R&B mesclado com ROCK PSICODÉLICO. Aquele órgão inesquecível de RAY MANZAREK, que transita – e transcende – por todas as faixas e discos, é marca de um tempo preciso e glorioso.
Eu tinha uns 14 anos quando ouvi LIGHT MY FIRE pela primeira vez. Foi em 1967; e percebi algo que vinha mudando em mim, desde a primeira vez que escutei THE BYRDS, em 1965.
O RIFF com teclado, no início da faixa, vale a música. A voz BLUESY e a interpretação de JIM MORRISON são antológicas. Percebi a conotação sexual irresistível, cinquenta e tantos anos atrás! É um dos maiores SINGLES da história do ROCK!!!
Os DOORS consolidaram em mim “mutação existencial” irreversível. O primeiro quadro “que cometi” – porque horrendo! -, tem o JIM e suas ideias como tema!!!
O SINGLE e, claro, o COMPACTO SIMPLES trazem a versão reduzida, sem a parte JAZZY/R&B/ PSICODÉLICA da extensão do solo do “FARFISA” de MANZAREK, parte da versão original do primeiro LP.
É uma catarse concisa. Tudo resolvido em menos de três minutos! Inesquecível!
Aqui estão todos SINGLES, lados A e B, inclusive os sem JIM MORRISON. Foram lançados pela ELEKTRA RECORDS, e nesta edição, coligidos pela RHYNO, em 2017. A maioria em MONO. Na época não existia o STEREO para SINGLES, EPS e COMPACTOS.
O repertório vai das seminais BREAK ON THROUGH e PEOPLE ARE STRANGER, passando pelas esfuziantes HELLO, I LOVE YOU, TOUCH ME e LOVE HER MADLY, até a expressiva e horrendamente macabra THE UNKNOWN SOLDIER. E deságua em ROADHOUSE BLUES e na bela RIDERS ON THE STORM.
Sobram estilhaços como GLORIA, de VAN MORRISON, em interpretação visceral de JIM! E
CHANGELING, um HEAVY BLUES sensacional e meio desapercebido. São 44 mísseis “transtemporais”!!!!!
Eu adoro os SINGLES gravados com JIM! E o meu predileto é uma das canções mais enigmáticas e bonitas que fizeram: WISHFUL SINFUL, 1969.
Após a morte de JIM MORRISON, o óbvio foi confirmado: THE DOORS não existe sem ele.
Nem preciso recomendar este CD duplo, também lançado no BRASIL. Aqui estão partes suficientes da alma de um grande artista, e de uma banda histórica!
Guerreiem, se preciso, para tê-los!
POSTAGEM ORIGINAL: 23/07/2023
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