VERVE RECORDS – THE SOUND OF AMERICA – 2013 THE SINGLES COLLECTION – 1947 / 2001 – LANÇAMENTO 2013

COLEÇÃO DESSA DEMOCRÁTICA E REVOLUCIONÁRIA MARAVILHA: OS “SINGLES”.
Há dias em que o TIO SÉRGIO agradece à vida e as Céus por existir, e ter o privilégio de ser contemporâneo a certas maravilhas quase indescritíveis!
O tempo inteiro estamos submetidos a quantidade imensa de irrelevâncias, ou a bens culturais simplesmente ruins. Em geral, há pouco incentivo para ultrapassar o hipermercado de vulgaridades que nos oferecem.
Mas nem sempre. E, se procurarmos bem, há muita coisa além do meio-fio. E como há!
Dia desses, caçando pelaí via internet, dei de cara com esta caixinha espetacular! Eu já sabia dela; tinha dado uma biscoitada, anos atrás. Mas, como a FADINHA MASTERCARD não aceita desaforos, fui adiando até que rolou cachoeira virtual abaixo…e sumiu.
Hoje, é um objeto raro e precioso!
É BOX com cinco CDS, contendo CEM SINGLES de JAZZ e seus arredores, lançados pela VERVE RECORDS durante sua fase áurea, e traz artistas magníficos e gravações mais ainda!
O BOX em si não está bem conservado. Mas o LIVRETO, os CDS e respectivas capas estão em núpcias com a perfeição! Custou relativamente pouco. Anos atrás, saiu por uns R$ 160 mandacarus, incluindo o frete. Algo em torno de $ 35,00 TRUMPS. Foi comprado através da AMAZON.
Há várias gravações lançadas em 78RPM, e principalmente SINGLES – aqui no BRASIL conhecidos por COMPACTOS – simples ou duplos. São artefatos que simbolizaram o máximo da popularização e popularidade, que um artista podia almejar.
É o produto mais democrático que a indústria da música criou e dispôs para os seus consumidores. Satisfazem do milionário ao pobre. É o hit em “gotas” pronto e barato para os fãs; ideal para as rádios; e meio simpático para divulgação do artista. Todo mundo gosta!
Dos anos 1940 em diante, o SINGLE tornou-se tão importante que, em 1956, havia mais de 750 mil JUKEBOX, as máquinas de tocar discos, espalhados pelos EUA!!! Não vou repetir!!!
Os SINGLES deram vida aos bares; foram instrumentos para disseminação de HITS; portanto, fomentadores de vendas. Além de meio eficaz de produzir receitas financeiras através de royalties, sempre que postos a tocar em JUKE BOXES – formavam o “STREAMING” da era do vinil.
FRANK SINATRA foi quem modernizou a estratégia de marketing da música. Ele exigia das gravadoras lançar SINGLES, um atrás do outro. Era o seu compromisso com os fãs, que ele jamais deixou de lado.
SINATRA somente trocou a COLUMBIA RECORDS, nos 1950, quando teve certeza de que a CAPITOL usaria os LPS para o seu trabalho mais refinado; e manteria para o consumidor normal SINGLES em profusão. Um respeito à livre escolha do cliente…E uma ideia de gênio!
A VERVE mesmo especializada em JAZZ, BLUES e imediações, aproveitou-se bem esse mercado. Usou e divulgou talentos como CHARLIE PARKER, LESTER YOUNG, OSCAR PETERSON, ELLA FITZGERALDO, JIMMY SMITH, BILLIE HOLIDAY, e tantos e tontos…
Depois, lançou a BOSSA NOVA, com STAN GETZ, TOM JOBIM, ASTRUD e JOÃO GILBERTO, na fronteira com a década de1960. O SINGLE “GAROTA DE IPANEMA” vendeu feito chicletes.
A VERVE foi além do JAZZ e do POP sofisticado, e incentivou lançamento em SINGLES de canções temas de filmes.
E gravou, também, artistas como WES MONTGOMERY, BILL EVANS e WILTON KELLY em HITS melodiosos/melosos; precursores do LOUNGE. A gravadora jamais perdeu o foco no que era vendável. E animou festas incontáveis através de seu elenco primoroso tocando músicas dançáveis e alto astral! Jamais se ouvirá HOOCHIE COOCHIE MAN, de MUDDY WATERS , como na versão de JIMMY SMITH! Suprema!
A gente costuma esquecer, mesmo porque fora do “core” da gravadora VERVE, que o VELVET UNDERGROUND; THE BLUES PROJECT, RIGHTEOUS BROTHERS, RICK NELSON e FRANK ZAPPA & THE MOTHERS OF INVENTION também gravaram por lá! Mas não fazem parte desse BOX, que é focado no JAZZ, BOSSA e algum BLUES..
Tudo considerado, o SINGLE é o artista em essência iluminado para consumo. A maioria dos LONG PLAYS, em qualquer época, não resiste ao filtro de audição mais crítica. Grande parte das músicas é para preencher o espaço. Um SINGLE, ou um EP são mais honestos. Os tempos que correm e os custos de produção, poderão impor um novo padrão. Seja como for, é um BOX espetacular, animado e variado; retrato perfeito do talento de seus artistas. Se aparecer na frente, não deixe passar!
POSTAGEM ORIGINAL:: 31/07/2021
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