PINK FLOYD – ATOM HEART MOTHER. 1970: EM BUSCA DA EDIÇÃO ADEQUADA PARA OBRA DE ARTE POLÊMICA. E OS CONCERTOS NO “HAKONE APHRODITE FESTIVAL” JULHO 1971.

É o famoso, impressionante e CULT álbum, do ponto de vista do design e das fotos; e, principalmente, por causa da espetacular ATOM HEART MOTHER, que ocupa o lado A inteiro do Long Play original.
Eu e milhares, quem sabe milhões, adoramos esse disco! Para outros, é o “infame” ” DISCO DAS VACAS “… Os membros do PINK FLOYD, e muita gente mais, odeiam o disco!
Não é a primeira vez que o TIO SÉRGIO se debruça em torno desse enigma.
Mas por que não gostam?
No decorrer dos tempos, eu tive e ainda mantenho várias edições: Long Play, e alguns CDs.
A produção e a captação originais são boas. Inclusive mantendo o clima lúgubre, “enfumarado” – digamos – entranhado nos discos criados pelo PINK FLOYD.
As edições subsequentes à original foram mais ou menos semelhantes. As últimas atualizações vieram em 2016 e 2021. E, francamente, não trouxeram nada de novo, ou entusiasmante. Inclusive a que vou comentar.
Talvez falte certa mudança de perspectiva na percepção da obra, que já ultrapassou meio século. É possível que necessite da imersão total de alguém de fora e mais jovem. Um produtor craque próximo do ROCK PROGRESSIVO, e de preferência cria do “ocidente”- ambiente cultural onde o álbum foi gestado.
Tá bom. tá bom! Meu candidato para rever e atualizar o trabalho é o STEVEN WILSON…
ATOM HEART MOTHER é obra sofisticada, composta e orquestrada pelo maestro RON GEESIN, também coprodutor, e pessoa muito próxima a ROGER WATERS. São várias partes distintas, porém integradas ao todo da peça.
A presença da orquestra é ultra necessária ao conceito deste álbum. E, claro, há um coro espetacular, imprescindível para realizar os vocais sem letra definida. Resumindo, é ROCK PROGRESSIVO SINFÔNICO, que abarca outras distinções de vanguarda, como elementos inspirados na MÚSICA ELETROACÚSTICA.
Mas TIO SÉRGIO, com tudo isso incorporado onde estaria o problema?
Há certo consenso de que o resultado de verter, ou reproduzir a suíte “A.H.M” em concertos ao vivo, foi insatisfatório. Durante as turnês, as orquestras contratadas não puderam ser mantidas, e mudavam constantemente, rompendo a unidade necessária entre orquestra, banda, e etc… Portanto, não conseguiram fazer shows em nível adequado.
Eu suponho que esses problemas devem ter aumentando em DAVID GILMORE, ROGER WATERS, RICK WRIGHT e NICK MASON a aversão pelo álbum, reforçando a ideia de um fracasso artístico.
Para o LONG PLAY seguinte, MEDDLE, lançado em 1971, foi mais bem desenvolvida uma peça original que tomasse um lado inteiro do álbum: ECHOES. A orquestra foi eliminada ; e, na obra inteira mantiveram a concepção de ROCK PROGRESSIVO e outras experimentações. E não esqueceram elementos do FOLK em algumas faixas.
Ou seja, confirmaram a transição após a fase psicodélica com SYD BARRETT, focando na vanguarda do ROCK daqueles dias. À partir dali, deram pra lá de certo, artística e comercialmente!
PINK FLOYD, NO JAPÃO – HAKONE APHRODITE FESTIVAL, 1971
O BOX JAPONÊS desta postagem contém a versão integral de estúdio de ATOM HEART MOTHER, atualizada em 2021. É igual às disponíveis no momento.
Mas o que motiva os colecionadores é o segundo disco, um BLURAY DISC onde estão os concertos do PINK FLOYD no festival; um documentário com FOOTAGE desde o Aeroporto, cheio de fãs, o translado em carro até o HOTEL, E etc. O filme original é de época, e o mais bem recomposto possível. É documento histórico para banda.
O BOX é bonito, atraente, bem concebido e com material impresso de boa qualidade. Custou o equivalente a $60 TRUMPS – dólares, é claro! Estão aqui livretinho com as várias fotos das VAQUINHAS da capa, junto com as letras em inglês, e algumas informações técnicas.
Há também, reprodução de POSTERS; outro livreto com texto em japonês sobre o evento ( acho que é isso… ), onde estão diversas fotos da banda, em várias situações.
Compõe o BOX mais um livreto com fotos de outros artistas que participaram do HAKONE APHRODITE FESTIVAL, a maioria japoneses – e o mais conhecido é o saxofonista SADAO WATANABE – também ligado à música brasileira.
Além do PINK FLOYD, atração principal, estiveram por lá a cantora FOLK americana “BUFFY SAINTE – MARIE”, e o grupo “bubblegum” “1910 FRUITGUM CO.” Pelas fotos, havia atrações para todos os gostos.
No entanto, o CONCERTO DO PINK FLOYD foi muito mal gravado e filmado. Coisa de amador.
ATOM HEART MOTHER , por exemplo, é uma verdadeira ruína estética. Dá pena ver GILMORE e WATERS cantando!!! Cansados e sem voz, balbuciando, já que não há letra guia na canção inteira. A performance da banda reflete a ausência de aparato técnico – artístico necessário para obra de tal porte.
É a prova de que não pode ser executada apenas por um quarteto. As outras faixas músicas que tocaram, inclusive ECHOES, saíram um pouco melhor, porque mais adequadas a um concerto ao ar livre. Porém, a qualidade do som é abaixo da crítica.
Tudo considerado, apesar de adorar o ATOM HEART MOTHER, confesso que não estou satisfeito com as edições disponíveis. Vou esperar que o STEVEN WILSON, ou algum amiguinho de olhinhos puxados, ou talvez um alemão recheado por chopps e “steinhaeger”, entre em algum estúdio, e recrie a edição adequada.
POSTAGEM ORIGINAL: 02/11/2025
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