Vou começar diferente: você sabe discotecar? Preparar trilhas sonoras para uma festa ou reunião entre amigos?
É mais difícil do que parece. Eu vou dar umas sugestões.
“TIO SÉRGIO, você já foi D.J?”
Não, não fui.
Mas, nesses tempos dos CDS graváveis eu me diverti fazendo trilhas para amigos, reuniões, jantares com pouca gente, festinhas, essas coisas.
Selecionei músicas para tocar em casa e no carro. E presenteava aos mais íntimos, também! Acho que ficaram legais, adequados!
A minha receita é relativamente simples:
Há uma regra básica e vital. A festa nunca é para você; mas para todos, portanto:
1) Eu descobria mais ou menos o público alvo e o quê ele esperava;
2) Equilibrava seleção de música e artistas entre vários gêneros, que, supostamente, a média dos presentes iria gostar;
3) No set entrava “quase” de tudo. Eu não fazia demagogia ou populismo cedendo ao mau gosto. Mas, não deixava ninguém sentir-se excluído;
4) Tocava coisas que todos conhecem;
5) Escalava músicas que a turma “achava” que conhecia;
6) E, botava pra rolar artistas desconhecidos, mas conectados ao clima da festa. Entram as novidade – velhas ou novas – elas são imprescindíveis;
7) A regra intransponível: tudo tem de ter “ar de balanço”; de festa; e os pés não podem deixar de marcar o ritmo.
Costuma dar certo.
Eu sou fã de D.Js, para não dizer que os invejo!
Claro! Imagine aquele monte de discos e você, o déspota esclarecido ( ou ensandecido? ) , orientando o quê vai ser tocado ou selecionado, sob a batuta do seu gosto, timing e imaginação!
Fazer o mundo se divertir não tem preço ou poder que supere! Pôr a turma para dançar, então, é arte dificílima!
Todos já vimos um grande artista ou banda dominar o ambiente. É mágico; mas organizado por você é imperdível! Sensação de poder à parte – porque é responsabilidade traiçoeira -, é um espaço fantástico e muito divertido para atuar!
E, mais ainda para alguém que não sabe e nunca soube dançar: Eu, me, myself and I; prazer em conhecê-los!!!
E aí entra esta fantástica coleção de MOD JAZZ, da ACE / KENT RECORDS que, acho, completei.
São coletâneas do que rolava nos clubes onde jovens se reuniam, na Inglaterra, nos anos 1960!
Antecediam apresentações de gente como os ROLLING STONES, YARDBIRDS, GEORGIE FAME, GRAHAM BOND, BEATLES…, e quem mais vocês pensarem.
Era a antessala da festa. Singles e faixas de LPS com gente desconhecida, e outros famosos; mas todos focados em festa, dança, momentos lúdicos. Coadjuvantes para um altíssimo astral para beber, conversar, paquerar, e o que fosse!
Nesta coleção tem o que você imaginar e muito mais!
NINA SIMONE, JIMMY WHITERSPOON, SAMMY DAVIS JR, OTIS SPAN, T.BONE WALKER, JIMMY SMITH, RHITHM´N´BLUES, SOUL, ROCK, BLUES, B.B.KING, JOHN LEE HOOKER… Imagine americanos famosos ou não; ingleses em ascensão ou não; há gente de todo tipo.
É salada mista e colorida da melhor qualidade, variedade e sabor!
E a turma da ACE/KENT os juntou nesses nove CDS ( por enquanto?) e entre vários esparsos “pela aí”, feitos por outras gravadoras.
Não perca! Vale uns mandacarus e boa vontade para colecionar, ouvir, curtir, viajar, e vasto sei lá o quê!
Em uma das faixa, com o pianista OTIS SPAN, um BLUES fantástico, eu aposto a sua orelha para um picadinho à VAN GOGH, que era o JOHN MAYALL cantando!