HERBIE HANCOCK – 5 ORIGINAL ALBUMS – BLUE NOTE – 1962/69

HERBIE está em nível de MILES DAVIS.

Sua versatilidade, conhecimento da música e seu tempo, aliado à capacidade para pesquisar, tocar, arranjar e interessar-se por tudo e todos que o cercam, tornam quaisquer de seus discos aventuras estéticas cativantes.

Criatura do pós-FREE JAZZ, frases perfeitas no piano, tangenciando do JAZZ LATINO ao COOL JAZZ; da experimentação de VANGUARDA traduzida para linguagem melódica; da BOSSA NOVA ao AFRO JAZZ até a FUSION em todas as suas vertentes, e o que você pensar…

Eu estava em busca deste BOX SIMPLES e antes baratíssimo, e agora nem tanto. Há de tudo aqui: o clássico TAKIN OFF, 1962, onde está CANTELOOP ISLAND; passa por INVENTIONS & DIMENSIONS, com percussão latina e fusões próximas, gravado em 1964…

E há, também, mais dois discos excelentes MY POINT OF VIEW, 1963; e SPEAK LIKE A CHILD, 1968.

E deságua em um disco surpreendente: THE PRISIONER, gravado em 1969. É difícil dizer quem emoldura quem nessa gravação extraordinária: Se o flugelhorn de JOHNNY COLE, o tenor de JOE HENDERSON, ou músicos como HERBIE MANN, JEROME RICHARDSON e outros?

E há uma orquestra de metais, quase todos tendendo para timbres graves, tocando com plena liberdade e expressividade, mas sem perder o senso melódico e harmônico.

Ou seria HERBIE HANCOCK, discretamente brilhando em obra que nos lembra um pouco o MILES DAVIS + 19, do final dos anos 1950?

É VANGUARD JAZZ dialogando em FUSION e, para quase além dos limites do JAZZ!

Tenho a impressão – que não posso argumentar ou provar – de que os músicos sabiam da existência do ROCK pesado, naquele momento contemporâneo, e já tomando a juventude como refém e plateia.

Há sopros tangenciando sutilmente guitarras distorcidas, sem se confundirem com elas. Há quase uma rebeldia contendo o que é o melhor do JAZZ além do clássico; e muito longe do POP, e algo envergonhada do florescente FUSION JAZZ.

Achei estranho, lindo e cativante. Digo que é mera impressão, subjetiva mesmo! Mas quem não procurar esse disco fantástico perderá um elo, ou quem sabe um limite da expressão jazzística!

Tente.

 

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