BAILES E PARADAS DE SUCESSO, ALGUNS “BRANQUELOS” QUE DOMINARAM A CENA ENTRE 1966 E 1972.

Acho que fui a bailes e bailinhos até 1971. Foi rito de passagem obrigatório na minha geração. E não só nela, claro. Era o ponto de encontros e descobertas entre jovens meninos e meninas…

Aqui está parte dos artistas americanos branquelos mais frequentes em bailes por aqui, e também lá fora.

Alguns não vingaram no BRASL, mesmo sendo populares nas paradas do exterior:

FOUR SEASONS, por exemplo, foram enorme sucesso. Concorriam em prestígio com os BEACH BOYS que, aliás, em termos de vendas não chegavam aos pés deles!

Duas bandas de pouco sucesso no BRASIL, mas grandes vendedores de discos, e “Reis das rádios “AM” americanas, foram os GRASS ROOTS e os RASCALS. Os TURTLES nem tanto, mas “HAPPY TOGETHER” é tocada até hoje em rádios de OLDIES. E os COWSILLS, uma FAMILY BAND seguindo a trilha aberta pelo JACKSON FIVE, manteve o seu espaço com a linda “Sunshine Pop” “THE RAIN, THE PARK AND OTHER THINGS”.

No Brasil, não havia bailes ou bailinhos, sem MONY, MONY e CRIMSON AND CLOVER, gravadas por TOMMY JAMES AND THE SHONDELLS. Boa e popular banda, EXPLORADA pela Máfia italiana de Nova York, que ficava com a parte do leão do trabalho dos caras.

THE MAMAS & THE PAPAS rolavam muito com MONDAY, MONDAY; DEDICATED TO THE ONE I LOVE e CALIFORNIA DREAM…E também o excelente THE ASSOCIATION, criador das belíssimas CHERISH e NEVER MY LOVE. Ambos foram grupos famosos pelo VOCAL HARMÔNICO e PERFEITO!

E houve o CLASSICS IV, com TRACES e SPOOKY. E jamais faltavam músicas do CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL, e de JOHNNY RIVERS. Além de outros, como BILL DEAL & THE RONDELLS, em “I’VE BEEN HURTED”; e “JUDY IN DISGUISE”, de JOHN FRED & HIS PLAYBOYS BAND. E o maior sucesso de todos, THE HUMAN BEINZ, com “NOBODY BUT ME”, marcou época e toca até hoje em “festinhas geriatricas”. Entravam, também alguns franceses e italianos, ainda fortes na audiência aqui do HOSPÍCIO DO SUL….

Ahhh, quase ia esquecendo a música pra “Roer Pescoço” da mulherada…. e o “Mela-Cuecas” supremo: “JE T’AIME”, com JANE BIRKIN e SERGE GAINSBOURGH. Era obrigatório! E havia o esperado set com o BREAD, e outras doçuras mortais para “melômanos diabéticos!

Vez por outra, rolavam coisas da JOVEM GUARDA, ROBERTO CARLOS, principalmente. E, eu ainda peguei RAY CONNIFF, JOHNNY MATHIS (PHODIS ?) e EARL GRANT sinônimos de música para dançar, naqueles tempos e um pouco antes…

Claro, baile nenhum dava certo sem a turma não americana, BEATLES e BEE GEES. Mas, se faltasse a inescapável VENUS, com os SHOCKING BLUES; ou coisas dos brasileiros “SUNDAY” não tinha festa! Então, podem ir lembrando aí…

Eu não trouxe para o salão a Música Negra, capítulo vasto e delicioso para ser tratado à parte. E não havia D.Js mais criativos intervindo na festa…

A música brasileira era muito pouco tocada em bailes, naquele tempo. Os jovens mais politizados se rebelaram politicamente contra a música estrangeira, que dominava parte significativa das programações nas rádios brasileiras. Um dos motivos foi a oposição à ditadura, tida como entreguista, também.

O SAMBA entrou pra valer na moda, por volta de 1970. Foi introduzido principalmente por universitários. O chamado “SAMBÃO”, bares especializados em samba e MPB ao vivo, para ouvir e dançar, “viralizaram” rapidamente. E se mantêm até hoje, em rodas e mesas de SAMBA, numa infinidade crescente de botecos pátrios.

O BRASIL prefere a MPB. É um dos poucos países onde a “música americana” não domina o mercado.

E ainda bem!

Um dado histórico curioso: na CONFERÊNCIA DE POTSDAN, reunião diplomática para decidir algumas regras no pós – Segunda Guerra Mundial, a delegação soviética protestou contra a expansão cultural dos ESTADOS UNIDOS no mundo.

Um diplomata disse claramente: “se a coisa continuar desse jeito, daqui uns tempos só vamos ouvir música americana nas rádios de nossos países!”

E não deu outra!
POSTAGEM ORIGINAL 22/04/2023

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