Venho tentando vender este peixe saboroso há um tempão!
Vou explicar: Há incontáveis maneiras e multifacetadas formas de entender, organizar ou simplesmente praticar uma coleção de discos.
Em todo canto deste mundo ímpio tem gente observando, gostando, levando música a sério. Enfim, gente que pode ou poderia estar por aqui entre nós.
Então, mostrar o que se gosta e se conhece e tem, não é prazer exibicionista e narcisista. Em minha opinião, vai além. É jeito de compartilhar, identificar-se com mais pessoas e ideias, mesmo as não exatamente em linha ao que prezamos.
Nos EUA, e por decorrência no mundo inteiro, há colecionadores e juntadores para quaisquer gêneros. Dos macro – temas tipo BLACK MUSIC, ou ROCK, COUNTRY, ou CLÁSSICOS em suas variadas opções. E, mais recentemente, surgiu um subtema curioso: AMERICANA!
Mas, tio SÉRGIO, WHAT HELL ( PORRA, em inglês castiço ) IT`S THIS?
É perscrutar e descobrir e colecionar o que é genuinamente americano. Quase autóctone. É circunscrever artistas, músicos e ideias que estejam intimamente ligados ao jeito americano médio de ver o próprio país, cultura e o mundo.
Uma observação não racista, mesmo que pareça: a imensa maioria de músicos e bandas que se adequariam a isto é composta por BRANCOS!
E por que, tio SÉRGIO?
Porque a música negra já está organizada, há tempos, em vários escaninhos da BLACK MUSIC: vai do JAZZ ORIGINAL ao BLUES, SOUL, RAP, R&B, e diversas formas de POP-ROCK.
Então, o que fazem os caras? Identificam os autênticos e seminais, como exemplos: ELVIS, BILL HALLEY, JOHNNY CASH, BRUCE SPRINGSTEEN, e pletora enorme e variada.
Eu vivo insistindo para os que gostam da MPB tentar montar uma BRASILIANA.
E aí, tio SÉRGIO, o que entraria nesse clube?
Turma quase infinita. Porém, só aqueles que fazem MÚSICA BRASILEIRA AUTÊNTICA. Não necessariamente de raiz; a mais pura, incluindo também, a mais moderna possível!
É preciso faro e observação.
Eu colocaria o CHICO BUARQUE, ZECA PAGODINHO, JOÃO BOSCO, ALDIR BLANC, SAMBISTAS DE MORRO, OS CAIPIRAS AUTÊNTICOS, tipo ALMIR SATER E RENATO TEIXEIRA. E PAULINHO DA VIOLA, e os que publiquei aqui, se não cometi heresias.
É óbvio, sempre restará pontos contestáveis. Muitos, inúmeros, e cada um descobrirá, incluirá, excluirá. É HOBBY pra gente meticulosa, exigente talvez. E, quem sabe, chata….
Por contraste, não entrariam nesta coleção TOM JOBIM, e nem CAETANO, GIL, MILTON NASCIMENTO, EGBERTO GISMONTI, SERGIO MENDES ou EUMIR DEODATO, e a imensa maioria dos novos da MPB.
E por motivo ululante: são todos impregnados por FUSÕES diversas entre o brasileiro e o que rola mundo afora. E nem pense em qualquer ROCK.
E o RAP? De maneira nenhuma! Pois transcrições quase literais do inventado por pretos americanos. Portanto, nesse ônibus embarcam músicas e artistas longe da FUSION, ou qualquer influência estrangeira.
É duro. Seria limitado ou infinito?
Depende de gosto, visão, e talento para conceber. Sempre!
Teria graça fazer isso? E como cada um faria? Eu tenho curiosidade em saber.
De minha parte, jamais construiria uma coleção limitada por tais princípios. Eu vivo nos limites e nas bordas, portanto o raiz e o essencialmente autêntico moram em cantinhos pequenos de minhas estantes.
E você?
Texto original: 11/02/2021
