“CONFESSIN` THE BLUES”: E PARTE DO MEU PRIMEIRO TEXTO NO FACEBOOK!

São 5 LONG PLAYS de DEZ POLEGADAS, típicos do final da década de 1940 e início dos 1950. Traz 44 gravações originais, remasterizadas, e totalmente representativas do melhor BLUES já feito.
Estão aqui os principais artistas: MUDDY WATERS, B.B.KING, BUDDY GUY, HOWLIN`WOLF, ELMORE JAMES, SLIM HARPO, CHUCK BERRY, JOHN LEE HOOKER, ROBERT JOHNSON, JIMMY REED, BO DIDDLEY, e outros mais.
A seleção foi feita pelos 4 “ROLLING STONES” remanescentes à época: MICK JAGGER, RON WOOD, KEITH RICHARDS e CHARLEY WATTS. WOOD, que também é artista plástico, pintou a capa. E há FOTOS dos artistas homenageados; um libreto, e belos textos nas páginas internas do projeto.
A produção GRÁFICA é de alta classe: O BOX reproduz aqueles álbuns antigos que armazenavam diversos discos de de 78 RPM. Os mais jovens talvez não tenham visto. Mas eram normais no passado. Resumindo, é uma edição especial limitada feita pela B.M.G. / UNIVERSAL, e lançada em 2013.
Para a turma que está entre os 50 e os 75 anos de idade, gostar de BLUES era decorrência quase “natural” se você curtisse ROCK. É o meu caso. Eu adorava, e ainda gosto das variações do BLUES nos anos 1960, 1970, 1980 and “BEYOND”. Continuo comprando em CDs e DVDs, já que os coleciono, e os escuto até hoje.
O BLUES que gostávamos na época, não era o TRADICIONAL de ROBERT JOHNSON, JOHN LEE HOOKER, MUDDY WATERS, entre vários. Mas, sim, o BLUES ELETRIFICADO, a B.B.KING; e o modernizado que os ingleses, desde o início dos anos 1960, descortinaram para o mundo.
Pois é, o BLUES é música americana de raiz, antes mais associada ao JAZZ; mas recuperada, reverenciada, e trazida para o mundo POP por bandas inglesas dos anos 1960.
Se não fossem os ROLLING STONES, YARDBIRDS, FLEETWOOD MAC, ANIMALS, MANFRED MANN e infinidade de artistas até hoje em atividade; ícones como B.B. KING e toda a tradição americana teriam tido menos força e, quem sabe, influência bem menor. Muitos já estavam no ostracismo quando o BLUES ressurgiu forte na GRÃ BRETANHA.
Diz a lenda, que os STONES cruzaram com MUDDY WATERS, que pintava as paredes do estúdio, quando foram gravar na CHESS RECORDS, em 1964! Eles ficaram horrorizados! Um destino trágico para quaisquer ídolos em qualquer tempo!
O BLUES espalhou-se graças principalmente a JOHN MAYALL, o mais importante incentivador da geração de ingleses que fazia BLUES.
MAYALL é artista com dezenas e dezenas de álbuns gravados; literalmente acompanhou ou performou com quase todos os grandes nomes do BLUES, tradicionais ou contemporâneos, ingleses ou americanos.
Foi ele quem consagrou ERIC CLAPTON, em 1965; já considerado o melhor guitarrista da Inglaterra, desde os tempos com os YARDBIRDS.
Para saber mais quantos talentos JOHN MAYALL revelou, é só procurar no Google. Ele é um dos que ostentam a comenda de Cavaleiro do Império Britânico; ao lado de PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, JEFF BECK, JIMMY PAGE, e incontáveis.
Mas, por que o BLUES explodiu na GRÃ BRETANHA?
Provavelmente porque os jovens queriam música vibrante como o ROCK AND ROLL da primeira fase – ELVIS PRESLEY, CHUCK BERRY, etc…, mas estilo já meio para o decadente e sem perspectiva. Até que houve a explosão dos BEATLES e da chamada BRITISH INVASION, por volta de 1962/1964.
Grosso modo, na época e como hoje, diversas tendências conviviam. Os BEATLES seriam mais conectados ao ROCK e os ROLLING STONES ao BLUES…
Os clubes e pubs ingleses em geral apresentavam bandas de JAZZ.
Porém, o JAZZ é como a BOSSA NOVA: música urbana para jovens mais sofisticados. A garotada em geral queria agito. Daí o SKIFLE; e depois o BLUES dominou a cena: música mais simples que bate direto nos sentimentos. Tem guitarras elétricas; e combina com paqueras, farras e cervejas…
Pouco a pouco os locais onde se ouvia JAZZ foram migrando para o BLUES, que se revestiu de ROCK; e o resto é o que temos até hoje. Claro, houve renascimento do BLUES também nos EUA – mas no início, e curiosamente, também por influência e exemplo dos ingleses.
O BLUES chegou forte ao BRASIL no começo dos anos 1990, e permanece mais discretamente. Nós temos uma linguagem de POP e ROCK genuinamente nacionais. Mas não há BLUES com identidade brasileira, apesar de bons artistas como NUNO MINDELIS e ANDRÉ CRISTOVAM – que chegou a tocar uns tempos com JOHN MAYALL.
Hoje, no mundo inteiro o BLUES continua firme. Procurem escutar SONNY LANDRETH, JOE BONAMASSA, SUSAN TEDESCHI & DEREK TRUCKS, por exemplo. Sem lembrar do “imorrível” ERIC CLAPTON e da memória do imortal B.B.KING.
Há muito, mas muito mais a ser dito, e infinitamente mais para ser escutado. Portanto, o meu orgulho e honra em apresentar aqui este sensacional BOX!
POSTAGEM ORIGINAL 11/04/2023 e 2013
Pode ser uma imagem de toca-discos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *