Vez incerta, o “TIO SÉRGIO” escutava um programa de RÁDIO onde tocavam ROCK com aquela falsa compreensão do que as coisas significavam.
Colocaram um grupo brasileiro qualquer fazendo um pastiche barulhento e mal acabado dos MAMONAS ASSASSINAS. Piadinhas sem graça com simulacros de HEAVY METAL. E o apresentador engraçadinho comentando, e rindo…
Porém, estavam lá alguns integrantes do ANGRA. E o cara perguntou o que achavam daquilo. Se a memória não falha foi KIKO LOUREIRO quem deu a resposta definidora e definitiva:
“O que ouvimos foi exatamente tudo aquilo que a gente luta contra”. “Nós nos levamos a sério. Somos profissionais e dedicados. Fazemos música a sério.”
É bem isso. Independentemente de gosto, não há dúvidas sobre a qualidade musical e o sucesso conseguido por bandas sérias como o ANGRA, o DREAM THEATRE e vários diversos. Constantemente ensaiando, gravando, fazendo concertos, e tentando impor um “STANDARD” níveis acima da mediocridade.
O ROCK PROGRESSIVO e o JAZZ FUSION – o seu primo bastardo -, quando surgiram foram objetos de teses, artigos sérios de jornais idem, e toda a catilinária depreciativa que afirmava não serem, respectivamente: ROCK e JAZZ… E a história comprovou: os críticos eram tolinhos trêfegos falantes. Estavam bestialmente enganados!
Sempre houve mulheres fazendo música em geral com esmero.
Mas nos estúdios, a baixista americana CAROL KAYE talvez tenha sido a melhor da história. Mais de 10.000 sessões de gravação com a nata dos artistas populares, jazz incluído, que militaram desde os anos 1950 aos 1990 e algo além. Ela está viva e tem vários livros e tutoriais escritos. É referência de SINATRA ao KISS.
Nos dias de hoje, há uma penca de moças dando verdadeiros shows em seus instrumentos. Falando apenas de baixistas lembrem-se de GAIL ANN DORSEY, com DAVID BOWIE; RHONDA SMITH e TALL WILKENFELD, as duas arrasaram com JEFF BECK! E, aqui no Brasil, ANA KARINA SEBASTIÃO.
Todas exímias; tocam o contrabaixo com proficiência e arte.
“Chicoteando o mouse”, dei de cara com duas guitarristas sensacionais! Ambas ligadas ao ROCK e à FUSION. Cada uma a seu modo, são moças estudiosas, dedicadas, trabalhadoras, e já aperfeiçoando o próprio estilo. São jovens, “ma non troppo!!!” As duas tocaram e gravaram com craques do BRASIL e do EXTERIOR.
E nos deixam um baita pernilongo atrás da orelha! Para tocar do jeito que fazem é preciso vasta experiência, método e treino… Além de óbvio talento. Procurem escuta-las.
Vou começar pela brasileira LARI BASILIO.
Paulistana de classe média da ZONA NORTE, começou estudando órgão, mas descobriu-se no violão e na guitarra. Tomou aulas com profissionais como DJALMA LIMA, mas estuda e aprende sozinha. Foi e é incentivada pelos pais a seguir carreira.
LARI tem uns 35 anos, é formada em direito, casada, cristã praticante e frequentadora de IGREJA provavelmente EVANGÉLICA, onde foi descoberta. Ela se acha predestinada, e que o seu talento é dádiva à serviço de DEUS e do próximo… Mas não pense que LARI mistura profissão com religião.
LARI BASILIO é muito simpática e solícita, não parece pessoa fechada. E tem consciência de que é preciso vontade, planejamento, organização, e correr atrás de oportunidades. Ela investe na carreira. Tem atrás de si uma boa infraestrutura de marketing, e filma seus ensaios e apresentações; tem gente cuidando da venda de seus discos. Ela utiliza muito bem as redes sociais. E hoje tem contrato com a IBANEZ, uma das principais marcas de guitarras do mundo, que produz e oferece protótipos para ela. Até onde sei, produz e vende duas guitarras: a LB-1 e a LB-2.
LARI gosta de ROCK oscilando entre o METAL PROGRESSIVO e o JAZZ FUSION. Começou em 2011, com um EP. E hoje está no sétimo disco. Ela foi a primeira mulher a participar do G4 – EXPERIENCE, a convite de JOE SATRIANI, em 2017. No mesmo ano, tocou com STEVE VAI, no FESTIVAL DE GUITARRA DE MALIBU, (USA).
FAR MORE, lançado em 2019, foi gravado em LOS ANGELES, com banda formada por craques estrelados: VINNIE COLAIUTA ( JEFF BECK ), na bateria; GREG PHILLIGANES, teclado e NATHAN EASTS, baixo – ambos muito tempo com ERIC CLAPTON. E a participação especial de JOE SATRIANI.
Procure os vídeos, assista a gravação de seu último disco, e principalmente os da atual turnê mundial que o LARI BASILIO TRIO está fazendo.
Ela já é uma estilista refinada. Toca com notável leveza POP/JAZZY, e surpreendente fluidez. Os arranjos são bastante sofisticados, sua técnica é muito ampla, e os solos tem consistência, precisão e melodia.
O som de LARI BASILIO é luminoso; ao contrário do JANE GETTER PREMONITION.
JANE é professora de guitarra. Tem formação acadêmica, e ensina técnicas para desenvolver escalas e arpejos. É uma “TRIPLE THREAT”: canta, compõe ( é boa letrista ) e toca. E já tem carreira sólida. É claramente mais vinculada ao PROGRESSIVO CONTEMPORÂNEO: PORCUPINE TREE, KING CRIMSON, toques de JEFF BECK, ALLAN HOLDSWORTH, JOHN SCOFFIELD e JOHN McLAUGHLIN. Tudo junto e redefinido… e com peso considerável.
ANOMALIA, lançado em 2021, é o sexto disco que JANE fez. E a banda também é uma constelação. Estão aí ALEX SKOLNICK, ex-TESTAMENT, guitarra; STU HAMM e MARK EGAN, baixos; CHAD WACKERMAN ( FRANK ZAPPA ); e o marido dela, ADAM HOLZMAN, teclados, ex- MILES DAVIS, e membro do PORCUPINE TREE.
O álbum tem conceito sólido e perceptível, e sonoridade um tanto DARK, PESADA, envolvendo a obra inteira. Conseguem um tipo de fusão entre o METAL, O JAZZ e PROG.
E JANE GETTER é excelente guitarrista, cantora aceitável e toca pesado principalmente uma FENDER STRATOCASTER customizada para ela. Seu estilo é mais filiado à tradição. Há um quê de RITCHIE BLACKMORE, mas vai além…
O disco agradará Pierre MignacValdir ZamboniProtheus MaliDavidson SenomarGerson PéricoNelson Rocha Dos Santos, E agradou também ao TIO SÉRGIO aqui.
São duas apostas certeiras.
ARRISQUEM.
POSTAGEM ORIGINAL:29/06/2023

POSTAGEM ORIGINAL:29/06/2023
