DUSTY SPRINGFIELD: ALIÁS, MARY CATHERINE ISABEL BERNADETTE O’ BRIEN 1939/1999

O NOME IMPONENTE, “BRITISH”, BATIZOU A GAROTA DE CLASSE MÉDIA QUE ESTUDOU A VIDA INTEIRA EM COLÉGIO DE FREIRAS. MARY ERA TÍMIDA, DISCRETA, EXIGENTE E MAIS OU MENOS CONTINUOU ASSIM ATÉ O FINAL DA VIDA.
AH, IA ESQUECENDO! APRESENTO A VOCÊS A MAIOR CANTORA POPULAR DA INGLATERRA EM SUA GERAÇÃO: “DUSTY SPRINGFIELD” – QUE TAMBÉM ESTÁ NO “ROCK AND ROLL HALL OF FAME”.
Muitos dizem que teve carreira de sucesso, mas errática. Outros, quem sabe fãs ou simplesmente observadores, afirmam que ela era eclética, talentosa, e muito acima da média! DUSTY SPRINGFIELD simplesmente podia cantar “tudo”!
O BOX da foto traz 98 faixas, em mais de 5 horas de música; texto, fotos e tudo o que forma o espectro por onde a moça transitou!
São mais de 16 LONG PLAYS, e incontáveis SINGLES E EPs gravados, em atividade que se estendeu por quase 40 anos, com algumas interrupções longas, e sumiços voluntários.
A moça era gentil, mas geniosa; algo insegura, e trabalhadora determinada. Dizem que compassiva e bem humorada.
Mas da vida pessoal se sabe apenas o que ela deixou que transparecesse. Ou talvez, não! Desconfio que era gay. Outros, também. Mas, e daí!
No BOX acima, gente importante como PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, CAROLE KING, CLIFF RICHARDS, KAREN CARPENTER, os PET SHOP BOYS e um montão confirmam que “BERNADETTE” era o fino!
Cantoras em penca de várias gerações dizem ter sido influenciadas por ela. E é verdade! Procurem por aí.
Disseminaram as línguas ofídicas que a mocinha de convento tocava violão; e uma vez ensaiou coleguinhas e futuras freiras para cantarem BESSIE SMITH! Hummmm…
Borbulhou repressão contida, porém eficiente. Gente como a cantora americana não era boa influência para virginais – supostamente (?) – religiosas e reclusas moças…
DUSTY tinha potência de voz, facilidade para cantar e interpretar acima de qualquer suspeita. Seu timbre original, entre o deliciosamente rouco e o levemente metálico, talvez deva ser descrito como elegante e suave seda negra. ( Nossa, TIO SÉRGIO!!! O que você quer significar com isso? )…
Claro, não passou despercebido da gravadora PHILIPS, onde estreou com um amigo e o irmão no trio vocal THE SPRINGFIELDS, em 1961, na época bem conhecidos no POP.
No final de 1963, iniciou carreira solo por lá mesmo. Grande parte de suas gravações foram orientadas pelo produtor JOHN FRANZ, e o maestro e arranjador IVOR RAYMONDE – pai de SIMON RAYMONDE, do COCTEAU TWINS – um craque responsável também pelo sucesso dos WALKER BROTHERS, e por gravidade, também SCOTT WALKER.
FRANZ E IVOR tinham estilos de produção muito reconhecidos no BRITISH POP . E lançaram discos de muito sucesso entre 1963 e 1966.
Então, destacaram a voz de DUSTY, que normalmente cantava “alto”, evidenciando seu timbre único. TIO SÉRGIO sempre acha que a voz e interpretação dela sobressaem quando não exagera. Seja como for, a maioria das músicas são de qualidade e muito agradáveis.
DUSTY foi sucesso de público e crítica mais até do que de vendas. Seu repertório atingia os quadrantes do POP, do R&B e da SOUL MUSIC. Gravou BURT BACHARACH, CAROLE KING, e um monte de HITS e compositores da melhor música negra americana.
Foi do POP/BEAT/ inglês, resvalou na ERA DISCO, no TECHNOPOP, etc… com estilo, elegância e qualidade vocal únicos. Legou, também, em 1969, um álbum clássico do POP/SOUL/R&B: DUSTY IN MEMPHIS. Disco produzido por um dos luminares da BLACK MUSIC AMERICANA, JERRY WEXLER, e acompanhado pelos melhores músicos de estúdios da ATLANTIC RECORDS. O mesmo time que consagrou WILSON PICKETT, ARETHA FRANKLIN, OTIS REDDING e tantos e tontos diversos.
DUSTY IN MEMPHIS é o disco de DUSTY SPRINGFIELD para realmente se ter na discoteca! É impecável, essencial e consagrador. Ela cantando no auge da forma, da interpretação e da voz, sob produção impecável e refinada. Confirmou a fama de maior cantora de “SOUL MUSIC” da Inglaterra; é “vero”; e pegou de vez!
Mas é rótulo insuficiente. DUSTY foi mais do que isso: grande cantora POP no mais amplo significado e abrangência do termo!
Para comprovar, em 1987 os PET SHOP BOYS a chamaram para gravarem “WHAT I DONE TO DESERVE THIS?”, single de sucesso internacional, e o segundo maior êxito na carreira dela. Uma guinada certeira ao DANCE TECHNO POP.
DUSTY, dos anos 1980 em diante, continuou gravando com diversos produtores e compositores; novos ou tradicionais. Seguiu carreira algo errante e infrequente, mas formou acervo discográfico curioso, variado e relevante na música moderna.
Seu estilo único é a chave; exala o charme e o porquê…
Mas por atrás desse talento havia um submundo mental próximo do purgatório, e habitado por demônios e comportamento irascível, e até odioso.
Nos estúdio, ou durante os ensaios, atirava nos músicos e técnicos o que tivesse às mãos, quando erravam, ou ela não gostasse do que estavam fazendo! Voavam xícaras, copos, vassouras, etc.
CHRIS WELSH, famoso crítico e jornalista, contou que ela carregava consigo três perucas, batizadas como o nome das cantoras LULU, CILLA BLACK e SANDY SHAW, suas concorrentes diretas, no período áureo.
E quando entrava em fúria, atirava as perucas no chão e as pisoteava, gritando e xingando o nome das outras. DUSTY tinha um lado “mocréia” ( ou mocreia?) insuportável!
Na segunda metade dos anos 1990, DUSTY foi diagnosticada com câncer de mama. PAUL McCARTNEY conta que ele e ela já se conheciam. E se aproximaram muito naquela época, porque LINDA McCARTNEY também estava se tratando de câncer.
LINDA morreu em 17 de abril de 1998. E DUSTY SPRINGFIELD faleceu em 2 de março de 1999, quase aos 60 anos.
Foi no mesmo dia em que estava marcada cerimônia, no Palácio de BUCKINGHAN, onde ela iria receber da Rainha Elizabeth II a O.B.E – a comenda principal do Império Britânico. A mesma já recebida por PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, BRIAN MAY, CLAPTON e inúmeros vários…
DUSTY! Pra gente recordar pra sempre!
POSTAGEM ORIGINAL 10/04/2021
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