FELIX CAVALIERI – RASCALS – & SOLO YEARS

Os RASCALS entre 1965 e 1970 foram sucesso enorme! Venderam SINGLES e LPS aos montes, com o largo espectro de criatividade que desenvolveram.

Do BEAT à PSICODELIA, há sucessão de HITS de alta qualidade mesclando POP, R&B, SOUL, e até uma “chanson française”, a magnífica “HOW CAN I BE SURE”, 1968. Reinaram, e competiram com BEATLES e outros contemporâneos.

De repente, tudo mudou radicalmente. Em 1970, gravaram “SEARCH AND NEARNESS”, o último álbum para a ATLANTIC, um fracasso de vendas. Em seguida, saíram da banda EDDIE BRIGATI, cantor, e GENE CORNISH, guitarrista.

Muitos acham, eu inclusive, que o centro dos RASCALS sempre foi o cantor e organista FELIX CAVALIERI. A característica BLUE EYES SOUL era nitidamente marcada pela voz e jeito de cantar dele.

Certo dia, o magnífico OTIS REDDING estava gravando na ATLANTIC, em estúdio ao lado ao dos RASCALS. E foi lá conhecê-los. Simplesmente não acreditava que fossem brancos! São!

Mas em 1971 tudo mudou. FELIX e DINO DANELI, o baterista remanescente, levaram o nome RASCALS para a COLUMBIA RECORDS.

Fazia total sentido. A FUSION R&B – JAZZ – SOUL encaixava com o portfólio onde brilhavam o JAZZ ROCK do CHICAGO, BLOOD SWEAT & TEARS, MILES DAVIS, ELECTRIC FLAG e a fusão Latina de SANTANA.

Os RASCALS de “PEACEFUL WORLD”, 1971, e “ISLAND OF REAL”, 1972, são outra coisa. Muito mais sofisticados. O lado JAZZ/R&B foi acentuado. E time de craques, como HUBERT LAWS, ALICE COLTRANE, o guitarrista BUZZ FEITEN, DAVID SANBORN, RON CARTER e vários outros colaboraram.

São dois discos notáveis, e sem grande sucesso, mas prestígio entre os crítico. De certa forma, antecipam o veio a fazer o STEELY DAN. Acho que a turma da boa BLACK MUSIC e da FUSION vai; e gostar muito!

A saga dos RASCALS terminou aí.

Mas, FELIX CAVALIERI continuou. Pretendia fazer uma “ÓPERA ROCK”. Não conseguiu. Os tempos eram outros; iniciou carreira solo sem grande brilho, mas com discos bem conceituados.

Aqui, os dois primeiros, gravados para BEARSVILLE. FELIX CAVALIERI, 1974, produção esmerada de TODD RUNDGREN, mantém um certo hálito SOUL e a bela voz de FELIX. Porém, enfeites excessivos de produção, pouco peso nos baixos, e quase ausência de metais o tornaram datado. O baixo precisa pesar na música POP, principalmente no R&B…

O segundo álbum, DESTINY, 1975, é o retorno ao R&B, inclusive alguma “DISCO MUSIC”. E outra constelação de cobras voltou à cena, inclusive LESLIE WEST e LAURA NIRO. É mais ao estilo de FELIX, que gravou outros discos…

STEVE CROPPER estava procurando ideias, em 2008, para gravar mais um álbum. Alguém sugeriu FELIX como parceiro que, dizem, é um cara legal parar se conviver e trabalhar.

Também pra lá de adequado! Se BOOKER T. lançou CROPPER, guitarrista dos guitarristas, porque não fazer dupla com um tecladista e, ainda por cima, cantor de R&B reconhecido, bom de palco, contemporâneo a ele – e ainda em ótima forma?

Fizeram o excelente “NUDGE IT UP A NOTCH”, R&B de qualidade para ouvir, onde ambos dão show de competência. E bastante dançável, como recomenda a BLACK MUSIC.

Funcionou!

E lançaram MIDNIGHT FLYER, em 2010. Ambos discos notados por público e crítica. Excursionaram, fizeram shows e a vida seguiu.

FELIX CAVALIERI não conseguiu carreira e notoriedade como outros contemporâneos dele. Mas, é defensável que seja o criador do BLUE EYES SOUL. Estilo de HALL & OATES, MICK HUCKNALL e o SIMPLY RED, E ETC…variado. Ele Continua ativo, cantando bem e com a voz preservada.

Há disquinhos por aqui pra lá de recomendáveis, e muito colecionáveis. Tente!

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