FREEDOMS CHILDREN – PSICODÉLICOS SUL-AFRICANOS 1969/1971

Nos últimos 25 anos, com a progressiva escassez de “novos velhos nomes”, pequenas gravadoras, e ARQUEÓLOGOS DO POP, como HANS POKORA, lançaram-se para descobrir “novidades” intrigantes globo afora.

FREEDOMS CHILDREN está em um dos livros de POKORA como raridade relevante a ser redescoberta. A BANDA É da ÁFRICA DO SUL dos tempos bravos do apartheid.

A gravadora alemã SHADOKS MUSIC vem fazendo lançamentos pra lá de interessantes dessa gente estranha e meio esquecida pelos caminhos do ROCK, do topo ao fundo da mina.

Com edições muito caprichadas, a SHADOKS deu ao mundo discos brasileiros perdidos como PAEBIRU, de Zé Ramalho e Lula Côrtez; NO SUB-REINO DOS METAZOÁRIOS, de Marconi Notaro, entre diversos. Todos retirados de vinis e não dos masters originais…

A edição da foto são os três discos do FREEDOM CHILDREN: ASTRA, 1970; GALACTIC VIBES, 1971; e FREEDOM CHILDREN, de 1969. Estão em um box bonito e bem desenhado, com livreto denso em mínimo espaço, a ponto de mal se conseguir ler…

Mas, são tidos como CULTS e colecionáveis ao extremo.

O problema é a qualidade do som, muito abaixo dos “standards exigíveis”. Uma pena! Até agora, que eu saiba, não apareceu algum engenheiro de áudio japonês capaz de solucionar a limitação. Talvez seja impossível, porque parecem retirados do vinil original, e não dos “masters” de gravação supostamente feitos pela PARLOPHONE!!!!

Mas, TIO SÉRGIO, são realmente bons?

Não tenho certeza, porque a baixa qualidade retira os detalhes de cada música, e nubla a instrumentação. E discos de ROCK PSICODÉLICO e PROGRESSIVO, principalmente, necessitam de nível técnico mais apurado para que o lado artístico aflore.

Em linhas gerais, diria que o FREEDOM CHILDREN, de 1969, tem um quê de FOLK-PSICODÉLICO a JETHRO TULL, FAIRPORT CONVENTION e NICK DRAKE. É melodicamente bonito e trabalhado.

ASTRA, 1970, considerado a referência da banda, soa como um blend de URIAH HEEP e IRON BUTTERFLY. Algo dark, com um rumo ainda trôpego ao gótico da década seguinte. É PROGRESSIVO mais PESADO, com órgão dominante, como os de seus modelos. Claro, há sons incidentais, como era normal…

E GALACTIC VIBES, lançado em 1971, o último e o mais audível de todos, soa como inspirado no URIAH HEEP e no SPOOKY TOOTH. Já na fronteira com o HARD ROCK PROGRESSIVO.

São três discos legais de se ter, porém caros e muito aquém do desejável em termos técnicos. Eu arriscaria dizer que são projetos não adequadamente finalizados. É para colecionadores e completistas.
POSTAGEM ORIGINAL: 14/06/2020

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