JOE WALSH & JAMES GANG, EAGLES, ETC… : TAMANCO SEM COURO: É PAU PURO! A VIAGEM DE UM DIFERENCIADO PELOS DESVÃOS DO ROCK.

Porra, TIO SÉRGIO, o que você quis dizer com esse título?
A resposta é: SEI LÁ, ENTENDE…
Como sempre dizia nosso único rei putativo, o EDISON ARANTES DO NASCIMENTO I, o PELÉ.
A “JAMES GANG” foi um caso interessante no ROCK americano. Era um POWER TRIO curiosamente com sonoridade MADE IN ENGLAND, digamos. São contemporâneos do “TRAPEZE”, DO “HUMBLE PIE”, e do “FREE”. Sucessores do “CREAM”, do “BLUE CHEER” e antecessores da “BAD COMPANY”.
Os caminhos que tomaram à partir do segundo disco; e o que seguiu principalmente JOE WALSH mais à frente, os recolocou em contato com a AMÉRICA.
Hoje, dando uma passeada de carro pela ilha, apareceu em minha play – list um CD que gravei só com músicas ao vivo.
Pus lá duas faixas em sequência pescadas no magnífico JAMES GANG LIVE IN CONCERT, gravado em 1971, no CARNEGIE HALL, em NOVA YORK!
O disco é vulcânico! Uma coleção de terremotos, erupções em HARD ROCK e HARD BLUES, perpetradas por um trio de jovens talentosos em estado de fúria e criatividade.
Comprei, faz uns 50 anos, o disco original lançado por aqui em 1972. Ele sempre me acompanhou; e até hoje!
O álbum abre com STOP, um HARD ROCK / R&B; emenda “YOU GONNA NEED ME”, um HARD BLUES como poucos, em que JOE WALSH simplesmente aniquila a plateia com sua guitarra e intepretação!
E vai em sequência matadora a tal ponto, que lá pelo meio do SHOW, quando a banda desacelera um pouco pra tomar fôlego, e continuar a pauleira brava, a plateia no austero CARNEGIE HALL reage, “ruge”, como se estivesse na tourada, ou em um rodeio!
Os gritos animalescos de HEYA, HEYA… incitam WALSH, o baixista DALE PETERS e o baterista JIM FOX a explodir em ROCK PESADO E BARULHENTO.
Não, não estavam no TEXAS e nem em BARRETOS! Mas, num dos lugares mais urbanizado, rico e civilizado desse planeta… A foto icônica da capa, são três cavalos amarrados, na porta do TEATRO!!!
Esse disco explica o TAMANCO SEM COURO: PAU PURO do título.
Quem coleciona discos sempre se surpreende.
Tenho apenas dois discos da JAMES GANG, o referido ao VIVO; e o primeiro entre todos: “YER ALBUM”, de 1969, que há décadas não escutava.
É surpreendente! Um ótimo álbum de HARD ROCK PSICODÉLICO, e a minha versão em CD remasterizado é de alta qualidade sonora. Fiquei impressionado com o que consegui ouvir!
A GRAVAÇÃO ORIGINAL foi feita em Nova York, na HIT FACTORY, estúdio muito requisitado naqueles tempos. E, nas palavras do baterista JIM FOX, ao chegar no local, a primeira coisa que ouviu da equipe foi: “FAÇAM UM HIT”.
O disco foi bem, mas não estourou, e o álbum inteiro é muito bom! Cadenciado, têm algo de FUNK, muita noção de ritmo, e fica ao mesmo tempo na fronteira do PSICODÉLICO e do PROGRESSIVO. Estão lá três das músicas mais famosas do trio: STOP, TAKE A LOOK AROUND e FUNK #48.
Abre com micro introdução sinfônica, uns 30 segundos; muito criativa, progressiva, e bem mais típica de grupos ingleses do que americanos.
O clima e andamento geral do disco é à inglesa. A banda desempenha bem, as músicas são legais, mas não se desenvolvem com liberdade. É “travado” como seus colegas britânicos citados. Era o som daqueles tempos, final dos 1960/70.
Eles são muito bons como grupo e individualmente. Também fizeram duas versões matadoras de músicas importantes de bandas ícones:
BLUEBIRD, do “BUFFALO SPRINGFIELD”, ficou diferente da original, é mais lenta, e muito bem arranjada. E LOST WOMAN, dos “YARDBIRDS” é muito criativa, empolgante, longa e foi gravada direto e sem overdubs – uma quase proeza. Imaginem vocês: foram achar COVERSno fino do ROCK!
JOE WALSH é um “guitarrista britânico”, digamos… A sonoridade de sua guitarra está muita mais próxima a CLAPTON. BECK e PAGE, e à turma do HARD e do METAL, do que do BLUES e do ROCK AMERICANO.
O trio abriu temporadas para THE WHO, principalmente na América, e PETE TOWNSHEND dizia, naqueles tempos, que JOE WALSH era o seu guitarrista favorito. Outro que gravou com WALSH foi STEVIE WINWOOD.
A “JAMES GANG” original se conheceu na UNIVERSIDADE DE KENT, em OHIO. E os três LONG PLAYS seguintes, dos quais os dois primeiros eu nem cheguei a ouvir: RIDES AGAIN, 1970; e THIRDS, 1972. E o LIVE, 1972, aqui postado, estouraram nas paradas americanas.
É minha impressão que JOE WALSH percebeu, depois do primeiro álbum, que o grupo, e principalmente ele, estavam muito orientados para o ROCK PESADO INGLÊS.
Em 1972, JOE saiu da banda e partiu para carreira solo.
Aqui na foto está , de 1976, “YOU CAN´T ARGUE WITH A SICK MIND”, gravado só vivo, e já bem diferente do JAMES GANG. Há muita percussão, ritmo, alguma latinidade e a musicalidade típica do ROCK americano daqueles tempos.
Eu gosto, mas não tem o pique do LIVE com o trio. E vai ficando paulatinamente claro que “JOE WALSH” confluiu para o “SOUTHERN ROCK”; se aproxima do COUNTRY e do FOLK, e da sonoridade em voga na linha de grupos como “MANASSAS” e “DOOBIE BROTHERS”.
JOE WALSH sempre foi um guitarrista diferenciado e talentoso. Mas tem voz limitada, algo esganiçada, e timbre um tanto para o PATO DONALD, o que o cerceava como líder.
Em 1976, passou a fazer parte dos EAGLES, supergrupo de excelência vocal, onde vários cantam, e voz diferente de WALSH integrou-se com personalidade. Ele controlou o ímpeto para ficar mais POP, e daí caminhar definitivamente para a fama.
JOE WALSH continua ativo com seu jeito escrachado e meio hippie. Eu tenho, e já o assisti nos vídeos do CROSSROADS FESTIVAL GUITAR, produzido por ERIC CLAPTON, na América.
TIO SÉRGIO e muita gente continuam gostando dele!
POSTAGEM ORIGINAL: 12/05/2023
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