JOHN LENNON & PLASTIC ONO BAND – 1971

A HISTÓRIA é um cemitério de horrores coalhado por ZUMBIS. Que renascem, nascem e se reproduzem ininterruptamente. Então, mesmo os supostos momentos de hipotética tranquilidade são desconfortantes.

Os anos 1960 terminaram no final do ano de 1970. JOHN LENNON & PLASTIC ONO BAND foi lançado em janeiro de 1971. Portanto, saiu no primeiro ano da década de 1970…

Emblemático;

Vamos falar em destinos e predestinados – se é que ambos existem…

A década de 1970, foi cheia de revoltas e redefinições. Foi lá que surgiram o ROCK PROGRESSIVO, desenvolveu-se o HARD ROCK e o HEAVY METAL. Foi período de instaurações e restaurações políticas. Houve o progressismo e o reacionarismo, todos juntos e ao mesmo tempo ao longo do… “tempo”. Como sempre…

E, tudo isso foi contestado por PUNKS, a turma do REGGAE, e outros esquecidos pela “revolução” de costumes, a mais típica da década de 1960. Aliás, uma pauta muita cara à classe média…

Esses opositores, contestadores ou requisitantes de um lugar ao sol, é gente que veio da base da sociedade para dizer alguma coisa diferente . Ou não?

Esta é mais ou menos a moldura.

JOHN LENNON & PLASTIC ONO BAND é disco emocionalmente autobiográfico. Estão, nele, constatações grandiosas como a famosa frase “THE DREAM IS OVER”, um libelo emocional em que LENNON encerra o que foi vivido pelos BEATLES, por ele e seus contemporâneos. Estaria fora da realidade objetiva.

E estava mesmo!

Então, JOHN volta-se para dentro de si e a vida com YOKO; para um outro jeito de redefinir verdades. Então, mais temperadas pela maturidade pessoal. Mas não pela ausência de atitude ou militância.

Seria?

Este é um disco de ROCK BÁSICO. Pós BEAT e pós PSICODÉLICO, e quase sem guardar qualquer relação com o quê ele vinha fazendo ou fez depois.

JOHN montou uma banda enxuta. Evidentemente, sem PAUL McCARTNEY. Mas, também, sem GEORGE HARRISON. Dois companheiros do passado que definiam – e como! – a sonoridade e a parceria/sociedade nos BEATLES.

Mas, trouxe RINGO STARR. O baterista previsível, mas ultra confiável, capaz de refazer e repetir o que JOHN propusesse com absoluta eficiência e fidelidade. E, também, o baixista KLAUS VOORMAN, velho amigo de todos, preciso, obediente, alemão…

E fizeram um álbum simples, e de sonoridade algo suja. Um trio pós BEATLES, sem ser POWER, como amigos e contemporâneos deles fizeram…

E mesmo com a participação de HARRISON, em “GIVE PEACE A CHANCE” – quase uma resposta a MY SWEET LORD – não perdeu o fio da meada do que pretendia…

PHIL SPECTOR também deu um polida, mas não muita. Sem essa de WALL OF SOUND… Produziu LENNON, e para LENNON.

Não, não; o disco não é um precursor do PUNK. Que ainda estava longe. Mas, começou na AMÉRICA, perto de NOVA YORK, com os RAMONES, e outros desvalidos…tudo muito perto, muito próximo…

A sequência da carreira de LENNON merece visita mais elaborada, porque rumo a outro tipo de “superstardom”. Fica pra outra hora…

Mas, por falar em predestinado, outras heterodoxias e esoterismos, JOHN LENNON foi assassinado em oito de dezembro de 1980. Quer dizer, no final da década de 1970!

Para porcamente resumir: transitou por duas décadas de revoluções, inquietações, descobertas.

Mas, nenhuma paz!

GRANDE E SOFRIDO JOHN!!!!

Teve vivências semelhantes, e era muito parecido conosco!

Não era não?
POSTAGEM ORIGINAL 28/03/2022

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