“LADY DI”, OOOOOOOOOOOPPPSS: DIANA KRALL! ATUALIZADORA DA “GRANDE CANÇÃO AMERICANA”!

DIANA KRALL é a mais importante e conhecida “atualizadora” da GRANDE CANÇÃO AMERICANA. Foi ela quem divulgou para os mais jovens a beleza monumental do acervo de grandes compositores como COLE PORTER, GERSWIN, LORENZ & HART, JOHNNY MERCER, e pequena “entourrage” magnífica.
E devemos incluir aí TOM JOBIM, contemporâneo a todos, e discípulo e continuador da tradição do belo como propósito!
Mas, vamos falar sério:
O que essa turma toda fazia não era JAZZ. E, sim, música popular de altíssimo nível técnico e musical; harmonias e construções complexas, portanto passíveis de de serem “JAZZIFICADAS”.
Exemplo claro é a BOSSA NOVA, que também não é JAZZ, mas “SAMBA METAMORFOSEADO”, portanto MÚSICA POP em nível de excelência. E perfeitamente tocada com todo o requinte do melhor JAZZ.
A GRANDE CANÇÃO AMERICANA cantada por SARAH VAUGHN, ELLA FITZGERALD, BILLIE HOLLIDAY, PEGGY LEE, SINATRA, e grande elenco de contemporâneos imortais, fala sobre temas tópicos para o bicho-homem: solidão, o amor, paixões, o dia-a-dia, etc… É MÚSICA POP.
DIANA KRALL é canadense e superdotada. Toca piano desde os quatro anos, e estudou no BERKLEE COLLEGE de BOSTON. É, também, cantora talentosa de voz CONTRALTO personalíssimo. Tornou-se pianista refinada, na tradição de OSCAR PETERSON, e seguindo ensinamentos do NAT KING COLE TRIO.
Porém, em relação às suas antecessoras, DIANA não seria parte do primeiro time. É minha opinião, claro.
Mas e daí?
Ela conseguiu trazer ao proscênio de forma contemporânea e não apelativa, um acervo artístico inestimável! É competente pesquisadora e selecionadora de repertório. E o toca liderando excepcionais trios, quartetos e grupos maiores. Inclusive ressuscitando, vez por outra, o trabalho orquestral não açucarado, gravando com gente em nível do maestro e arranjador ALAN BROADBENT.
Dizem as lacraias e os querubins de plantão, que DIANA não é flor de aroma agradável para se conviver. Dizem…
Mas está casada, desde 2003, com o grande compositor POP, ELVIS COSTELLO, um transgressor do PÓS-PUNK, que emergiu para coisas muito, muito maiores: de parcerias com BURT BACHARACH, ao mundo da MÚSICA CLÁSSICA, com a cantora ANNE SOPHIE VON OTTER.
A sensibilidade JAZZY de DIANA, associada ao refinamento de COSTELLO como letrista, é demonstrada no CD “THE GIRL IN THE OTHER ROOM, 2004, em que dividem parcerias em várias canções. E dividir é a palavra: ela cria músicas; e ele as letras. São dois egocêntricos que se completam.
Os primeiros discos de DIANA KRALL, como “ONLY TRUST YOUR HEART, 1995; ALL FOR YOU, 1996, trouxeram vários STANDARDS do repertório “JAZZÍSTICO”. Aliás, como em quaisquer de seus álbuns, no decorrer da carreira.
Aos poucos, calibrou o acervo com autores menos conhecidos, estendendo-o ao POP consagrado por compositores em nível de PAUL McCARTNEY, ELTON JOHN, JONI MITCHELL, BOB DYLAN… Exemplos nítidos: os discos WALLFLOWER, 2014 e QUIET NIGHTS, 2009.
Ela seguiu, de certa maneira, os colegas contemporâneos JOHN PIZZARELLI, STACEY KENT, PATRICIA BARBER e BRAD MEHLDAU, “revelando hipóteses para fazer JAZZ” em músicas do POP mais atual, expandindo o alcance para novos STANDARDS, e ajudando a renovar o belo perene.
DIANA vem progressivamente cantando em tom mais baixo, “ROUCO-BLUESY”, talvez pela perda de potência da voz. Fato audível nos últimos trabalhos, inclusive o lançado em 2020 – mas gravado anteriormente – THIS DREAM OF YOU; focado em “STADARDS – CULTS” do passado, “ma non troppo”…
DIANA KRALL em sua trajetória com mais de 40 milhões de discos vendidos, ganhou pletora de GRAMMYS, discos de ouro, platina, etc.
Ela nos faz recordar em aspectos como inovação do tradicional, e outras ousadias POP, a nossa “VANGUARDISTA-POP-COOL- CONTIDA” MARISA MONTE – sobre quem pretendo tratar algum dia. Só para dar uma palinha: o ELVIS COSTELLO de MARISA MONTE é o ARNALDO ANTUNES. Ambos letristas especialíssimos, e cantores chatos com vozes desagradáveis. Mas, imprescindíveis pela qualidade.
DIANA KRALL é uma das provas de que há muita coisa compensando a gente tentar a continuar vivo!
Desfrutemos, pois…
POSTAGEM ORIGINAL: 04/07/2021
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