LEOPOLD STOKOWSKI, HOUSTON SYMPHONY ORCHESTRA & CHORALE – SEGUNDA POSTAGEM

A PAGAN POEM – CHARLES LOEFFLER – 1958
CARMINA BURANA – CARL ORFF – 1957
LEOPOLD STOKOWSKI foi um maestro rebelde e genial, workholic absoluto, mulherengo e chegado à grana e ao glamour como poucos.
Foi definido por um especialista como “na encruzilhada entre um gênio titânico e um homem de negócios no ramo da música”… Seus cachês e salários eram altíssimos!
Ele viveu 95 anos, nasceu em 1882, na Inglaterra, viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos, e morreu em 1977.
Foi profissional por 70 anos e gravou extensiva e com imensa variedade por mais de 60 e, a tal ponto, que não consegui contar ou saber precisamente quantos discos deixou. Olhando a lista por mais de meia hora, concluí que foram em torno de 300 discos!!!!. Talvez mais!
STOKOWSKI deu mais de 7.000 concertos!!!! Aos 27 anos, já era o regente da SINFÔNICA de CINCINATTI, e é tido pela crítica especializada como o mais conhecido maestro de todos os tempos…
“A partitura é um pedaço de papel, cheio de marcas e apontamentos, ao qual devemos infundir vida”, escreveu. Era um construtor e modificador de orquestras, talvez um conspurcador de obras lendo e entendendo as composições do seu jeito, inovando nas transcrições e na instrumentação.
Era a antítese de TOSCANINI, outro maestro supremo no início dos século XX, notável por ser fiel às partituras e à ideia original do compositor. Parodiando o nosso absurdo país, no Supremo Tribunal Federal STOKOWSKI seria o MARCO AURÉLIO MELLO e TOSCANINI o CELSO de MELO…
STOKOWSKI fazia o diabo para arrancar ou produzir o som que imaginava ou desejava.
Disseram dele que conhecia e estudava todos os instrumentos de uma orquestra, e sabia ao menos manejá-los. Entendia como poderiam inserir-se diferentemente nos contextos que inventava.
Era, também, entusiasta da tecnologia e conseguiu experimentar os efeitos e a técnica estereofônica em suas orquestras, bem antes de serem lançadas comercialmente. Usava e inovava no uso e distribuição de microfones, e na amplificação dos sons dos diferentes setores de suas orquestras.
Resumindo impossivelmente, era um gênio inquieto, iconoclasta e produtivo.
Seu período áureo foi entre 1915 e 1945. Gravou tudo e todos, de SINFONIAS a ÓPERAS, dos CLÁSSICOS CONSAGRADOS aos MODERNOS.
Introduziu na América várias obras de STRAVINSKY, ALBAN BERG, SCHOEMBERG… E regeu pela primeira vez CHARLES YVES, marco contemporâneo, e é dele o arranjo e a regência da grande obra de WALT DISNEY, “FANTASIA”. Ciscou por HOLLYWOOD, também…
O maestro gostava de jovens, os prestigiava e incentivava, INTEGRAVA NEGROS E BRANCOS EM CORAIS e na ORQUESTRA, em tempos onde isso foi impensado. Era um PROFESSOR e, no final de carreira, suas ORQUESTRAS mudavam o tempo todo os membros para abrir espaços aos que chegavam.
CHARLES LOEFFLER foi um compositor e intelectual americano, deixou várias OBRAS ESCRITAS, PARTITURAS, ÓPERAS, e algum etc.
A edição que está aqui é a segunda vez que compro.. Eu tive o vinil americano. Não ligo muito para CARMINA BURANA. Mas, o POEMA PAGÃO é gravação belíssima; obra sensível, e talvez na linha de BELA BARTÓK. O compositor é um moderno de linhagem mais conservadora – ma non troppo!

Ouçam STOKOWSKI. É um marco cultural inexpugnável. E vou cunhar frase pernóstica para falar dos workholics: “TRABALHA FEITO STOKOWSKI”! Um grande elogio, acreditem…

POSTAGEM ORIGINAL: 29/06/2022

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