LEOPOLD STOKOWSKI foi um maestro rebelde e genial, workholic absoluto, mulherengo e chegado à grana e ao glamour como poucos. Foi definido por um especialista como “NA ENCRUZILHADA ENTRE UM GÊNIO TITÂNICO E UM HOMEM DE NEGÓCIOS no ramo da música”… Seus cachês e salários eram altíssimos.
Ele morreu aos 95 anos, em 1977. Nasceu em 1882, na Inglaterra, e viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos. Foi profissional por 70 anos e gravou extensiva e variadamente por mais de 60. Produziu a tal ponto, que não consegui contar, ou saber precisamente quantos discos deixou. Olhando a lista por mais de meia hora, concluí que foram em torno de 300 DISCOS!!!!. Talvez mais! STOKOWSKI deu mais de 7.000 CONCERTOS!!!! Aos 27 anos, já era o regente da Sinfônica de Cincinatti; e é tido pela crítica especializada como O MAIS CONHECIDO MAESTRO DE TODOS OS TEMPOS!
“A PARTITURA É UM PEDAÇO DE PAPEL, CHEIO DE MARCAS E APONTAMENTOS, AO QUAL DEVEMOS INFUNDIR VIDA”, escreveu. STOKOWSKI era um construtor e modificador de orquestras; e talvez um conspurcador de obras, lendo e entendendo as composições que executava do jeito dele; inovando nas transcrições e na instrumentação.
Era a antítese de TOSCANINI, outro maestro supremo no início do século XX, notável por ser fiel às partituras e à ideia original do compositor. Parodiando o nosso absurdo país, se no Supremo Tribunal Federal STOKOWSKI teria sido Marco Aurélio Mello, e TOSCANINI o ministro Celso de Melo…
STOKOWSKI fazia o diabo para arrancar ou produzir o som que imaginava ou desejava. Disseram que conhecia e estudava todos os instrumentos de uma orquestra e sabia ao menos manejá-los. Entendia como poderiam ser inseridos diferentemente nos contextos que inventava.
ERA, um ENTUSIASTA DA TECNOLOGIA, e conseguiu experimentar os efeitos e a técnica estereofônica em suas orquestras, bem antes de serem lançadas comercialmente. Usava e inovava no uso e distribuição de microfones, e na amplificação dos sons nos diferentes setores de suas orquestras. Resumindo aproximadamente, era um GÊNIO INQUIETO, ICONOCLASTA e PRODUTIVO.
Seu período áureo foi entre 1915 e 1945. Gravou tudo e todos, de sinfonias a óperas, dos clássicos consagrados aos modernos. Introduziu na América várias obras de STRAVINSKY, ALBAN BERG, SCHOEMBERG… E regeu pela primeira vez o compositor americano CHARLES YES, marco do clássico contemporâneo; e é dele o arranjo e a regência da grande obra de WALT DISNEY, “FANTASIA”. Ciscou por HOLLYWOOD, também…
O maestro gostava de jovens, os prestigiava e incentivava; integrava negros e brancos em corais e na orquestra em tempos onde isso foi impensado. Era um PROFESSOR e, no final de carreira, suas orquestras mudavam os membros tempo todo para abrir espaços aos que chegavam.
CHARLES LOEFFLER foi um compositor e intelectual americano, deixou várias obras escritas, partituras, óperas e algum etc… A edição que mostro aqui não é a minha. Por algum motivo, não consegui postá-la. Eu acho essa gravação belíssima, é obra sensível talvez na linha de BELA BARTÓK; é uma peça moderna de linhagem mais conservadora – ma non troppo!
Ouçam STOKOWSKI. É um marco inexpugnável da cultura universal. E o TIO SÉRGIO aproveita para cunhar frase pernóstica para falar dos WORKHOLICS: “esse cara trabalha feito STOKOWSKI”!
É um grande elogio, acreditem.
POSTAGEM ORIGINAL: 28/06/2019

POSTAGEM ORIGINAL: 28/06/2019
