LOVE – CLÁSSICO RELUZENTE DO ROCK PSICODÉLICO AMERICANO

Raros artistas produziram uma sequência de três álbuns considerados clássicos. O LOVE está entre eles. Os discos são os primeiros na foto aqui postadas.
A banda gravou relativamente pouco: sete LPs de estúdio, e alguma coisa ao vivo com o líder ARTHUR LEE – o guitarrista, vocalista e principal compositor da banda.
Porém, o mito expandiu-se desde 1970; e vem aumentado há mais de 50 anos. A banda está em quaisquer enciclopédias sobre música popular – e merecidamente!
O LOVE não foi sucesso comercial; é diferenciado, no entanto; e fez canções belíssimas perfeitamente aceitáveis até pelo público mais light do SUNSHINE POP.
As composições são finamente elaboradas, e com elementos do mais expressivo ROCK PSICODÉLICO. Foram criadas melodias com diversidades em tons e andamentos, e uma certa tristeza peculiar que impediu identificá – los com a banalidade POP corrente.
Mas o grupo terminou porque não conseguiu transitar para o ROCK PROGRESSIVO. O que talvez tenha sido bom, do ponto de vista artístico, e pela mitologia que geraram. Assim, encontraram lugar distinto e indisputável na música psicodélica, e “beyond”.
Não surpreendentemente, SYD BARRETT considerava o LOVE influência decisiva no som do PINK FLOYD – que transitou perfeitamente do ROCK PSICODÉLICO para o PROGRESSIVO.
E, detalhe curioso: ARTHUR LEE era preto. Mas suas músicas não assumiam as tinturas do BLUES ou do R&B, como outros imensos do ROCK PSICODÉLICO – HENDRIX ou SLY STONE, por exemplo.
LEE e seu talento diferenciado é mais um motivo para combater o racismo – falácia medíocre e criminosa – e, também, as supostas divisões estanques entre estilos musicais.
Para confirmar, o FOLK ROCK PSICODÉLICO, a vertente seguida ARTHUR LEE e o LOVE, foi ideia “elaborada” por outro pretão, TOM WILSON, engenheiro de som da COLUMBIA RECORDS, em meados da década de 1960. Ele juntou guitarras elétricas de sonoridade BEAT, inspiradas em bandas inglesas da época – como THE SEARCHERS -, a “THE SOUNDS SILENCE”, 1966; cuja primeira versão feita por SIMON & GARFUNKEL, em 1964, era “um FOLK acústico”. Depois, fez o mesmo em discos dos BYRDS – e a notória Mr. TAMBOURINE MAN, é outro exemplo.
E, principalmente, em álbuns de BOB DYLAN, como “HIGHWAY 61 REVISITED”, lançado em 1965, onde está a seminal e histórica “LIKE A ROLLING STONE” – canção que elevou a qualidade das letras do ROCK ao Estado da arte. E deu a DYLAN o prêmio NOBEL de LITERATURA!
Para expandir horizontes, procurem conhecer o “PEARLS BEFORE SWINE”, banda de outro obscuro quase gênio do ROCK: TOM RAPP – concorrente algo “dylanesco”, inspirado e fugidio, e sobre quem o TIO SÉRGIO aqui já escreveu postagens.
Ouçam e colecionem o LOVE, e esta frutífera e grandiosa CEPA MUSICAL, que o cerca. É mandatório e prazeroso!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2019
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