A REVISTA “DOWN BEAT”, BÍBLIA DO JAZZ, ENCOMENDOU A SEU CRÍTICO, SERGEI MOORE, UMA RESENHA SOBRE O NOVO FENÔMENO DA CULTURA BRASILEIRA. A INCOMPARÁVEL M.C.CAROL!
O CRÍTICO ASSISTIU AO SHOW VIA INTERNET. E VIAJOU NA MAIONESE – MAS POR CONTA PRÓPRIA.
FOI ESSE O TEXTO ENVIADO:
Quando observamos o Rio de Janeiro e seu dinâmico ambiente cultural, é imprescindível recordar que a cidade foi moldura para eventos musicais do mais alto nível. Lembrem-se de JOÃO GILBERTO e a BOSSA NOVA; TOM JOBIM e a moderna MPB e o seleto elenco de músicos de renomada capacidade artística e criatividade.
Claro, não vou ater-me ao passado eloquente e óbvio! E, sim, dizer e afirmar o novo e o surpreendente. E o nome M.C.CAROL. É de Niterói, e se impõe e destaca prenhe de vigor e inequívoco talento para o que faz.
A musa é a cara da arte que pratica e afirma.
Sua opulenta figura, com timbre, afinação e ritmo peculiares, é joia bruta emblemática e autêntica de seu meio social e educação. É um achado antropológico-musical em que se vê nitidamente influências de pensadores como o linguista MARCOS BAGNO, e a primorosa educação pela pedra oferecida pela pedagogia brasileira contemporânea.
Seu magnífico e reiterativo show nos brinda com a poética da mulher livre e dona de si; e que não tem medo de enfrentar e consumir a seiva de três homens simultâneamente. Seu grito libertador, em que personagem lateral à história narra o acontecido e a presença sempre atenta do Estado brasileiro com a saúde de sua população. O refrão escutado diversas vezes dá eco ao canto livre de CAROL: “liga pro Samu, liga pro Samu, ela saiu com três e está com hemorragia no cu”! Mais expressivo e libertador é impossível!
CAROL nos brinda com obra surpreendente quando discorre sobre habilidades que desenvolveu para encantar seus parceiros. Coreografa um felatio explícito, que certamente se insere nas práticas de seu grupo e no repertório de ações de seus fãs. Ninguém esquecerá, garanto.
Mas, num dado momento do show, entram em cena dois rapazes que, em sintonia e coreografia livre, comprovam a tese que é impossível não especular: não será a performance dos macacos uma reflexão e referência ao clássico “2001 UMA ODISSEIA NO ESPAÇO”, de STANLEY KUBRICK? A dança dos livres bailarinos e o monolito ( Ah, sempre a Pedra !) a mim se revelaram pareados para transcender o agora, e suscitar novas interpretações culturais. É um épico do presente alinhado com o futuro!
Eu não poderia deixar de comentar sobre a banda e a sonoridade que produz. Alguns dirão que a música se reitera continuamente, como um PHILLIP GLASS tropical. Talvez seja assim? Ou, quem sabe, não: meus colegas que observam a música clássica poderão ver na criação do grupo um LEIT – MOTIF BACHIANO. Ou, quem sabe, ambos em fusão NEO-FUNK?
Não há dúvidas, o evento foi sui-generis. E a tal ponto que a candidata a vice-presidente da República pelo PT, o partido mais progressista do Brasil, MANUELA URSAL, disse o belo impensado sobre MC CAROL. Elogios claros.
Tomar conhecimento da vanguarda cultural brasileira foi mais do que inspirador para eu escrever para vocês! Eu recomendo vivamente!
P.S: Em 2021, este crítico teve acesso a mais outro diamante bruto de nossa poética popular. Certa manhã cedinho, eu e meus vizinhos fomos brindados com performance esfuziante de M.C. DRICA e M.C. GW, e o D.J. DM, em “SOCA, SOCA NO RABETÃO!”
Inesquecível e inebriante, tornou-se clássico instantâneo vindo dos autofalantes de um carro lotado por jovens, bem na frente de nossas janelas!
Eu concluí que o mundo não é dos onanistas. Mas das peripécias prediletas em SODOMA.
Não percam!
POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2018

POSTAGEM ORIGINAL: 18/10/2018
