Ora, perguntarão vocês, damas e cavalheiros, o que têm os cinco discos em comum?
E tio SÉRGIO lhes responderá: superlativos trabalhos de CONTRABAIXO no ROCK, e redondezas! E, para misturar e quase confundir, são estilos, gêneros e épocas diferentes.
1) THE ELECTRIC PRUNES era só um nome. E as bandas sempre foram montadas e remontadas por DAVID PONCHER e o produtor DAVID AXELROD, os donos do conceito e do nome.
Em cada disco gravado os músicos são diferentes. Fizeram uns cinco ou seis. Entre eles, três obras primas do ROCK PSICODÉLICO:
O primeiro, “THE ELECTRIC PRUNES”, 1967, é ROCK DE GARAGEM e PSICODELIA seminal.
O segundo, “MASS IN F MINOR”, é missa católica cantada em latim, e tocada como se JIMI HENDRIX e o BLUE CHEER tivessem entrado em colisão na porta de uma catedral! Mais outro álbum magnífico!
“RELEASE OF AN OATH”, lançado em 1968, é um ritual e prece judaicos, criado por AXELROD e o engenheiro de som DAVID HESSINGER. Foram contratados músicos de estúdio de alto nível para realizá-lo em 48 horas!
Nele tocou CAROL KAYE, para o TIO SÉRGIO, a “MAIOR BAIXISTA DA HISTÓRIA DA MÚSICA POP”, que dá um show! Aliás, era o que TIA CAROL costumava fazer gravando com gente tão variada como FRANK SINATRA e os BEACH BOYS. Ela participou em mais de dez mil sessões de gravação!!!! Ensinou gerações de craques a tocar baixo e guitarra!
2) Na outra ponta, “crossovers” em direção ao JAZZ FUSION: o BACK DOOR e o MORPHINE são trios; e têm SAX, muitos e distintos SAXES! Além, claro de “BAIXARIA” fenomenal!!!!
Tempos atrás, o meu amplificador pifou. Mandei consertar, voltou; e fui fazendo testes para ver se ficou bom.
Sim!
Sempre uso o MORPHINE, o CARAVAN e o MASSIVE ATACK para AJUSTAR os GRAVES. São discos soberbos tecnicamente, por causa da dinâmica, e do som saturado perfeitamente captado durante as gravações.
Eu observo o som do BAIXO para ajustar a posição das caixas acústicas em relação ao ambiente; e extrai o som mais correto possível do instrumento. A exigência maior é que se destaquem os “Recortes” – termo técnico da audiofilia, para identificar nas gravações a correta posição de cada instrumento em relação aos restantes.
O teste é fundamental para desclassificar ou aprovar a qualidade técnica, e a adequação de um “Amplificador” e das caixas acústicas também. Ouça com atenção, porque funciona.
3) Eu adoro o CARAVAN! Principalmente o álbum “WATERLOO LILLY”, gravado na DERAM em 1974. É FUSION JAZZ e ROCK PROGRESSIVO condensados de maneira única e inconfundível.
O trabalho de RICHARD SINCLAIR, no BAIXO, é um show de precisão, ritmo, andamento e criatividade. Experiência Imperdível!
4) O MORPHINE é bem conhecido, e mais atual. Destaca o SAX BARÍTONO de DANA CULLEY – carregado, denso, roncando ao limite das caixas! – em diálogo com a BATERIA.
E há, é claro, o BAIXO estonteante, onipresente; andamento e ritmos perfeitos, conduzido por MARK SANDMAN, precocemente falecido. É aula de gingado e fúria; técnica e “SOUL”.
E o VOCAL de MARK, entre o TENOR e o BARÍTONO, completa e faz integrar o conjunto que leva o uso do GRAVE ao espetáculo, e ao limite técnico das caixas que, se bem posicionadas, fazem a gente perceber o SHOW DE BOLA que o trio faz acontecer!!!!
O MORPHINE é banda essencial. E “CURE FOR PAIN”, lançado em 1992, é o disco resumo do estilo e arte que legaram.
5) Já o BACK DOOR é conhecido por poucos. Trio excelente, criado em 1972, na INGLATERRA, fez três discos irrequietos, estranhos; que obtiveram nenhum sucesso de vendas.
Mas são originais, para dizer o mínimo. RON ASPERY, o SAX ( geralmente ) ALTO, se autodeclarava um cruzamento de CHARLIE PARKER, ORNETTE COLEMAN, JOHN COLTRANE e KING CURTIS. Um cara modesto, é claro…
Porém, o coração do grupo é o extraordinário baixista COLIN HODGECKINSON. Onipresente, ele garante a base FUSION/ROCK/PROGRESSIVA, mesclada com doses de BLUES à ROBERT JOHNSON e LEADBELLY. Sensacional, para resumir!
Por óbvio, o batera TONY HICKS é suficientemente bom para encarar e segurar as estripulias dos outro dois.
HODGECKINSON fez carreira prolífica. Acompanhou Deus e o mundo: de WHITESNAKE a MICK JAGGER. E assumiu o baixo no TEN YEARS AFTER, por volta de 2014. É Um virtuose algo exibicionista e inquieto.
6) Para completar, procure ouvir o MASSIVE ATACK. Este disco, MEZZANINE, lançado em 1998, é um portento do chamado TRIP-HOP. Absolutamente DARK, claustrofóbico, e uma profusão de tons e execuções em GRAVE. É treino para retumbar os tímpanos, desterrar os vizinhos, e testar a qualidade do equipamento de som.
Discos, ou CD, são artefatos que não tocam legal se o sistema não estiver bem ajustado. Mas são espetáculos à parte, quando as caixas e cabos estão bem postos. Eu uso seguidamente o MASSIVE ATACK para sentir o peso dos instrumentos. Recomendo de verdade para quem gosta de ROCK, POP, FUSION, e sei lá mais o quê…Quando toco MEZZANINE alto a “gataria” da vizinhança mia mais do que a “cachorrada” late!!!
Estes cinco discos excepcionais são peças para colecionadores de VANGUARDAS, FUSÕES, ROCK PROGRESSIVO …, e o mais sei lá o quê!
Procurem e ouçam. São fundamentais, instrutivos e bastante divertidos!
POSTAGEM ORIGINAL: 26/11/2022

POSTAGEM ORIGINAL: 26/11/2022
