Por óbvio que seja, é impossível saber ou informar-se completamente sobre assunto qualquer. Ninguém sabe tudo, ou de forma efetiva sobre os macro temas da vida.
Se você gosta de música e quer saber um pouco mais, convém não ter ilusões. É recomendável privilegiar entre o CLÁSSICO e o POPULAR e, dentro deles, períodos, estilos ou seja mais o que for.
Ninguém sabe tudo de MPB, ou JAZZ, BLUES, ou ROCK. Esse é vastíssimo, espalhado e tão inconsistente e variado, que é bom ir com calma).
Entendo quase nada sobre a música CLÁSSICA. Há quem prefira o nome música “ERUDITA”. Aliás, no BRASIL é assim denominada. Eu não vejo motivo: no mundo quase inteiro é simplesmente chamada de MÚSICA CLÁSSICA – Veja Europa, EUA….
O que sei a respeito é superficial e foi aprendido por algum objetivo ou gosto transitório. Mesmo assim, mantive discos que aprecio, e para mim, são significativos.
Ando, no entanto, renovando o meu interesse. Voltei a comprar discos.
Gosto de PIANO em suas variações possíveis, do CLÁSSICO ao POPULAR. E os dois cavalheiros aqui postados estão entre os maiores pianistas do século XX . E, mais: são intelectuais da música, estilistas do piano e concertistas magníficos, de obra enorme gravada, prêmios ao redor do universo e tudo o mais a que têm direito.
Ambos são austríacos. E ALFRED BRENDEL, hoje, 2024, continua vivo aos 92 anos.
O que me leva à única percepção mais detida sobre o assunto que consigo comentar. Os pianistas alemães, como WILHEM KAMPF, fazem um ataque mais incisivo ao instrumento. Os dois austríacos não. Seria uma escola? Ou apenas personalíssimas interpretações do mesmo repertório?
Adoro BRENDELL por causa do dedilhado perfeito, onde se ouve nota por nota. Ele controla a música de maneira soberba. Aliás, se identifica como um executor fiel dos objetivos e ideias do compositor.
Seu ciclo de BEETHOVEN, das sonatas aos concertos para piano, a mim parecem supremos. De uma leveza contrastante com o estilo de seus primos alemães…
BADURA-SKODA coleciona pianos e gravou muita coisa usando instrumentos originais. Fez, inclusive, ciclos de obras com instrumentos de épocas diversas, portanto com resultados diferentes.
Para mim, ele retira sonoridade única dos teclados. O TRÍPLICE CONCERTO de BEETHOVEN, na foto, é de beleza ímpar. E a execução do COLLEGIUM AUREUM é espetacular em quaisquer aspectos: compreensão da obra, sentimento e técnica.
Eu incentivo os meus amigos a buscar o vinil original da gravadora alemã “HARMONIA MUNDI”, lançado por aqui em 1974. Ou, quem sabe importá-lo. Talvez não sejam caros demais. Da capa à qualidade técnica e artística da gravação vale muito além do que custa.
E quanto aos CDs?
Esqueçam. O que recentemente vi disponível custa mais de R$ 500,00!!!!
Magia, mestria, refinamento esperam os que ousarem.
