Não perguntem o por quê?
Mas colecionar, para mim, começa pelo SAVOY BROWN. Talvez decorra dos tempos de transição entre a década de 1960 e 1970.
Ou, quem sabe, pela memória dos discos da LONDON/DECCA, emblemáticos de meados dos anos 1960 / 1970, quando a gene pegava as capas internas que protegiam os Lps; e todas apresentando outros lançamentos e bandas das gravadoras associadas.
Quem comprasse MOODY BLUES, por exemplo, via discos do SAVOY BROWN, do TEN YEARS AFTER, de JOHN MAYALL & THE BLYESBREAKERS… E, claro, do grande ídolo daquela época, TOM JONES, entre vários e relevantes outros!
Pois, é queridos, queridas e adjacências: Memories are made of this…
Os discos da LONDON/DECCA eram artigos luxuosos – luxurioso? – , que a gente via e, vez por outra, comprava nas lojas importadoras. Traziam a vanguarda do BRITISH ROCK da época, convite à sensibilização e à curiosa sensação de pertencimento a um culto quase secreto. Colecionar DERAM também é um must!!!1
O SAVOY BROWN, por ser BLUES com um algo de PSICODELIA; e ter feito alguns discos já a caminho do ROCK PROGRESSIVO, também teve capas magníficas e marcantes.
Para mim, até melhores do que alguns discos que produziu. Mas, sempre fascinou a minha adolescência e os colecionadores daquela geração.
Confesso ter comprado mais a discografia da concorrência. Afinal, grana curta implica discernimento e escolha rígida. Porém, passou o tempo e fui, aos poucos, colecionando os moços.
As fotos aqui mostram 8 anos da carreira do SAVOY BROWN, na DERAM, 14 Long Plays.
E mais dois de CHRIS YOULDEN, o segundo e mais célebre vocalista da banda – mas que desistiu da carreira por considerar-se apenas mais um entre centenas. E ele não era, defendo, tão limitado quando disse.
O SAVOY BROWN, como o FLEETWOOD MAC, JOHN MAYALL, CHICKEN SHACK e quase toda a BRITISH INVASION fez mais sucesso nos EUA do que na Inglaterra.
KIM SIMMONDS, guitarrista, compositor e vocalista, o dono do SAVOY, persistiu e continuou até morrer fazendo, com ou sem a banda, BLUES estiloso e pessoal, em carreira mais do que cinquentenária e momentos criativos.
É bom não esquecer o sabido por colecionadores em geral. Foi de lá saiu a estrutura do FOGHAT, famosa banda de HARD BLUES de meados da década de 1970 em diante, e grande sucesso na linha da matriz: um BLUES ROCK inspirado por JOHN LEE HOOKER.
Esteve por lá, também, um dos maiores “siders” da história do rock, PAUL RAYMOND, tecladista, guitarrista e vocalista lendário, falecido uns quatro anos atrás, e que participou de várias bandas, entre as quais o UFO, e muitos projetos e gravações ao longo de 50 anos de carreira, ou mais.
Trouxe aqui mais três discos feitos no final da década de 1980, agora com DAVE WALKER no vocal, gravados entre 1988 e 1990. Discos muito bons, também. E algo mais pesados.
E, claro, entre 1978 e 1988, houve outros de KIM SIMMONDS e banda.
Segundo o pesquisei, há 52 álbuns, alguns miscelâneas, 34 compilações e 28 SINGLES. Claro, todos com KIM MAIDEN SIMMONDS, que morreu em dezembro de 2022. Certamente os discos solos incluídos… O sobrenome MAIDEN para mim é novidade… curioso….
KIM era o SAVOY BROWN. Ele criou, manteve e cuidou da fama do grupo. Foi ícone CULT e PRODUTIVO.
Ouçam o SAVOY BROWN, nome de cor como DEEP PURPLE. Ambos na “palheta auditiva” de quem gosta de ROCK.
Para mim, restaram sensações profundas e inesquecíveis.
