SOFT MACHINE 4 – ENTRE O FREE, O FUSION JAZZ E O ROCK PROGRESSIVO.

 

Sempre algumas palavras! Este é o disco que me tirou do sério. Começou por um erro:

No Início dos anos 1970, por algum motivo que não sei bem qual – provavelmente cabular aulas – acabei indo a um “SALÃO DO AUTOMÓVEL”, em São Paulo.

Tinha nada a fazer por lá. Não me interesso por máquinas no sentido em que os engenheiros e a maioria gosta. Não levo o meu carro para lavar e jamais lavei eu mesmo um automóvel.

Gosto deles pelo conforto e necessidade, e eles sempre me atenderam. Trabalhei muito visitando clientes e imóveis. O carro era e sempre foi necessário. Eu não o desprezo. Mas, estou longe de achar um objeto interessante. Não é meu cálice de Vodka, nem minha xícara de chá…

Por volta 1972, eu andava em trânsito do ROCK CLÁSSICO mais convencional para o ROCK PROGRESSIVO. E, na medida do acessível, lia revistas buscando hipóteses, novidades. Sempre foi difícil conseguir discos por aqui.

Mas, naquele evento, de repente uma bailarina fez uma dança-performance na frente de um carro .Qual? Nem desconfio – a música era toda vanguarda, e obviamente ritmada. E, por algum mistério insondável achei que fosse o “SOFT MACHINE”.

Não era: tocou e ela dançou PINK FLOYD, uma faixa instrumental do Long Play “MORE”, de 1969, “THE MAIN THEME”. Totalmente viagem, PSICODELIA + WORLD MUSIC! Deslumbrante! Soube uns dois anos depois. E gosto até hoje, também!

Seja como for, no dia do salário mais próximo fui ao MUSEU DO DISCO – loja ícone da época – e dei de cara com o “SOFT MACHINE 4”.

Comprei. Ouvi. Estranhei. Gostei? Não sei…

Ouvi novamente, em seguida outra vez; depois diversas, e forever and ever. Ever!

O disco é um tanto indescritível. Eu acho um arco-íris sonoro, que vai do FREE JAZZ à FUSION fazendo concessões, lá e cá, ao ROCK PROGRESSIVO. É disco esquisito no repertório de uma banda excêntrica. Escutem e opinem.

Certo dia, toquei o álbum para dois tios meus, já falecidos, e músicos profissionais da OSESP.

Um deles, ABRAMO GARINI, o mais aberto e até vanguardista, gostou. O outro, JULIANO GARINI, conservador, achou esquisito, e a linha do contrabaixo monótona. Eu, roqueiro barulhento, fiquei e continuo em transe há meio século!

Seja como for, nos está em minha vida, em local nobre da discoteca.

Vejam lá.

Pensando bem, comprem um e desfrutem, porque é sensacional – e, se “desbundarem”, como se dizia nos anos setenta, rebundem!!!!!!!

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