SPANKY AND OUR GANG, e OUTROS MESTRES DO POP VOCAL AMERICANO

Cantar é atividade lúdica ancestral. Se alguém é muito pobre e gosta de música, qual o recurso mais imediato e barato para começar?
A VOZ, é claro! O princípio, o fim e o meio!
Os negros americanos se reuniam nas esquinas de bairros pobres para cantar, inventar harmonias, etc… E a técnica vocal deles desenvolveu-se de tal maneira, na década de 1940/1950, que se distinguiu do RHYTHM’N’ BLUES para se tornar sub – gênero autônomo:
O “DOO – WOP”, coleção de onomatopeias cantadas para dar ritmo e andamento ao vocal principal; eram utilizadas, também, na ausência de alguma palavra que fizesse sentido no contexto da letra. Mal comparando, seria coisa tipo Olê-Olá; Lá, lá, lá; e tantas encontradas em nossa música popular. E, certamente, na de outros povos.
TIO SÉRGIO trouxe um exemplo claríssimo. É o volume14 da série STREET CORNER SYMPHONIES, lançada pela BEAR FAMILY RECORDS, em 2013, coligindo grupos como SHIRELLES, CONTOURS, FOUR SEASONS, IMPRESSIONS, e outros vários. Brancos e Pretos fazem DOO-WOP nessas canções de sucesso, em 1962.
Mas o foco da postagem é outro:
Aproveitei o gancho de uma coletânea muito boa, da SPANKY AND OUR GANG com 4 álbuns de 1967/1968, em dois CDS, agora lançada pela inglesa B.G.O. RECORDS,
Foi grupo algo famoso, onde o destaque é a cantora FOLK/POP/ETC… ELAINE McFARLANE, a SPANKY, é uma gorduchinha de voz potente, extensa e clara, capaz de cantar “de tudo”! Nos discos, ela e banda desfilam HITS do chamado SUNSHINE POP, como “LAZY DAY”, “SUNDAY WILL NEVER BE THE SAME”, “LIKE TO GET TO KNOW YOU”, bem conhecidos na década de 1960, e beyond…
Quem ouvir a SPANKY AND OUR GANG vai recordar, de cara, “THE MAMAS & THE PAPAS” – o grupo americano mais famoso do SUNSHINE POP. Não foi por acaso que SPANKY, anos depois, substituiu MAMA CASS, no quarteto. TIO SÉRGIO teve o prazer de assisti-los em SAMPA, com ela e o “One Hit Wonder” , SCOTT McKENZIE ( San Francisco ), integrando a banda com JOHN PHILLIPS e a filha, McKENZIE PHILLIPS – que também é atriz.
Claro, o foco na destreza vocal nos conduz a dois grandes mais próximo ao estilo da SAOG – Epa! deu acrônimo!: os BEACH BOYS e THE ASSOCIATION. Por isso, vale recordar mais um ilustre desconhecido na foto: CURT BOETTCHER. Superdotado que trabalhou essas duas bandas em arranjos, principalmente vocais.
No entanto, a SPANKY AND OUR GANG fugiu bastante do FLOWER POWER, mercado muito concorrido e congestionado. O repertório traz exemplos de ecletismo. Há clássicos da GRANDE CANÇÃO AMERICANA, do FOLK não psicodélico, algum BLUES, e versão de SUZANNE , de LEONARD COHEN. Além de composições de autores menos conhecidos. O que dá unidade aos discos é a beleza melódica, e o excelente trabalho vocal, principalmente de ELAINE.
Por esse aspecto, é possível aproximar ELAINE e banda ao MANHATTAN TRANSFER, grupo vocal de excelência, que iniciou carreira, em 1969; e foram craques nesse vasto híbrido que vai do JAZZ ao POP, instilado por BLUES, ROCK, R&B, até BOSSA NOVA e MPB!
E para confirmar arranjos vocais de alto nível, estão aqui FRANK VALLI e THE FOUR SEASONS, ídolos do POP VOCAL. E LAMBERT, HENDRICKS & ROSS, trio espetacular concentrado no JAZZ e na GRANDE CANÇÃO AMERICANA.
Eles foram os criadores do “VOCALISE JAZZ”. E JON HENDRICKS colaborou com TOM JOBIM em SHOWS e inclusive traduzindo algumas letras dele para o Inglês.
Mas, TIO SÉRGIO, e este BOX aí dos BEACH BOYS, THE PET SOUNDS SESSIONS, que tal?
Suponho que seja bom! Um amigo comprou, e manteve os CDS e o LIVRETO. Disse que não tinha espaço para o BOX, e o vendeu para mim!!!
Inacreditável!
POSTAGEM ORIGINAL:26/07/2025
Pode ser uma imagem de 3 pessoas, banca de jornais e texto

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