SPIRIT – FUSÃO PSICODÉLICA – 1967 /1973

Estão aqui, os gloriosos primeiros discos do SPIRIT, gravados para a COLUMBIA RECORDS, entre 1967 e 1970, onde se destaca o guitarrista “HENDRIXIANO” RANDY CALIFORNIA. São quatro supra sumos do melhor ROCK PSICODÉLICO feito na América daqueles tempos!
Também está postado o CD DUPLO com os dois álbuns que fizeram na MERCURY RECORDS: “FEEDBACK”, – sem CALIFORNIA -, que voltou à banda para “SPIRIT of 76”.
Nesta fase, tentaram ajustar o grupo para o HARD ROCK ao estilo HUMBLE PIE, SPOOKY TOOTH, por aí… Era a sonoridade em voga do final dos anos 1960 e início da década de 1970, pareando com o nascente ROCK PROGRESSIVO.
SPIRIT foi banda originalíssima que fundiu o ROCK PSICODÉLICO ao BLUES, e com pitadas de JAZZ MODERNO – a contribuição luxuosa do baterista ED CASSADY, padrasto de RANDY CALIFORNIA, e veterano do JAZZ com passagens por grupos de CANNONBALL ADDERLEY, THELONIOUS MONK , GERRY MULLIGHAN, TAJ MAHAL, e outros vários.
A banda “soava claustrofobia”; um clima que, para mim, sempre lembra o 1984, de GEORGE ORWELL; ou coisas de FRANZ KAFKA.
Eram pesados e algo lentos; talvez um pré – BLACK SABBATH mais intelectualizado. Filhos legítimos da ERA HIPPIE e da GUERRA FRIA, portanto embalados no desbunde crítico e anárquico dos contestadores de 1968I
Bingo! O LP de maior sucesso da banda, o espetacular “12 DREAMS OF DR.SARDONICUS”, de 1970, exala isto!
Houve, tempos atrás, polêmica sobre a abertura da música TAURUS, constante no álbum “SPIRIT”, lançado em 1967, e tida como plagiada pelo LED ZEPPELIN, em “STAIRWAY DO HEAVEN”.
Eu discordo. Acho acusação genérica e insuficiente. Afinal, o que existe é uma sequência de acordes encontrados em centenas de outras músicas. Nada demais.
O LED ZEPPELIN foi absolvido, com inteira justiça; mesmo que o ranço do estigma gerado pela discussão permaneça, confundindo o excelente currículo da banda com prontuário…
No entanto, o SPIRIT chegou a excursionar com o LED, que tocou “Fresh Garbage”, em um show, o que para muitos seria indício de fraude….
Sempre que ouço as orquestrações em discos do SPIRIT, me recordo de “CONSTRUÇÃO e DEUS LHE PAGUE” do CHICO BUARQUE. Percebo no arranjo de ROGÉRIO DUPRAT inspirações “orwellianas”, que lembram o “SPIRIT”…
Atentem: não falei em plágio – porque não é mesmo! Eles são contemporâneos; e DUPRAT foi o maestro da TROPICÁLIA, espécie de PSICODELIA À BRASILEIRA.
E, por proximidade lógico-estética-temporal, influências e memórias sempre parecem possíveis…
SPIRIT é banda fundamental! E cai em teste para “rockers” em nível de mestrado.
Não percam! São músicos e discos altamente criativos!
POSTAGEM ORIGINAL:15/09/2019
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