Por volta de 1969, acho, passou em alguns cinemas de SAMPA um filme/show apresentado pela DUPLA americana JAN & DEAN, com várias bandas e cantores de sucesso daqueles tempos.
Lá pelas tantas, um dos dois entrou no palco fantasiado de bombeiro. E o outro perguntou por que estava vestido daquele jeito?
A resposta: “É porque agora vai pegar fogo”. E anunciou JAMES BROWN & THE FLAMES. Não deu outra, o negão incendiou a plateia com o R&B dançável, anárquico, cheio de irreverência e violência.
MAS, tio SÉRGIO, o que aquilo tem a ver com THE WHO?
Vou fazer uma digressão provocativa.
Vocês lembram do OASIS, lógico? E do BLUR? Também, é claro.
E quando escutamos as duas bandas, quem vem à cabeça?
Para mim, BEATLES e THE KINKS. Eu defendo.
Agora, retornem para mais ou menos 1976, e pensem em THE CLASH, em seu memorável primeiro álbum; e em THE JAM, de PAUL WELLER. E de cara vêm THE WHO à memória.
Provocando vocês, o PUNK do CLASH e do JAM têm filiação direta no BEAT do WHO! Ou não?
Pois bem, as performances e o repertório do WHO, na fase BEAT/R&B, 1964/1966, emulam diretamente JAMES BROWN!
MODS até o último trago no PUB. A banda era fã de artistas americanos de R&B; de negões e neguinhas; e suas performances espetaculosas e ardentes evocavam o R&B original.
O vocal de ROGER DALTREY tenta trazer JAMES BROWN à Inglaterra de 1965. Claro, ROGER é cantor menor; e astro e performer de primeiro time!
O ROCK da banda funciona em torno do seguro baixista JOHN ENTWISTLE; na explosão rítmica de KEITH MOON, na bateria; e na guitarra agressiva e letras vigorosas de PETE TOWNSHEND.
O WHO da fase inicial era, antes de tudo, uma poderosa banda de SINGLES. E o primeiro e seminal LP, THE WHO SINGS MY GENERATION, saiu também no Brasil, em 1966. É amostra perfeita da melhor e mais transgressora performance do ROCK INGLÊS daqueles tempos! Guitarras e baterias destruídas inclusas!
THE WHO se equiparava aos ROLLING STONES, em termos de um funeral para o “bom-mocismo – musical”, que ainda sobrevivia.
Para confirmar a usina de forças que geravam ao vivo, assistam ao FESTIVAL DE WOODSTOCK, de 1969, onde o quarteto fez performance memorável, e talvez não superada em eletricidade e emotividade. Talvez o mesmo deva ser dito sobre “THE WHO LIVE AT LEEDS”, de 1971; até hoje considerado um dos shows de ROCK ao vivo mais delirantes . Dilúvios torrenciais sobre a plateia!
Claro, daí em diante, a história é outra na construção do caminho da merecida elevação da banda ao Olimpo.
Mas, se queres ROCK´N´ROLL, de verdade, o disco é esse aqui!
POSTAGEM ORIGINAL: 27/09/2022

POSTAGEM ORIGINAL: 27/09/2022
