Sempre me consterna e apavora. Porque é o suprassumo do niilismo e da negação do civilizado. Discordo frontalmente de sua existência e sempre combateria, dentro da lei, um Estado que a tivesse em sua Constituição.
Muitos argumentarão que há gente irrecuperável e que não pode conviver junto aos cidadãos de bem. Concordo, não sou rousseauniano e já fui vítima de gente que precisava ou precisa permanecer atrás das grades.
Sou favorável a penas mais fortes e a redução da maioridade penal – o que é outro assunto.
Mas, o Estado tem, sempre, que estar acima da barbárie de alguns, aplicar leis que deem exemplos e punam, e jamais se igualar a qualquer assassino matando com o aval da justiça e da sociedade. A pena de morte não é pedagógica, porque iguala o executor ao condenado equiparando, nesse caso, justiça à vingança.
A pena de morte é tão covarde quanto um atentado, um homicídio ou um latrocínio, mas com a agravante de ter a legitimação social para imobilizar e executar o condenado.
Gente civilizada se opõe a isso independentemente do instinto de vingança que alguns facínoras suscitem na maioria de nós – em mim, inclusive.
Um rapaz brasileiro, um rapaz idiota, foi executado em uma prisão na Indonésia. Foi condenado por tráfico de drogas. É o típico irresponsável que julga outros países pela leniência de nossas Instituições. Tenho compaixão por ele.
Há um aspecto político que não vi comentaristas dando conta: o Brasil interveio e apoiou a separação do Timor Leste da Indonésia. Devem ter ficado sequelas diplomáticas, portanto o governo indonésio não levou em consideração os pedidos de clemência feitos pelo governo brasileiro; Um jeito de mostrar soberania e distância diplomática do Brasil. Uma prece a mais…
Foi até curioso, mesmo tétrico: eu nunca vi tanta gente torcendo pela execução do moço como aqui nas redes sociais! Na escala evolutiva, estamos macaco abaixo. Deus e a lucidez nos livrem deles…
9 de jan de 2015 19:34