Banho de piscina e meditação.
Perscrutei um pouco, tomei outros goles e veio à cabeça o dilema: Céu ou inferno?
Talvez, não?
Quem sabe purgatório e reencarnação? Os deuses não gostam de infidelidade partidária. Então, escolhe o time, pô: ou cristão ou budista?
Discordo, é claro!
Acho que tenho o direito à dúvida, à especulação, e a ser mais bem convencido dessas coisas…
No fundo, admiro os dois: CRISTO e BUDA.
Os budistas são mais abrangentes. Para eles, CRISTO É UM BUDA. E, faz todo o sentido, porque ambos são iluminados militantes, moral e eticamente influentes, no decorrer dos séculos.
Mas, existe o lado prático.
Hoje, pensei nos cristãos: céu, inferno, purgatório…
Pelo meu passado, acho que nadar no caldeirão do capeta é menos provável. À parte ROCK ‘N’ ROLL, vários copos a mais e algumas ranzinzices, faço parte da turma dos certinhos. Fui bom menino, e sou bom velhão. Mais, ou menos, quem sabe…
Ir para o céu direto?
Difícil. Primeiro, não agendei com o CRIADOR.
Sei lá, entende; entre os deslizes, eu tinha estilingue quando criança, e matei uns passarinhos desavisados. Chutei a canela de um farmacêutico escalado para aplicar umas injeções na minha bunda…
E puxei o rabo de cavalo da minha mulher, ANGELA, pedindo cola em uma prova para entrar no “colegial”, em 1969. Nos conhecemos lá, namoramos… Mas, isto já está prescrito. E paguei com a minha liberdade: casei com ela…
Sobrou o PURGATÓRIO.
Andei lendo a respeito, e concluí que é administrado por funcionários públicos. Lá ninguém decide nada…
O foguete para o infinito, entrar no paraíso e outras possibilidades, dependerá de muitos vistos, entrevistas, horas marcadas que são adiadas, muita desconversa…
E descer para cozinhar no tacho de Belial ou sentar no colo de Asmodeu, também é complicado, porque os burocratas de lá não assumem a responsabilidade. Ficam sempre na dúvida: e se queimar o desgraçado além do ponto? E, se der Procom? Sair nas redes sociais? E, se o cara reclamar no Datena? E, se acabar em C.P.I?
Eles não topam, não; acham melhor não decidir…
Na dúvida, eu permaneço por aqui. A cerveja continua gelada, apesar da pandemia e da política escrota dominante.
Mas, como sempre, quem sabe alguns luminares não sejam reeleitos. E, talvez, até sejam indicados para uma vaga na pensão Papuda , em Brasília – nenhuma estrela no guia Michelin…
E tem a copa do mundo, também; e vários discos legais chegando, alguns amigos, leituras…
Mas, principalmente, tem a ANGELA, que não quer que eu parta para a derradeira gargalhada – ao menos por enquanto…