A cabeça é o cockpit do meu corpo. Nave parada e sem repouso.
Muitas vezes embarco nela e viajo parado e tenso. Sem relaxar, visito problemas, agendas, projetos, dejetos, medos e poucos desejos.
Passo por abismos, cores, dores, ideias, enganos e, mais ao fundo e não tão profundo, percebo a tortura da trilha sonora de zumbidos no ouvido, ou de música qualquer repetitiva e irritante. Sou vítima das músicas que ouvi, ruins ou boas, que se reproduzem em meu “COCKPIT” incessantemente…
Dormir bem é o HIGH-END da vida que poucas vezes eu consigo. Um estado da arte que procuro sem convicção ou método. Minha consciência é tranquila. A minha cabeça, não.
Eu sei que advogo contra mim mesmo; maltrato minha nave, não desço do cockpit.
Mas vou dar um jeito nisso, escancarar minha adega recheada por demônios que não mereço – mesmo que os tenha criado e com eles convivido, ou venha “confalecendo” por causa deles!
Eu perco por esperar. Não espero mais.