RECORDANDO O “SR. SPOCK”, “DR. HOUSE” E A “ESCRAVA ISAURA”. TRÊS ÍCONES MUNDIAIS!

 

Se houvesse ocorrido um encontro na BRACARENSE, lá no Rio; ou no VALADARES, aqui sem São Paulo entre os atores “LEONARD NIMOY”, “HUGH LAURIE” e “LUCÉLIA SANTOS”, os “cavalos de santo” do “SR. SPOCK”, “DR. HOUSE” e da “ESCRAVA ISAURA”, eu adoraria ter estado presente, e até pagaria a conta!

Vocês talvez tenham reparado o que têm em comum esses três: tornaram-se ÍCONES INTERNACIONAIS (INTERGALÁTICOS?) muito além da cultura que os projetou.

De Miami a Mianmar, de Pretória a Monróvia, de Pequim a Quixeramobim, do Taiti a Madri, todos mundo sabe ou soube quem são eles!

Quando LUCÉLIA interpretou a Escrava Isaura eu nem quis saber da história. Como todo pretendente a intelectual, naqueles tempos, e respaldado em arrogância e um sempre negado elitismo, eu achava que a televisão era mesmo, e apenas, máquina de fazer doidos.

Houve tempos onde o TIO SÉRGIO se negava a assistir novelas, e ver TV só programas de noticias. Preferia ir com a Angela ao cinema e a outras “atividades-cabeça”, que viventes nos anos 1970 achavam imprescindíveis.

Mas, com o passar do tempo, a vida mais assentada e doméstica, passamos a assistir algumas novelas, etc…

Eu gosto da construção da linguagem, e de um certo contato organizado com a vivência do cotidiano. Então, filmes, séries e o vasto etc… hoje acessíveis via STREAMING e outros meios tornaram-se imprescindíveis.

Eu sei o quanto LUCÉLIA SANTOS extrapolou a si e ao Brasil. O personagem foi “case” cultural de alto impacto.

E tanto a brasileira como HUGH LAURIE, o Dr. HOUSE; e LEONARD NIMOY, o SR SPOCK de Jornada nas Estrelas, todos tornaram-se vítimas do próprio sucesso, nessa viagem à fronteira final que seus inesquecíveis personagens fizeram.

Três bons atores, certamente. Mas, carregam o KARMA do pretenso “único personagem”, sambinhas de uma nota só que injustamente ostentaram. Eles fizeram mais do que isso, e LUCÉLIA é um exemplo nítido.

Porém, como nas discussões políticas eivadas por ideologia, isso não importa: eles são eternamente culpados…

O Sr. SPOCK e o Dr. HOUSE adentraram o meu imaginário e não sairão mais dele.

Claro, são personagens diferentes entre si, mas têm característica em comum: inteligência acima da conta; e fé na razão e na ciência como instrumentos para a resolução de problemas. Sejam lá quais forem…

Eles são de épocas diferentes. Nos tempos do COMANDANTE KIRK nem se cogitava o conceito de inteligência emocional. E, se SPOCK era a razão pura, o Dr. McCOY, o médico da espaçonave, era a expressão do emocional. E a síntese funcional era o CAPITÃO KIRK, a simbiose que tudo decidia, conduzia e fazia dar certo.

Hoje, sabe-se que não é “bem assim” que funciona…

É interessante notar que o “JORNADA nas ESTRELAS”, que estreiou em 1965, é uma série de TV contemporânea ao surgimento do ROCK PSICODÉLICO, do TEATRO do ABSURDO, e da expansão das DROGAS LISÉRGICAS. Entre as novas expressões artísticas e comportamentais que privilegiavam a liberação emocional e comportamental dos indivíduos. Dois anos depois, tivemos 1968 e suas decorrências. Portanto…

A expressão da racionalidade como aspiração deve conter verdades que ainda não sabemos. E a predominância do “non-sense” também continua mistério não solucionado. Dualidades prevalentes na ópera bufa do viver.

Com o Dr. HOUSE é diferente. Em tempos em que se procura o uso da “INTELIGÊNCIA EMOCIONAL” vem esta série onde os personagens são profundamente inteligentes, e abissalmente desequilibrados.

GREGORY HOUSE é um infeliz com problemas crônicos de saúde, abuso de drogas, arrogância sem limites, e relativização da ética beirando o criminoso. Ele foi preso, em alguns capítulos e no final apagou sua identidade aproveitando para “morrer” em incêndio…

Porém, é a criatura genial que resolve problemas raros e complicados – é o que me parece, porque não tenho a menor ideia da parte médica… Como líder, ele constituiu uma equipe heterogênea, composta por outros médicos superdotados e eficazes.

O fascínio dos filmes da série está nos diálogos inteligentes, corrosivos, no “humor do mal”, e nas atitudes politicamente incorretas que HOUSE toma.

E, como quase tudo o que é interessante, também vai contra a moral estabelecida de sua época. Viver é contestar e aprender para aprender…

Pensando um pouco além, e retomando o fiozinho de arrogância que não abandona minh´alma, às vezes eu me surpreendo porque “OSOUTROS”, “OSAMIGOS” e “ASAMIGAS” não fazem o que eu prego e muito menos pensam como eu penso… Que gente cabeça dura, não é mesmo?

É nítido e claro que a maioria não é irracional, mas simplesmente filtra emocionalmente as suas próprias conclusões. Somos todos racionais…

O problema é que muitas vezes “eu gostaria” que muitos fossem mais, hummm, cerebrais…Arrogância nítida, pura e simplesmente.

E, como a gente viu no Sr. SPOCK e vê no DR HOUSE, não é assim que o bicho homem funciona.

Então, vida longa, saudável e próspera! E com muita dissenção e bagunça criativa, o verdadeiro motor da existência e da vida neste SANSARA PSICODÉLICO que coabitamos!

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