GUARUJÁ: CHUVAS E CHUVAS, E PROBLEMAS…

Tem chovido muito esses dias. Mas, eu e a Angela percebemos que no Guarujá chove menos do que, por exemplo em Praia Grande, Bertioga, Mongaguá… Acho que há micro-climas onde as chuvas alternam; acontecem ou não; ameaçam, mas não vêm… em suma, é um lugar peculiar. Venta muito de verdade; o vento é uivante, fantasmagórico…

Mas, domingo por volta da 23 horas, houve um blackout na região onde moramos, na praia de Pitangueiras. Apagou tudo! A força e a luz somente retornaram às onze da manhã de segunda feira. Jogo duro. E pior ainda: internet e televisão só ontem, também às 11 da noite. Quer dizer, o mundo caiu e nós ficamos limitados, sem ver nada. Alienados.

Ontem, final da tarde saímos para dar uma volta. Cidade deserta, chuva pouca. Ruas que sempre movimentadas e com os carros estacionados, vazias; sem vivas almas… muito poucos carros. Lenta.

Soubemos, depois, que as aulas foram canceladas, portanto a vida se reduziu. Um clima “irlandês” demais: cara de inverno, mesmo com temperatura nos 25 graus; nuvens baixas, chuviscos, ondas altas, em suma noite para ouvir “Rory Gallagher” , Van Morrison ou U-2, ou ler James Joyce – Santo Colombino! estou mergulhando na maionese…

Sério; o desastre nos morros da periferia baixaram o moral e o pique dos habitantes. Somos todos vizinhos, vivemos na mesma ilha, é ruim demais saber que alguns muitos sofreram o que todos sabemos agora. Um desastre de grandes proporções.

Os bares e restaurantes estavam às moscas.

Nós moramos em cima de um morro no centro da cidade. O prédio está sobre uma rocha sólida no final de uma rua. Não corremos riscos.

A sociedade por aqui tomou providências para que as construções sobre morros fossem abolidas. Nas áreas centrais temos natureza pura nas montanhas; onde se tentou construir houve impedimento direto. Há esqueletos de prédios que permanecem. Não serão concluídos. É o correto.

Problemas como este acontecem na periferia. A cidade é plana em sua área produtiva, Mas, os muito pobres precisam viver e, como em todo lugar, há compaixão e vista grossa para ocupações perigosas. Eles moram onde conseguem. Acontece em todo canto do país. O desastre ocorreu, como em quase todo o Brasil onde há morros.

Aqui, foi incomum. O que nos alerta para as mudanças no clima e sobre a necessidade de legislação urbana mais rígida. Portanto, uma reforma ou reformulação urbana é tema que certamente entrará em pauta.

Estou a cara da cidade, hoje: triste.
Postagem original 04/03/2020

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