Pessoa amiga terminou abruptamente um debate sobre a maioridade penal, com a veemente sugestão de que eu descolasse uma sonda e “prospectasse o meu pré-sal”!
Claro, não foi com a elegância estilística com a qual o Tio Sérgio trata concordantes e adversários: me mandou, na lata, tomar no “Marquês do Rabicó”!
Ooops… também não foi com essas palavras.
Como não colocou ponto final na frase, eu entendi que a prescrição era para várias sessões, tipo quimioterapia ou lancetagem de algum furúnculo. OOOPS!
Então, eu pensei: se a pessoa é formada em biologia e não em medicina, então a receita tem mais a ver com análise clínica.
Quem sabe proctologia; e certamente não com urologia, tipo exame de próstata.
É pura especulação, claro, já que o diagnóstico, correto ou não, imediatamente implicou na sugestão da terapia.
Pretendo consultar outras opiniões, já que por convicção – e, talvez, ignorância – nunca tomei desse remédio…
Aí, eu pensei de novo, mas será que é preciso prospectar tão fundo? Puxa, será que não existe alguma jazida digamos…mais próxima da lâmina d`água?
Não! É uma questão de filosofia profissional e método de trabalho, especulei.
Se apareci com os sintomas, ou as queixas, como as que desfilei durante a discussão, o remédio é esse mesmo.
Por isso, eu recordei quando estudei na Universidade de Patópolis! Ooops, na USP, na FFLCH, a Escolinha dos Professor Raimundo, onde fui aluno dos grandes mestres LUIZ PEREIRA, JOSÉ ÁLVARO MOISÉS, GABRIEL COHN, FRANCISCO WEFFORT, JOSÉ AUGUSTO GUILHON de ALBUQUERQUE…
Também local de trabalho de incontáveis sábios do passado, que infelizmente não não deram aulas para mim, tipo FLORESTAN FERNANDES e FHC e CLAUDE LEVIS STRAUSS.
Lá, tentaram ensinar algumas coisas sobre o pensar, o fazer, discutir; ou até militar a favor ou contra alguma causa.
Em linhas gerais, há dois tipos de intelectuais, professou GRAMSCI: o acadêmico e o orgânico.
Sem qualquer pretensão, mas já que todos de um jeito ou de outro se propõem a interferir como cidadãos na realidade, e o Facebook é um instrumento para isso, quando entro em debates, sambo na avenida com meus amigos. Discuto e tento defender as minhas teses.
É o que estou de algum jeito fazendo. Ou seja: sendo orgânico e não acadêmico. Assim como todos aqui.
Então, se hoje não vou para as ruas organizar a matilha, não significa que eu não faça nada. É o meu estilo, e tão válido como outros quaisquer.
E, se muitas vezes eu não concordo com posturas mais à esquerda, ou à direita; ou mais pretensamente identificadas com o que se acha que a ESQUERDA e a DIREITA em geral pensam; não é porque seja egoísta ou REACIONÁRIO.
Mas porque em momentos de muita polêmica e divisão, como este, sempre há respostas alternativas e muitas vezes mais adequadas. É isso.
Agora, eu já decidi. Não vou tomar o remédio que me foi prescrito.
Então, ex-amigo, sugira outra terapia para quem conseguir te aturar. E larga de ser cretino, boçal e malcriado!
POSTAGEM ORIGINAL: 19/06/2018
POSTAGEM ORIGINAL: 19/06/2018
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