AMIGOS? SERÁ?
Certas imagens projetadas pela vida em sociedade conspiram para que a gente considere amigos, ou próximos, gente de atividades ou posições com tênues semelhanças. Mas que na lógica rudimentar seria normal, e até óbvio, que se aproximassem, e até se compreendessem. Esse tipo de engano é normal com personagens conhecidos; políticos e artistas, por exemplo. As aparências enganam, sabe-se desde sempre…
Eu recordo:
Meados da década de 1980, LULA com a legitimidade política e social que os heróis sofridos têm, foi apresentado a LECH WALESA. Para os que não lembram, ambos eram operários e líderes sindicais.
Porém, havia diferença fundamental entre eles: LULA atuava contra a ditadura militar brasileira, e a favor das liberdades públicas e da conscientização da classe operária, que “haveria” de instalar-se no poder contra o regime capitalista…
WALESA liderava o sindicato SOLIDARIEDADE em greves contra a ditadura comunista na POLÔNIA, considerada opressora dos trabalhadores e de toda a sociedade. Ele foi um dos solapadores do regime comunista local, junto com RONALD REAGAN, MARGARETH THATCHER e o PAPA JOÃO PAULO II – também polonês!
Foram momentos politicamente riquíssimos, e o início do desmonte do comunismo soviético. No Brasil, estávamos em plena gradual e lenta transição para a democracia política.
Então, algum fantasminha camarada pensou: ora, são dois líderes operários modernos e contemporâneos; interessados na democracia e nas liberdades públicas; Portanto, vai rolar uma química…
Quá, Patos-cidadãos, mas nunca! Os dois se odiaram mutuamente quando se conheceram! E por bons motivos: LULA queria um país mais semelhante ao que WALESA ajudara a derrotar; acreditava na esquerda!
E WALESA combatia a esquerda estatista e ineficaz que oprimia o povo polonês, vítima da ineficiência social e da falácia política perpetrada pelos estalinistas. Indiretamente, LECH WALESA lutava pela instauração de um regime liberal e capitalista…
Com o tempo, ambos se tornaram PRESIDENTES DA REPÚBLICA de seus países. E poucas vezes simplificações e aparências enganaram tanto.
Em 2000, GILBERTO GIL e MILTON NASCIMENTO estavam no mesmo voo com respectivas equipes. Não se encontraram e nem se falaram, apesar de avisados. Tempos depois, empresários bolaram um disco e shows em conjunto. Eles não eram amigos, ao contrário do que nós, os fãs, suporíamos.
DIANA ROSS e MARVIN GAYE estavam no auge de suas carreiras, em 1973. Ambos eram grandes nomes da MOTOWN, e os produtores armaram disco com os dois. Gravaram. Cada um de um lado e sem jamais se encontrarem. Foi um sucesso retumbante! Os dois se odiavam…
Tempos atrás li, na Veja, que MARIA BETHÂNIA achou “um pouquinho estranho” ter sido convidada para participar de um documentário sobre GAL. “Afinal, faz muito tempo que não nos vemos” – mais de cinco anos…. hummm!!!!
Será que…
POSTAGEM ORIGINAL 24/06/2017

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