TIO SÉRGIO já vai esclarecendo que as fotos de discos do JERRY LEE LEWIS; e dos AMBOY DUKES, a banda do guitarrista TED NUGENT, aqui em sua fase psicodélica; são meros pretextos para contar historinhas.
Os dois sempre foram “ISCAS DE POLÍCÍA”, para recordar ITAMAR ASSUMPÇÃO que, até onde sei, não era encrenqueiro, mas atraía a repressão, por outros motivos e preconceitos.
TED NUGENT é um reacionário e militante de extrema direita. Conta-se que acompanhava a polícia, dentro dos camburões, à procura de bandidos nas ruas…
E minha casa ele não entra…
Nunca fui de briga.
Sou um sujeito light e diplomático. Da turma do deixa isso pra lá…
Passei minha vida negociando, construindo convivências e conveniências, considerando o lado do carneiro… E dialogando com a onça pra ver se ela se interessava por um gambá, digamos; ou, quem sabe, por uma saladinha de tomates e alface… essas coisas.
Compus vários acordos em situações inacreditáveis. Perdi outros. Na média, ainda pago e como a minha pizza com eventuais transações e negócios no mercado imobiliário.
Mas, tio SÉRGIO, what porra was that? Você era arregão?
Eu diria que fui e sou um profissional da “Porrada Interrompida”. Um administrador de contrariedades. Muito comuns entre condôminos, proprietários e inquilinos, e outras picuinhas cotidianas.
Convenhamos: vou além de um mero “coito interrompido” – ou na linguagem explícita, mas não candente da molecada de hoje, eu não sou “Corta Fodas”.
Porém, sempre que o ápice do impasse culmina em porrada, lá vou eu ver se dá pra contornar, deixar a coisa menos brusca, acomodar… Mas vi coisas. E não tão poucas; em que não intervim, e nem deveria.
Vou contar algumas;
Lá pelos doze anos de idade, tarde incerta cabulei aula junto com outros coleguinhas. Sei lá como ou por que?, fomos parar em campinho no PLANALTO PAULISTA, perto da escola, e jogamos futebol contra a molecada dos arredores. Tudo foi de mal a pior, e acabamos enxotados pela turba local debaixo de pedras. Ainda bem que fuga foi em uma descida. Você se recorda disso Renato César Cury?
Mais uma; Acho que até hoje existe a “PORTUGUESINHA”, que tinha um digamos…. estádio…. em terreno vago perto da rua LOEFGREN, nos limites da hoje CHÁCARA INGLESA.
Estávamos eu e meu “primoirmão” BETÃO assistindo a um jogo/batalha entre duas milícias futebolísticas rivais. Terminou em briga. Não tínhamos nada a ver com aquilo. Mas um delinquente grandalhão tentou me afogar em um córrego, na verdade um corredor de fezes a céu aberto.
Apareceu sei lá de onde um adulto que impediu a minha execução.
Fui crescendo e as histórias melhoraram. Assisti a uma das grandes brigas em campo de futebol do meu tempo. Foi no estádio do NACIONAL ATLÉTICO CLUBE, time hoje quase inexistente, mas que defendia sua honra em um estádio razoável, na Barra Funda, naquela época, bairro operário de SAMPA.
Era a final do campeonato da segunda divisão, lá por 1969, sei lá…
Fomos assistir eu e o BETÃO, levados pelo tio ANTONIO GARINI, o TONICO, jornalista que virou nome de rua.
Tudo corria mal, muito mal, quando de repente eclodiu bacobufo generalizado. Começou dentro do gramado e, como bomba de napalm, espalhou-se e incendiou geral e arquibancadas.
Só foi contido quando chegou a polícia, muitas vezes Instituição especializada em transformar desentendimento em guerra fratricida… e botou pra quebrar.
Não fugiu de minha memória o “huno barrigudo” sentado no topo do alambrado, que cobria de porrada e porretadas qualquer um que se aproximasse. Até que, derrubado por uma facção de torcedores, teve a bunda chutada, ritmicamente, por uns 5 minutos enquanto tentava escapar.
Não conseguiu…foi resgatado pela milicada, que aproveitou para “crismá-lo” para ver se acalmava.
Outra;
Eu tinha, sei lá, uns 19 anos, quando em um bailinho duas tropas de joviais projetos de criminosos se confrontaram, depois que um dos líderes foi jogado escada abaixo na casa da menina que os convidou para o aniversário… A coisa ficou incontrolável, e a polícia cercou as duas pontas da pequena e bucólica rua, onde a infeliz e chorosa aniversariante morava.
Estávamos eu e meu outro “amigoirmão” Aldahyr Ramos. Conseguimos, milagrosamente , fugir da festa sei lá como… Foi literalmente todo mundo preso! Menos a gente.
A última encrenca de que me recordo foi no SHOW que o grande pianista e ROCKER , JERRY LEE LEWIS, deu em SAMPA, anos atrás.
O PALACE, casa de shows que não existe mais, no bairro de MOEMA, estava cheio. A banda segurava o foguete, enquanto a produção tentava trazer JERRY LEE para o palco. Ele estava bebasso, e demorou a eternidade!!! A plateia estava indócil, xingando, gritando. Havia muita gente tão bêbada e drogada quando o astro.
Em certo momento, entra o JERRY. Senta-se ao piano e detona do jeito que conseguiu uma sequência de seus clássicos. A turba reagiu empática, dançando, gritando, e alguns tentando invadir o palco, e sendo impedidos pela segurança.
Em meio ao furdunço, um guapo etilizado suspendeu a namorada no ombro. Tampou geral a visão dos hooligans em volta… As consequências vieram imediatamente. Uns sujeitos reclamaram na base da grossura. Mas, nem a bunda desceu do ombro, e nem os braços do namorado recolocaram a bunda e a moça no chão…
E, não deu outra: alguém tascou certeira dedada no centro do rabo da menina, que ainda estava suspenso no pescoço do cara. Um berro! xingamentos e o pau cantou perto de mim mais alto do que o JERRY LEE!!!!!
Separa daqui, tira de lá; enquanto os seguranças distribuíam fartamente pescoções, porradas e chutes. Um festival de MMA ao som de ROCK AND ROLL. Um monte de gente foi “convencida” a se retirar.
O show inteiro durou menos do que uma hora. JERRY LEE saiu de cena sob protestos generalizados. A banda procurou manter o clima, com o baixista tentando cantar, etc. e tal.
Resumo: foi uma merda. Inesquecível merda para esses nada tristes trópicos…
Daquele momento em diante, fugi da maioria dos shows ao vivo.
POSTAGEM ORIGINAL AMPLIADA: 21/06/2025


POSTAGEM ORIGINAL AMPLIADA: 21/06/2025
