Quando estudei Ciências Sociais na FFLCH DA USP, entre 1974 e 1979, o professor PAUL SINGER era um mito, e mantinha influência sobre a faculdade, apesar de não lecionar mais por lá.
O curso, na época, previa dois semestres de aulas sobre ECONOMIA.
Foi um PERÍODO CAÓTICO, porque a INTENSÍSSIMA POLITIZAÇÃO e DOMÍNIO da ESQUERDA na Faculdade de CIÊNCIAS SOCIAIS, entrava em choque com o currículo básico de ECONOMIA.
Em resumo, havia um semestre de micro-economia e outro abordando a macro economia.
Os PROFESSORES que lecionaram a matéria eram TODOS da FEA – Faculdade de Economia e Administração. E, na época, uma escola de economia bastante conservadora, em que DELFIM NETO e os chamados “Delfim Boys” tinham poder e predominância.
Mas, os ALUNOS e a influência de ECONOMISTAS de ESQUERDA, como PAUL SINGER, queriam um curso mais voltado para a economia política, o que era e é razoável.
E o impasse acontecia. Eu me recordo que, no segundo semestre de 1975, quando a primeira parte do curso, macroeconomia, foi dada, os professores foram trocados umas três ou quatro vezes.
Na FEA NINGUÉM QUERIA DAR AULAS PARA NÓS, considerados rebeldes e contestadores demais. Mesmo assim, o semestre foi concluído.
No primeiro semestre de 1976, resolveu-se o impasse. E o curso FOCOU um pouco mais a HISTÓRIA ECONÔMICA e, principalmente, as ECONOMIAS CENTRALMENTE PLANEJADAS. Uma clara concessão à esquerda.
A PROFESSORA HELENA FANGANIELLO, uma das craques da FEA, manteve-se “no cargo” e, mesmo com um certo distanciamento de nós, alunos, conseguiu concluir o curso com aulas que traiam uma certa IRONIA, porque as ECONOMIAS SOVIÉTICA e da EUROPA ORIENTAL já davam sinais de esgotamento decorrente da ineficiência.
Eu sempre gostei de economia, ao contrário da maioria de meus colegas. Eu havia feito um curso de técnico de administração de empresas, em lugar do, à época, científico, ou clássico se quisesse optar.
Resumindo, acho que aproveitei o curso e continuei interessado no assunto.
Como até hoje!
POSTAGEM ORIGINAL: 2022
POSTAGEM ORIGINAL: 2022